domingo, 31 de março de 2024

3.221 – SECA DA PESTE

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 06 11 2016 e música:

 

 

Senhor Deus do universo

Nosso pai e criador

Rogo-te neste poema

Tenha por nós mais amor

Mande chuva pro sertão

Por Jesus o salvador.

 

O sol está muito quente

Quase que insuportável

Temperatura elevada

Senhor seja mais amável

Acabe urgentemente

Esta seca interminável.

 

Nordestino é cabra macho

De coragem se reveste

É bravo e destemido

Não mancha a roupa que veste

Só queremos que Deus tire

Esta peste do nordeste.

 

Ó Senhor mestre dos mestres

Veja que sofrer eterno

Acalente o nordestino

Mandando um bom inverno

E de uma vez por todas

Mande a seca pro inferno.

 

Com este sol escaldante

A terra vai pegar fogo

Não há vivente na terra

Que agüente este jogo

Em nome dos nordestinos

Senhor eu te peço arrogo.

 

Há um cinzeiro no mundo

Parece está chovendo

Não é água é só cinza

Faz o dia escurecendo

Com a seca a vida na terra

Está desaparecendo.

 

São cinco anos de secas

Que assola o meu nordeste

Não há mais água nem pasto

No sertão nem no agreste

Só o Senhor pode acabar

Com esta seca da peste.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.220 – POEIRA FINA DO CHÃO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra; 06 11 2016 e música:

 

O vento sopra e levanta

Poeira fina do chão

Denunciando a seca

Que assola meu sertão

 

Folhas secas são levadas

Pra outro lugar distante

A flora é devastada

Por um clima escaldante.

 

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.219 – ASSIM É A MINHA TERRA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 31 03 2024.

 

 

Alô, alô minha gente

Do meu torrão brasileiro

Sou poeta escritor

Nascido no Comboeiro

Poemista e cordelista

E filho de violeiro

Da terra do lavrador

Cidadão hospitaleiro.

 

Cidadão hospitaleiro

Cearense cabeça chata

Que amo a minha terra

E gosto de serenata

Onde passeia nos céus

Uma lua cor de prata

Com beleza e candura

Prateando a verde mata.

 

Prateando a verde mata

Da minha terra querida

Onde nasci e me criei

E vivi parte da vida

Terra de gente amiga

Lá no sertão inserida

De gente trabalhadora

Disto jamais se duvida.

 

Disto jamais se duvida

Não há como contestar

Aonde há paz e amor

É boa de se morar

Onde o vento Aracati

Faz o calor abrandar

Terra fértil produtiva

Se plantando tudo dar.

 

Se plantando tudo dar

Não me canso de dizer

Que não há lugar no mundo

Melhor para se viver

Onde o sol estrela rei

Faz nos céus resplendecer

Ao raiar da madrugada

Um novo dia nascer.

 

 

 

 

 

 

Um novo dia nascer

Onde se pesca de anzol

No terreiro da fazenda

Há jogo de futebol

Se olha para o céu e ver

Relâmpago em caracol

Lá na minha terra tem

O mais belo pôr do sol.

 

O mais belo pôr do sol

E em noite enluarada

Uma história de Trancoso

Por alguém é bem contada

No alpendre da fazenda

Até alta madrugada

O sertanejo desperta

Ao cantar da passarada.

 

Ao cantar da passarada

Saudoso aboia o vaqueiro

Tira o leite das vacas

E outros lá no chiqueiro

Tira o leite das cabras

E lá no grande terreiro

O protegendo a fazenda

Late o cachorro trigueiro.

 

Late o cachorro trigueiro

Canta acuado o cancão

Pedindo chuva a Deus

Canta forte o carão

Duas cauãs em dueto

Anunciam o verão

O sertanejo animado

Planta a semente no chão.

 

Planta a semente no chão

Confiando em bom inverno

Más quando chega o verão

Reza para o Pai Eterno

Pede chuva em bonança

Até escreve em caderno

Em orações pede a deus

Mande a seca pro inferno.

 

Mande a seca pro inferno

Chuva pra molhar o chão

Também pede a São José

O santo da devoção

Pra haver um bom inverno

Que haja boa produção

Arroz, milho e feijão

Fava, frutas e algodão.

