quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

2.097 - BANDO DE COVARDES.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 28 12 2016 e música:


Assisti pela internet
Uma infeliz postagem
Na saída duma escola
Uma cena de molecagem
Da estudante que nos passa
A mais terrível mensagem.

Uma estudante rude
De mentalidade cega
Vendo-se inferiorizada
A sua inveja não nega
Aluna despreparada
Agrediu sua colega.

O motivo da agressão
Da malvada adolescente
Devido sua colega
Ser bonita e inteligente
Negra justificação
Desta aluna prepotente.

Ela agrediu a colega
Com socos e empurrões
Puxavancos de cabelos
Rasteiras e bofetões
Com xingamentos e bullying
Com gestos e palavrões.

E um bando de covardes
Dotado de violência
Assistindo e aplaudindo
Sem esboçar diligência
Para defender a jovem
Desta brutal imprudência.

A tal aluna cretina
Com arrogância gritava
Ela mijou na calcinha
E da coitada zombava
Juntamente com seu bando
A pobre moça humilhava.

Pessoas deste quilate
Não tem personalidade
Logo vai ser castigada
Por tanta barbaridade
Cedo ou mais tarde vai ser
Banida da sociedade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2.096 - PRA ME SERVIR DE APOSENTO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 27 12 2016 e música:


Vim do campo pra cidade
Para a vida melhorar
No peito trouxe a saudade
Do meu querido lugar.

Esbanjando confiança
De me tornar vencedor
Imbuído na esperança
Dum futuro promissor.

Destino foi meu transporte
Vim confiante na sorte
Sem nenhum conhecimento.

Matuto do pé rachado
Eu trouxe um cumbar de lado
Pra me servir de aposento.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sábado, 24 de dezembro de 2016

2.095 - VULTO DE FRADE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 24 12 2016 e música:


No tempo eu volto a trás
Jamais pude esquecer
Eu vi um vulto capaz
De fazer me emudecer.

Às três e meia da tarde
Limpava o batateiral
Suado e sem alarde
Nunca tinha visto igual.

Quando eu me levantei
Com o vulto deparei
Ali estava um padre.

Tremendo nada falei
Nenhuma voz escutei
Daquele vulto de frade.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

2.094 - EXCURSÃO DE PARENTES.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 21 12 2016 e música:


No dia dez de setembro
De dois mil e dezesseis
Eu fiz uma excursão
Neste sábado do mês
Para visitar parentes
Lá pela primeira vez.

Para ir esta viagem
Parentes eu convidei
Vamos sair lá da praça
Para todos eu avisei
Como meio de transporte
Um ônibus eu contratei.

Aos dez minutos pra seis
Saímos de Acopiara
Dezenove passageiros
Pra uma viagem rara
Por sairmos atrasados
Nem pra merendar se pára.

Nós merendamos no ônibus
Pra poder não atrasar
No Portal do Padre Cícero
Paramos pra descansar
No alto da grande serra
Este lugar contemplar.

Chegamos ao Quincuncá
Nós fomos bem recebidos
Pelos parentes de lá
Tornamo-nos conhecidos
Pela receptividade
Nós somos agradecidos.

Do Quincuncá nós seguimos
Para a Serra de Santana
Onde nasceu Patativa
Casa que chamou chopana
Fomos recepcionados
Por aquela gente bacana.

De lá fomos ao Assaré
Pra visitar o museu
Patativa do Assaré
Que levou o nome seu
Fomos mui bem recebidos

Na terra que ele viveu.

Fomos pra Urucuzinho
Pra visitar um parente
Depois fomos pra Guaribas
Outro parente da gente
Outro parente em Tarrafas
Que nos recebeu contente.

Já pelo cair da noite
Lá em São Sebastião
Encontramos com parentes
Em grande recepção
Por todos estes parentes
Vai a minha gratidão.

Voltamos pra Acopiara
Felizes muito contentes
Numa viagem tranquila
Conhecemos outras vertentes
Agradecemos a Deus
Esta Excursão de Parentes.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

2.093 - SOU ISTO E MUITO MAIS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 19 12 2016 e música:


Eu sou de família pobre
Do interior cearense
Nascido lá no sertão
Brasileiro acopiarense
Sou filho de cantador
E a mim ninguém não vence.

Quem me ver na internet
Sabe minha profissão
Não bato em ponta de faca
Para não ferir a mão
Louvo a Deus por minha vida
E por nascer no sertão.

Quem me ouve pelo rádio
Sabe que não sou menino
Quem já me leu no jornal
Já conhece meu destino
Mas quem me viu na Tv
Sabe que sou nordestino.

