sábado, 28 de abril de 2012

1.088 – SOU POETA BRASILEIRO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 12 01 2010 e música; 19 02 2011.


Sou poeta brasileiro
Nascido no Comboeiro
Meu torrão hospitaleiro
Lá no alto do sertão
Eu vou sair da cidade
Para matar a saudade
Na minha propriedade
Nos oito pés de quadrão.

Com toda sinceridade
Aquela localidade
É minha natalidade
O meu querido torrão
No meu velho pé de serra
A minha voz não emperra
Canto e não faço guerra
Nos oito pés de quadrão.

De cima daquela serra                                                                                                                                                                   Vislumbrando minha terra
Minha lembrança encerra
Ao cantar uma canção
Eu fui lá sempre que pude
Tomar banho de açude
Para lavar o meu grude
Nos oito pés de quadrão.

Lembro minha juventude
Quando eu tinha saude
Eu brinquei o quanto pude
Sem nenhuma precaução
Joguei bola no terreiro
No campo do Comboeiro
Descalço eu fui ligeiro
Nos oito pés de quadrão.

Eu também fui bom vaqueiro
No alto despenhadeiro
Eu peguei boi mandingueiro
Fui o melhor do sertão
Amansei cavalo brabo
Derrubei boi pelo rabo
Desafiei até o diabo
Nos oito pés de quadrão.

Não é que eu seja pabo
O bicho quando mais brabo
Eu enroscava no rabo
E derrubava no chão
Morei lá numa palhoça
Trabalhei muito na roça
Até fiquei de mão grossa
Nos oito pés de quadrão

Hoje não boto mais roça
Não tenho mais a mão grossa
E a minha velha palhoça
Ruiu e caiu no chão
Digo com sinceridade
Da minha localidade
Hoje só resta saudade
Nos oito pés de quadrão.

Foi-se minha mocidade
Avançou a minha idade
Com toda velocidade
Eu cheguei a ancião
Hoje velho e cansado
Pelo tempo derrotado
Amanhã serei passado
Nos oito pés de quadrão.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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