 

 

Fava, frutas e algodão

Na minha terra é assim

O povo vive alegre

Alegria não tem fim

O povo é educado

Lá todos trabalham sim

Tudo é compartilhado

Lá não há tempo ruim.

 

Lá não há tempo ruim

Lá dar gosto se viver

Na fogueira e São João

Só acredita quem ver

Se aça jerimum e milho

E carne pra se comer

Rola festa a noite até

Novo dia amanhecer.

 

Novo dia amanhecer

Tem dia de namorados

A festa de Santo Antônio

Pra solteiros e casados

Tem fogueira de São Pedro

Dois santos comemorados

Eles são Pedro e Paulo

Apóstolos consagrados.

 

Apóstolos consagrados

Tem festas todos os dia

Se guarda os dias santos

Não existe heresias

Tem folguedos de caretas

Com festanças e folias

Tem cantador de violas

Tem repente e cantorias.

 

Tem repente e cantorias

E dança de São Gonçalo

Tem peru fazendo rodas

No poleiro canta o galo

Tem forró a noite inteira

E corrida de cavalo

Para se fazer canjica

Se rala o milho no ralo.

 

Se ralo milho no ralo

Pra pamonha e canjica

Quando chove no telhado

Cai a goteira da bica

Vaqueiro conduz boiadas

Na lida se identifica

Pra quem quer viver feliz

Minha terra é boa dica.

 

 

 

Minha terra é boa dica

Tem coalhada e mungunzá

Melancia e cajarana

Tem pipoca e fubá

Jerimum e macaxeira

Cajarana e Cajá

Rapadura e mel de cana

Tamarindo e trapiá.

 

Tamarindo e trapiá

Tem goma de mandioca

Tem farinha, em beju

Tem papa e tapioca

Carne de bode assada

Tem buchada e paçoca

E brincadeiras de rodas

E rabequeiro que toca.

 

E rabequeiro que toca

Sanfoneiro e cantor

Tem missa lá na capela

E crente no Salvador

O clima é temperado

Também há frio e calor

Tem escola pra estudar

Lá o povo tem mais valor.

 

Lá o povo tem mais valor

Existe mais união

O povo se cumprimente

Assim pegando na mão

Tem quermesse tem novena

Lá se vive em comunhão

O melhor baião de dois

Melhor farofa e pirão.

 

Melhor farofa e pirão

Tem banho de cachoeira

Lá tem broca e cercados

E roço de capoeira

Trisca e jogo de bila

Olaria e carvoeira

Banho de açude e vizinhança

Moça bonita e faceira.

 

Moça bonita e faceira

Mulheres honestas sim

Mel de abelha e angu

Tem batida e alfenim

Lá tem tudo que é bom

Não tem nada de ruim

Assim é a minha terra

Voltar pra lá tou afim.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

quinta-feira, 21 de março de 2024

3.218 – ASAS PARA VOAR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 18 03 2024.

 

 

Há quem me dera agora

Ter asas para voar

Eu voaria daqui

Direção ao meu lugar

Para matar a saudade

Que diz que vai me matar.

 

A saudade é de lascar

Que me faz doer o peito

Quero rever minha terra

Más pra isto não há jeito

Sem asas para voar

Meu sonho se faz desfeito.

 

Sem sono na cama deito

Tentando adormecer

O sono em mim não chega

Então tento esquecer

Esquecer eu não consigo

Lembrar só me faz sofrer.

 

Busco me fortalecer

Convivendo com a saudade

Cada vez mais enfraqueço

Ao lembrar a mocidade

Quando deixei meu sertão

Para viver na cidade.

 

Digo com sinceridade

Não esqueço um só momento

Da minha terra querida

A varredura do vento

Querer e não puder ir

Não há maior sofrimento.

 

Vivo aqui igual detento

Sofrendo barbaridade

Tão longe do meu lugar

Preso a vida da cidade

Só em sonhos tenho ido

Matar a minha saudade.

 

Sequer tenho liberdade

Pra visitar meu lugar

Só em sonhos sempre

Meu natural visitar

Sem asas para voar

O jeito é me conformar.

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.217 – EU SÓ QUERO UM AMOR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 18 03 2024.

 

 

Eu só quero um amor

Que me dê muito carinho

Que cure a minha dor

E que não me deixe sozinho

 

Que esteja sempre ao meu lado

Para o que der e vier

Pra amar e ser amado

Enquanto vida tiver.