Mas quem já me viu na rua
Ver que eu vendo picolé
Para desvendar segredos
Ando de ponta de pé
Posso até não parecer
Em Deus tenho muita fé.

Sou poeta escritor
Gosto muito de escrever
Eu adoro pesquisar
E sou amante do ler
Mesmo com a idade que tenho
Eu quero muito aprender.

Sou divulgador da paz
Acredito no amor
Da vida e da natureza
Eu sou fiel defensor
Do abuso e da violência
Exímio combatedor.

Sou preservador das plantas
Defensor dos animais
Propagador da verdade
Odiar mentir jamais
Pesquisando descobri
Que sou isto e muito mais.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 18 de dezembro de 2016

2.092 - FALTA DE CONSIDERAÇÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 12 2016 e música:


Existem alguns políticos
Metidos a engraçados
Que não faz nada pelo povo
Inda são desaforados
Eu jamais citarei nomes
Destes cruéis deputados.

Os pobres aposentados
São alvos destes ingratos
Que ganham uma fortuna
E deliciam bons pratos
E nós que ganhamos pouco
Tratam-nos com desacatos.

Pois saibam monstros ingratos
Os culpados não somos nós
Da crise que passa o país
A culpa é de alguns de voz
Que tem cara de anjinho
E atitude de algoz.

Se vocês acham que nós
Foi quem quebrou o Brasil
Quem ganha o que ganhamos
É mais que um herói sutil
Pra viver com um salário
Tem que ser forte e bravio.

Tentem nos ser mais gentil
Pois nós não somos ladrões
Nós só ganhamos o mínimo
Sem passagens de aviões
Não temos altos salários
E nem gratificações.

Também não temos mansões
De graça para morar
Não temos carro de luxo
De graça pra passear
Nem auxílio de custeio
Para o Brasil pagar.

Pro nosso salário aumentar
Vocês fazem confusão
Vocês aprovam o de vocês
Na mais perfeita união
O que vocês, tem por nós,
Falta de consideração.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.091 - VAGABUNDOS REMUNERADOS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 12 2016 e música:


Eu não sou quase ninguém
Mas me leiam, por favor,
Eu nasci lá no sertão
Sou poeta escritor
Aposentado rural
De picolé vendedor.

Eu também sou eleitor
E ajudei eleger
Deputados e senadores
E a eles dar o poder
De lá no congresso nos
Representar e defender.

Contra o nosso querer
Aparecem deputados
Discursando em plenário
Contra os aposentados
Que em alta voz nos chama
Vagabundos remunerados.

Aqui em versos rimados
Não vou generalizar
Há deputados de bem
Pelo povo a legislar
Mas existem alguns corruptos
Que querem nos acabar.

Eu vou agora lembrar
Os esquecidos deputados
Depois de anos de trabalho
Sendo maus alimentados
Por direitos adquiridos
Nós fomos aposentados.

Vagabundos remunerados
Nós não somos não senhor
Exigimos mais respeitos
Se retrate, por favor,
Não seria deputado
Se não fosse o eleitor.

Vocês não nos dão valor
Por se acharem poderosos
Somos cidadãos de bem
Honestos e valorosos
Sejam mais humanitários

Amigos e calorosos.

Bandos preconceituosos
Não lhes devemos favor
Pois só nos pagam o mínimo
De um mínimo sem valor
Viver com um salário mínimo
É viver vida de horror.

Eu lhes peço, por favor,
Vamos trocar de salários
Verás que não somos nós
Usurpadores de erários
Ganhamos uma ninharia
Inda nos fazem de otários.

Muito mais são seus salários
Pra poder falar bobagens
Lembrem-se quando em campanhas
Quais foram vossas mensagens
E agora depois de eleitos
Vem com estas sacanagens.

Repito são sacanagens
Pra com quem ganha tão pouco
Em reduzir seus salários
Alguns fingem que é mouco
Ganhar o quanto ganhamos
Nem sequer estando louco.

Vocês inda acham pouco
Que ganham de ordenados
Quanto a nós identificam
Vagabundos remunerados
Estamos sujeitos a estes
Vagabundos deputados.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

2.090 - OS BICHOS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 12 12 2016 e música:


Por lugares onde andei
Eu vi bichos em ação
Exercendo profissão
Que jamais imaginei
Eu vi bicho inteligente
Bem mais sábio que a gente
Em versos posso provar
Não estou fazendo enredo
Estou desvendando segredo
Sem ter medo de errar.

