domingo, 23 de fevereiro de 2020

2.565 - PRA RECEBER PAGAMENTO.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 23 02 2020 e música:

Gosto de levantar cedo
Fazer as obrigações
Olhar para o alto e ver
Estrelas nas amplidões
Respirar a brisa fria
E limpar os meus pulmões.

Depois saí para a rua
Pra poder ser o primeiro
Lá na fila de um banco
Pra receber meu dinheiro
Não ter o constrangimento
Vir a ser o derradeiro.

Enquanto estou na fila
Sem um lugar pra sentar
Fico sempre me mexendo
Tentando não me cansar
De um lado e outro da rua
Vejo a população passar.

Hérnias de discos despertam
E começam a arruaça
As dores tomam meu corpo
Doença que não tem graça
Aqui na fila parece
Que esse tempo não passa.

A fila está aumentando
E a funcionária não vem
Daqui não posso sair
Porque a mim não convém
O pior de tudo é que
Vezes dinheiro não têm.

Estou a mais de duas horas
Desta fila desgraçada
Dói daqui e dói dali
Estou de perna cansada
Pra receber ninharia
Enfrento esta parada.

Todo sofrimento é pouco
Pra receber pagamento
Somente uma vez por mês
Recebo meu aposento
Sem ele não vou pagar
Água, aluguel e alimento.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

2.564 - AI QUE SAUDADE ME DAR.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 16 02 2020 e música:


Ai que saudade me dar
Quando morava na roça
Na nossa velha palhoça
No meu querido sertão
Ouvir barulho da chuva
O tiritar da biqueira
O roncar da cachoeira
E o rebombar do trovão.

Ver chuva cair das nuvens
Relâmpago rasgar espaço
Vento fazendo regaço
As águas lavando a terra
Ver riachos transbordando
Cachoeira espumando
Reservatórios sangrando
E deslizamento de serra.

Nenhum poeta se engana
Ao descrever o sertão
Sentindo o cheiro do chão
A lama cobrindo o pé
Saudade invade meu peito
De tudo que eu vivi
Onde nasci e cresci
Com muita esperança e fé.

Não esqueço um só instante
Da minha terra querida
Terra que me deu a vida
A que tenho gratidão
Eu recordo com saudades
Dos caminhos que passei
As veredas que trilhei
Guardo no meu coração.

Do meu pai e da minha mãe
Que já não estão mais aqui
Não voltarão mais ali
Pra rever a nossa gente
Dos meus irmãos também
Todos nascidos por lá
Alguns inda estão por cá
Mas outros estão no além.

Quanta saudade me dar
Do curral e da vacaria
Quando o dia amanhecia
O leite a gente tirava
Recordo quando tomava
Leite mugido na hora
Cedo ao romper da aurora
Um lindo aboio soltava.

Ai que saudade me dar
Ver o sol nascer no nascente
E se esconder no poente
Ao final do velho dia
Ouvir ao cair da noite
A Mãe-da-lua cantar
Cantadores desafiar
Em festa de cantoria.

Ai que saudade me dar
Ver a lua cor de prata
Prateando a verde mata
Na minha terra querida
Olhar para o céu e ver
As estrelas ofuscando
Ouvir vaqueiro aboiando
Alegrando o novo dia.

Ai que saudade me dar
Das histórias de Trancoso
Vento Aracati saudoso
Saudando a nossa terra
Do futebol que jogava
No campo do Comboeiro
Quando varria o terreiro
Da neve cobrindo a serra.

Ai que saudade me dar
Do cachorro que latia
Gato que no teto mia
Do despertar da passarada
Jumento escaramuçando
Das danças de São Gonçalo
Das corridas de cavalo
E do queijo de coalhada.

Ai que saudade me dar
De quando eu era criança
Dos bons tempos de bonança
Quando havia bom inverno
Da canjica e da pamonha
Das festas de São João
Do meu velho casarão
Guardo sentimento eterno.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.563 - CADÊ A CHUVA QUE NÃO VEM.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 16 02 2020 e música:


Eu gostaria muito de saber
O que realmente está acontecendo
O motivo que aqui não quer chover
Parece que Deus de nós tá esquecendo.

Ouvem-se notícias de chuva mundo afora
Mas para aqui a chuva não quer vir
A terra seca poeirando chora
Sem chuva a vida vai sucumbir.

Os reservatórios sem chuva secaram
Os pastos para a criação acabaram
O que é que este lugar tem.

Nuvens pesadas se formam no nascente
Sem água se dispersam rumo ao poente
Diz meu Deus cadê a chuva que não vem.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.562 - NÃO INTERESSA A NINGUÉM.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 14 02 2010 e música:


Ninguém sabe o que eu sinto
Nem eu jamais vou dizer
A verdade é que eu não minto
Não vou fazer ninguém saber.

O que sinto no momento
Saber a ninguém faz bem
Nem pra eu mesmo comento
Nem devo saber também.

A causa do meu mau humor
Motivo da minha dor
Nem eu sei de onde vem.

Se a batalha está perdida
Que faço ou não pela vida
Não interessa a ninguém.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

2.561 - PARA TE DAR BOA VIDA.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 04 02 2020 e música:


Chamas-me de idiota
Idiota eu não sou
Por não gostar de lorota
Nosso amor se acabou.

Por não mais gostar de mim
Diz que o erro foi só meu
Culpa-me de ser ruim
Não ver os defeitos seu.

Não importa o que diz
Só eu sei o quanto fiz
Pra ver minha missão cumprida.

Amor sincero eu te dei
Cumpri o que te jurei
Para te dar boa vida.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

2.560 - FOI BOM ENQUANTO DUROU.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 03 02 2020 e música:


Se não gosta mais de mim
O amor por eu acabou
Não quer mais viver comigo
Diz-me o que motivou
Um amor sincero e puro
Foi bom enquanto durou.

Nosso lar desmoronou
Mas fiz tudo pra dar certo
Infelizmente você
Trilhou por caminho incerto
Buscando te fazer feliz
Eu te acompanhei de perto.

A razão de não dar certo
Não consigo entender
Se houve culpa foi sua
Da gente se desentender
Algo sem explicação
Fez o nosso amor morrer.

Gostaria de entender
O que te fez agir assim
Eu não dei motivo algum
Para se portar em fim
Em que te aborreci
Pra não mais gostar de mim.

Será que sou tão ruim
Para não mais me querer
Responda, quero respostas.
Assim não posso viver
As dúvidas me consomem
Não me deixam entender.

A dor que me faz doer
Ao meu coração tomou
Volte atrás da decisão
Veja o quanto me amou
O que me resta é lembrar
Foi bom enquanto durou.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.