 

Eu só quero um amor

Que me dê felicidade

Que me dê o seu calor

Por toda eternidade.

 

Dê-me amor verdadeiro

Seja honesta e fiel

Amiga o tempo inteiro

Não seja amor de aluguel.

 

Eu só quero um amor

Para ser minha mulher

Que tenha brio e pudor

Do jeito que o homem quer.

 

Que me dê seu coração

Seja mulher conselheira

E em mim fiel paixão

Amorosa e companheira.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.216 - EU VEJO NO FIRMAMENTO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra; 14 03 2024.

 

 

Aquela estrela que passa

Voando no firmamento

Sem rumo e sem direção

Sem parar um só momento

Brilhando a todo instante

Más sem um tripulante

Veleja a mercê do vento.

 

Aqui em meu aposento

Me disponho a contemplar

O espaço a seu redor

Eu fico a observar

As maravilhas de Deus

Que doou aos filhos seus

Sem pagamento cobrar.

 

Eu vejo a lua a vagar

Com esplendor e nobreza

Lá nos céus da minha terra

Com candura e pureza

Com seus raios cor de prata

Prateando a verde mata

Contemplando a natureza.

 

Com requintes de nobreza

O sol nascer no nascente

Com os seus raios dourados

Mostrando que é valente

Com quentura e calor

Andando a todo vapor

Para se pôr no poente.

 

Vejo uma estrela cadente

Em alta velocidade

Indo em direção a terra

Causando curiosidade

Eu lhe faço um pedido

Faz de mim seu protegido

Tudo quanto for maldade.

 

Vejo na desclaridade

Lá no alto aparecer

Majestosa Estrela Dalva

Tão bonita de se ver

Derramando simpatia

E nos dando a alegria

Ao espaço percorrer.

 

É lindo o anoitecer

Tudo é silencioso

As vezes a Mãe-da-lua

Com o seu grito pomposo

Quebra o silêncio da noite

O vento fazendo açoite

Faz me sentir orgulhoso.

 

Té parece tenebroso

Ao deparar ao cometa

Na cabeça uma estrela

Corpo igual uma caneta

Com sua cauda alongada

Totalmente iluminada

Como se heliocometa.

 

Firmo meus pés no planeta

E vejo no céus a brilhar

Imensidades de estrelas

Lá no alto a ofuscar

Ao dia desaparecem

A noite elas aparecem

Nos fazendo alegrar.

 

Tudo isto me faz sonhar

Nada vai pro esquecimento

Tudo isto e muito mais

Que vi naquele momento

Fico aqui a contemplar

Tudo que eu imaginar

Eu vejo no firmamento.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.215 – O BRASIL FOI INVADIDO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 13 03 2024

 

 

Eu amo a minha terra

De amá-la ninguém, me tira

Más há coisas absurdas

Que tem me causado ira

Do meu querido Brasil

Ser a terra da mentira.

 

Na sua história gira

Um fato sem fundamento

Uma escabrosa mentira

Sobre seu descobrimento

Ensinada nas escolas

Um fato sem cabimento.

 

Esse tal descobrimento

Do Brasil não existiu

Isto é coisa inventada

Que até hoje resistiu

Criadas por invasores

Mentira que persistiu.

 

Pois nada se descobriu

Que houve foi invasão

Aqui já morava gente

Em grande população

Os índios donos da terra

Caíram na escravidão.

 

Já existia uma nação

Muito bem organizada

Pelos Tupy-Guaranis

A terra era povoada

Que por brancos invasores

A terra foi dominada.

 

De Vera Cruz foi chamada

A nova terra invadida

Por se pensar em ser ilha

Más logo lhe concedida

O nome de Santa Cruz

A terra desconhecida.

 

Ainda desconhecida

Por Pedro Álvares Cabral

Que tomou posse da terra

Em nome de Portugal

Mentindo ter descoberto

Terras de forma causal.

 

De uma forma desleal

Portugal se apossou

Da terra que era dos índios

Dos seus bens se apoderou

Além de desabriga-los

Aos mesmos escravizou.

 

O que na história contou

Me deixa estarrecido

Aqui moravam os índios

Do mundo desconhecido

Brasil não foi descoberto

O Brasil foi invadido.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.214 – CHUVA PASSAGEIRA.

 

CHUVA PASSAGEIRA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 12 03 2024.