Eu vi os bichos na selva
Procurando o que fazer
Pra que eu pudesse entender
Eu fui descansar na relva
No sertão e na cidade
Com muita capacidade
Mostravam o seu valor
Há bichos de toda parte
Unidos fazendo arte
Pra analfabeto e doutor.

Vi um pato discursando
Um teiú lendo jornal
Gavião na capital
Numa praia se banhando
Gato ensinando inglês
Garça um poema fez
Gambá guiando corola
Um cágado com preguiça
Jacu celebrando missa
Macaco jogando bola.

Vi camaleão cantando
Girafa na autarquia
Que fazia profecia
E um preá digitando
Urubu em cantoria
Um caranguejo assovia
Uma raposa bordando
Vi um bode que pescava
A ovelha que dançava
Um socó velho chorando.

Vi tatu batendo sola
Uma aranha parteira
Cachorro com uma peixeira
Burro tocando viola
Cavalo no escritório

Um vaca no velório
Piau fazendo sermão
Tartaruga de celoura
Tentando comer cenoura
E um galo tabelião.

Vi um touro resmungando
Cururu batendo telha
Vi uma garça vermelha
A um curral vigiando
Um morcego de batina
Uma cascavel granfina
Triste jogando baralho
Carneiro bater pandeiro
Pavão contando dinheiro
Coral tocando chocalho.

Vi coruja no espelho
Maritaca no volante
Vi um cancão arrogante
Um inambu de joelho
Sheshel torrando pipoca
Tetéu comendo paçoca
Saracura de grinalda
Rato batendo pandeiro
Um caititu sanfoneiro
E uma cutia de fralda.

Vi raposa benzedeira
Tico-tico no fubá
Bentevi e carcará
De gibão bota e perneira
Um corduniz capinando
A lavandeira lavando
A farda do rouxinol
Rolinha comendo broa
Pardal remando canoa
Codorna roubando o sol.

Jararaca com bodega
Pintassilgo de muleta
Vi uma onça sem teta
Lobo guiar cobra cega
Um cachorro farmacêutico
Um calango terapêutico
Veado ser professor
O leão advogado
O tubarão deputado
Peba médico doutor.

Vi guaxinim promotor
Andorinha costureira
Seriema cozinheira
Mosquito agricultor
João de barros jornalista
O cardeal radialista
Periquito engenheiro
Formiga ser construtora
Curicaca professora
O leopardo pedreiro.

Vi girafa ser vigia
O gueopardo um soldado
Vi um jaburu fardado
Tigre casar com cutia
Beija-flor arruaceiro
Avestruz ser violeiro
Uma ema fuxiqueira
A mutuca estilista
Papagaio lendo revista
E a águia ser faxineira.

Vi um cavalo alado
Pilotando avião
Traíra num caminhão
Por um mucuim puxado
Um tamanduá bandeira
Fazendo compras na feira
Asa branca de chuteira
Um cassaco de gravata
Moriçoca de alpargata
Muçum dançar gafieira.

Vi um ganso ser padre
Fura-barreira pastor
Maracajá cantador
Jaguatirica ser madre
O porco dançar forró
Saci com a perna só
Dançar bolero e tango
Vi um peru boiadeiro
Gafanhoto seresteiro
De amizade com calango.

Eu vi o papa lagarta
Chamando por anum preto
Teotônio buscando graveto
Uma lagartixa farta
Um capote no terreiro
Sabiá no juazeiro
Rindo e dando gargalhada
Leão comendo capim
Louva-deus casar com soim
Zebra morrer engasgada.

Eu vi rã pilando milho
Procotó tocando flauta
A guariba em voz alta
Se equilibrar no trilho
Jabuti fazer carroça
Caçote plantando roça
Surubim curtindo couro
Uirapuru profetizar
Patativa campear
Coleiro amansar touro.

Vi baleia de colete
Anum-branco de jaqueta
Um caboré de careta
Gaivota com capacete
Urso tocar violão
Um tilápia de gibão
O siri de paletó
Camelo cortando pano
Picapau serrando cano
Pinguim comendo jiló.

Vi avoante fazer mel
Abelha beber cachaça
Besouro fumar na praça
Percevejo de chapéu
Papa-vento motoqueiro
O cauã caminhoneiro
Bicudo fazendo pão
Sanhaço guiando o trem
Vem-vém pilando xerém
Tisiu com enxada na mão.

Vi bacurau humorista
Caboclinho ser ferreiro
O coelho ser tropeiro
Salamanta desenhista
Um chimpanzé feiticeiro
Leão-dourado celeiro
O peixe-boi aboiar
Bicho preguiça valente
Coala fazer repente
Tucano se embriagar.

Vi gia fazendo fogo
Barata dançar xaxado
Gorila ser machucado
Porque não pagou o jogo
O mergulhão de sapato
Canastra querer ser gato
Pelicano embaixador
Marimbondo virar rato
Búfalo lavando fato
Graúna governador.

É grande adversidade
Espalhado mundo afora
Só destes lembrei agora
Muito longe da metade
Na cidade e no sertão
No ar na água e no chão
Tanto nas ruas e lixos
Dispus verdades narrar
Mas quem não acreditar
Faz favor contar os bichos.


Francisco erivaldo Pereira Alencar

domingo, 4 de dezembro de 2016

2.089 - AS PESSOAS MÁS FEITORAS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 04 12 2016 e música:


Pra onde a gente se vira
Ver gente inconsequente
Fanaticamente doente
Sem amor e sem postura
O mundo está repleto
De pessoas más feitoras
Covardes e impostoras
E sem noção de cultura.

Há pessoas por ai
Que se diz capacitada
Numa história mal contada
Como a história do Brasil
Defende o próprio interesse
E sem respeitar ninguém
Rouba o último vintém
Do tesouro varonil.

Que todos presenciamos
A briga pelo poder
Pois a medida do ter
Não encheu completamente
Vemos no alto comando
Ladrões roubando ladrões
Que monstros sem corações
Levam o dinheiro da gente.

Salário já é o mínimo
Inda querem reduzir
Ao mesmo tempo subir
As tarifas sociais
Acham que ganhamos muito
E eles que ganham pouco
Só sendo coisa de louco
Ou de gente irracionais.

Congelar educação
Pra pobre não estudar
Cursos gratuitos fechar
Isto é aberração
Não posso generalizar
Pois inda tem gente boa
O que tem de gente atoa
Denigre nossa nação.

Anistiar os ladrões
Só se ver em nossa terra
Qual o homem que não erra

Errar assim é demais
Quero ver as forças armadas
Entrar logo em ação
Pra defender a nação
Destes monstros infernais.

O Brasil é muito rico
Está sendo mal explorado
O seu tesouro roubado
Por um pequeno grupinho
E o povo que se dane
Sem emprego e assistência
Haja muito paciência
Pra não sair do caminho.

Ache ruim quem quiser
Só estou dizendo verdade
É preciso punidade
Contra ações impostoras
Pois quem não deve não teme
Sem medo de cara feia
Prender botar na cadeia
As pessoas más feitoras.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.088 - A VIDA DO SERTANEJO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 04 12 2016 e música:


Também sou agricultor
E morei numa palhoça
Com cinco anos de idade
Meu pai me levou pra roça
Aprendi todas as tarefas
Na propriedade nossa.

Eu conheço bem a roça
Pois foi lá que eu nasci
A lidar com agricultura
Muito cedo aprendi
Como cultivar a terra
Eu jamais me esqueci.

Também o quanto sofri
Eu jamais vou esquecer
Tudo de bom que passei
Sempre busco reviver
Que passei de bom ou mau
A todos faço saber.

Mas o meu maior sofrer
Catar fava no sol quente
No meio do carrapicho
O bicho espinhando a gente
E algodão com besouro
No calor forte e ardente.

É muito triste minha gente
Uma seca no sertão
Mas não há coisa melhor
Quando a chuva cai no chão
Relâmpago clareia o céu
Ao barulho trovão.

Como filho do sertão
Sinto-me lisonjeado
Pisar na terra molhada
Ficar todo enlameado
Banhar-me na cachoeira
Contemplar céu estrelado.

Poder campear o gado
Nas campinas do lugar
Tirar o leite das vacas
E no curral aboiar
Lidar com as criações

Levar pra roça pastar.

É gostoso acordar
Ao cantar dos passarinhos
Os pássaros arquitetos
Na construção dos seus ninhos
O Sabiá Laranjeira
Cantar para os filhotinhos.

Quem ama os passarinhos
Os deixam morar na mata
Jamais prendem em gaiolas
Quem tem a vida pacata
Precisam de liberdade
Para cantar serenata.

Quem ama jamais maltrata
Preserva a natureza
Temos por obrigação
Defendê-la com a certeza
De todos os bens a vida
É a nossa maior riqueza.

Falo com toda franqueza
Outra maneira não vejo
Ver a vida preservada
É tudo que nela vejo
Preservá-la também faz parte
Da vida do sertanejo.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.087 - PARLENDA DO AGRICULTOR.