 

Enquanto chove lá fora

Fico aqui dentro escrevendo

Logo a chuva vai embora

E pelo que estou vendo.

 

São só nuvens passageiras

Que jogam águas no chão

Que formando corredeiras

Molham o nosso torrão.

 

Não há vento nem trovão

Somente um barulhão

Da goteira na biqueira.

 

O sertanejo animado

Ver plantado seu roçado

Nesta chuva passageira

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.213 – EU ESTOU MUITO NERVOSO.

 

EU ESTOU MUITO NERVOSO

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 12 03 2024.

 

 

Eu estou muito nervoso

Todos podem perceber

Eu tento me controlar

Más não sei como fazer

Os desafios são tantos

Não sei como resolver.

 

Pois não só basta querer

Tenho que partir pra luta

Tomar iniciativas

E com a mente enxuta

Livrar dos maus pensamentos

Lapidar minha conduta.

 

E de maneira astuta

Buscando me controlar

Usando a poesia

Ter como desabafar

Selecionar os problemas

Um a um eliminar.

 

Eu posso até me calar

Más nada vai resolver

Não vou baixar a cabeça

E deixar acontecer

Eu tenho que ir à luta

Buscando me refazer

 

O que tenho a dizer

De todo meu coração

Vou esfriar a cabeça

E botar os pés no chão

Pois sei que o nervosismo

Em nada é solução.

 

Só ao Deus da criação

Eu tenho que recorrer

Criador de todos bens

E tem supremo poder

Pra acalmar os meus ânimos

Dos males me proteger.

 

Sinto a carne tremer

No peito maus pensamentos

Minha alma angustiada

Por eu viver maus momentos

Tenho que me afastar

De todos maus elementos.

 

 

Não existe argumentos

Pra puder justificar

Todo o meu nervosismo

É eu que vou controlar

Todo este nervosismo

Só vai me prejudicar.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.212 – QUERO O MELHOR PRA VOCÊ.

 

QUERO O MELHOR PRA VOCÊ.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 12 03 2024.

 

 

Diga-me por favor

Que está acontecendo

Tu vives muito nervosa

Sequer está percebendo

Eu sei que a vida é sua

Está no mundo da lua

Estar matando e morrendo.

 

Sei que você não tá vendo

Nem também você quer ver

Com seus modos agressivos

Estar me fazendo sofrer

Você vive a brigar

Sempre a me difamar

Faz tudo sem perceber.

 

Sinto muito em dizer

Viver assim não dar mais

Tu estás insuportável

Não se controla jamais

Por conta do alcoolismo

E por falta de civismo

Mulher você tá demais.

 

Eu já não suporto mais

O seu modo de viver

Com todos seus xingamentos

Tá me fazendo sofrer

Caso você não mudar

E não parar de brigar

Logo tu vais me perder.

 

Sofre e me faz sofrer

Não há como evitar

Nosso lar virou inferno

Não há como concertar

Você não me considera

O que na vida espera

Logo nós nos separar.

 

Eu sei que não vai mudar

Tu sabes bem o porquê

Se acha superiora

E me deixa a mercê

Livre segue teu caminho

Mesmo vivendo sozinho

Quero o melhor pra você.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sábado, 9 de março de 2024

3.211 - SOU GRATO AO MEU SENHOR.

 

SOU GRATO AO MEU SENHOR.

 

Autor: Erivaldo Alencar

 

Letra: 09 03 2024.

 

Sei que não sou muita coisa

Pois me conheço de vista

Sou fruto da criação

Um sujeito otimista

Na arte da poesia

Me considero artista.

 

O meu pai foi repentista

Um exímio cantador

Sou seu herdeiro fiel

Sou poeta escritor

Poemista cordelista

Da terra do lavrador.

 

Versejando sou doutor

Pois conheço a poesia

Tenho amor ao que faço

Faço e dou garantia

Não plagio de ninguém

Versar me dar alegria.

 

Dom de fazer poesia

Foi o Mestre quem me deu

Ninguém vai tirar de mim

O que o Senhor deu pra eu

Deus confiou-me este dom

Para ser somente meu.

 

 

Eu sou crente e não ateu

Tenho plena consciência

Respeito a lei divina

E Ele me dar assistência

Para com inspiração

Escrever com veemência.

 

Deus me deu a incumbência

Tenho por obrigação

De zelar por este dom

Com amor e devoção

Sem denegrir ao meu próximo

Nem fazer difamação.

 

Com a caneta na mão

Sou poeta escritor

Poesia é remédio

Que faz curar minha dor

Pelo o dom da poesia

Sou grato ao meu Senhor

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.210 – HOJE ACORDEI COM SAUDADE.

 

HOJE ACORDEI COM SAUDADE.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 09 03 2024.

 

Hoje acordei com saudade

Da minha querida terra

Do meu velho pé de serra

Minha naturalidade

Meu querido Comboeiro

De um povo hospitaleiro

Onde nasci me criei

Com meus pais e meus irmãos

Plantando e colhendo grãos

No lugar onde morei.

 

De taipa era a casinha

Onde nasci me criei

Nos bons tempos passei

Ao lado da mamãezinha

Meu papai agricultor

Repentista cantador

Homem de muito respeito

Pecuarista criador

Também foi vereador

E interino prefeito.

 

Hoje acordei com saudade

Da minha gente querida

Com minha alma sentida

Por morar aqui na cidade

Distante da minha gente

De amigoS e de parente

Do esplendor da natureza

Por deixar em meu lugar

O meu amor a chorar

Por abandono e tristeza.

 

Com saudade acordei

Do meu tempo de criança

No meu peito a lembrança

Chorando me levantei

Abri a porta e sai

Confesso nem percebi

Que estava de pés no chão

Me dispus a caminhar

Tentando amenizar

A dor no meu coração.

 

Saudade invade meu peito

Dos caminhos que passei

Das moças que namorei

Esquecer não tenho jeito

Do véu lindo estrelado

E das boiadas de gado

E do luar cor de prata

Da verde mata do campo

Dos faróis do pirilampo

Das noites de serenata.

 

Do meu pai em cantoria

Seriemas em duetos

Ninhos feitos de gravetos

A cauã em harmonia

Do romper da madrugada

Ao cantar da passarada

Raios dourados do sol

Mãe da numa estaca

Barulhos da curicaca

Das flores do girassol.

 

Hoje acordei com saudade

Dos valentes bem-te,vis

Dos gansos, das juritis

Do calor e a claridade

Da panha do algodão

E das noites de São João

Forró e Maneiro pau

Das festas de São Gonçalo

E do cantar do meu galo

E das noites de sarau.

 

Hoje acordei com saudade

Das cabras e dos carneiros

Do futebol nos terreiros

E da minha mocidade

Dos gatos e dos cachorros

Das caçadas lá nos morros

Sem medo de assombração

Lembro a relva molhada

E também da cavalgada

Em meu cavalo alazão.

 

Hoje acordei com saudade

Das debulhas do feijão

Do cântico do carão

Da nossa propriedade

Do pão de milho e angu

Carne de peba e tatu

Me faz lembrar de verdade

Não mais pra aguentar

Logo vou ao meu lugar

Para matar a saudade.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sexta-feira, 1 de março de 2024

3.209 - A MORTE É ASSASSINA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 29 02 2024.

 

 

Não tenho medo da morte

Más eu não quero morrer

A morte não tem sentido

Se Deus me desse o poder

Eu extinguiria a morte

Para pra sempre viver.

 

É muito bom se viver

Agradeço ao Criador

Por criá-la e me dar

Como prova de amor

A vida pra eu vive-la

E dela ser cuidador.

 

A vida tem seu valor

Enquanto a morte é cruel

Destruidora de vidas

Ao seu ofício é ofício

Assassina inveterada

Ao ser vivo é infiel.

 

Com seu instinto cruel

Não tem respeito a ninguém

Mata depois dar desculpa

Mata quem tem e não tem

Não respeitou nem Jesus

Ela a ninguém não convém.

 

Poucos vivem mais de cem

Por que a morte não deixa

Impalpável, invisível

Dela todos temos queixa

Enquanto a morte não vem

Versejo pegando o leixa.

 

Quando alguém lhe faz queixa

Ela se sente ofendida

Para ela não tem acordo

Nela estar o fim da vida

Enfrentar esta desgraça

É ter batalha perdida.

 

Pra tentar salvar a vida

Se procura a medicina

Se faz promessas com santos

Há quem ser própria sina

Há quem a defendam, más

Pra mim ela é assassina

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.