Autor: Erivaldo Alencar

Letra: 04 12 2016 e música:


Lá vai um agricultor
Pra roça com muito amor
Com uma foice na mão
Sem camisa pés no chão
Muito alegre a cantar
Vai para roça brocar
Sem ter preguiça nem medo
Saiu de manhã bem cedo.

Depois que ele brocar
A broca vai acerar
Botar fogo e queimar
Em seguida encoivarar
A cerca ele vai fazer
Pra dos bichos proteger
Se a chuva cair no chão.
Vai fazer a plantação.

Depois que a roça plantar
O mato vai capinar
Quando a planta crescer
Ele vai ter de colher
Pra ele não há sol quente
Nem temperatura ardente
Sem preguiça nem empalho
Não fugirá do trabalho.

Planta milho e feijão
Mandioca e algodão
Abóbora batateira
Melão e melancieira
Planta pepino e café
Ata melão e coité,
Beterraba amendoim
Pastagem e gergelim.

Já com a plantação feita
Ele aguarda a colheita
E crendo no pai eterno
De mandar um bom inverno.
Encher o lar com fartura
E ao Senhor na altura
Em parlenda o agricultor
O agradece com louvor.




Francisco Erivaldo Pereira Alencar

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

2.086 - ALEGRAR E SORRIR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 28 11 2016  e música:


Sou Erivaldo Alencar
Um poeta escritor
Sou cordelista sensato
Que escreve com muito amor
Genealogista biógrafo
Literato pesquisador.

No verso eu sou doutor
Versejo com rima exata
Hagiólogo convicto
Uso palavra sensata
Não tive direito a escola
Sou sábio autodidata.

Levo uma vida pacata
Morando aqui na cidade
De nascer lá no sertão
Eu tive a felicidade
Larguei a vida do campo
Pra viver na sociedade

No peito guardo a saudade
Da minha terra querida
Da velha casa de taipa
Onde nasci para a vida
As margens duma estrada
Que do lugar dá saída.

Da minha terra querida
Jamais irei esquecer
No dia quando puder
A ela eu vou rever
Tenho sonho de um dia
Nela eu voltar viver.

Sei que fácil não vai ser
Pois não sou mais dono dela
O atual dono não vende
Nem eu posso comprar ela
Por isto somente em sonhos
Eu sonho morando nela.

A minha terra é bela
Não há o que discutir
Plantando de tudo dar
Isto posso garantir
O amor que eu a tenho
Faz-me alegrar e sorrir.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sábado, 19 de novembro de 2016

2.085 - NÃO SOU MAIS QUE NINGUÉM.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 19 11 2016 e música:

Eu não sou mais que ninguém
Sou poeta escritor
Sigo minhas tradições
Sou filho de cantador
Nascido no Comboeiro
Na terra do lavrador.

No verso eu sou doutor
Escrevo com facilidade
Mas não humilho ninguém
Pois tenho capacidade
Minha inspiração é fértil
Tenho o dom da igualdade.

Eu aclamo a verdade
Desconjuro a mentira
Sou sincero no que digo
O ódio me causa ira
Falsidade me dar nojo
E minha cabeça vira.

A minha alma suspira
Quando falam mal de mim
Tento fazer o correto
Errar não estou afim
Eu fico descontrolado
Junto com gente ruim.

Ao o bem eu digo sim
Ao o mal eu digo não
Quem precisar de ajuda
Eu estendo a minha mão
E aquele que me ferir
Perdoou de coração.

Eu não gosto dizer não
Pra quem tá necessitado
Desejo o bem para todos
Gosto de ser respeitado
Não discrimino ninguém
Pra não ser discriminado.

Também gosto ser amado
Procuro fazer o bem
Preservo a natureza
E tudo que nela tem
Tento crescer com os outros
Pois não sou mais que ninguém.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

2.084 - SÓ COM A CORAGEM E FÉ.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 11 2016 e música:


O sol está muito quente
A cabeça está doendo
Temperatura ardente
E o meu sangue fervendo.

Com duas hérnias de discos
No pé esporão de galo
Trabalhando corro riscos
Encher minhas mãos de calo.

Bem distante do meu ninho
Vou empurrando o carrinho
Para vender picolé.

Pra ganhar algum dinheiro
Eu trabalho o dia inteiro
Só com a coragem e fé.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.083 - BAIXAR A CABEÇA E GEMER.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 11 2016 e música:


Hoje amanheceu de lascar
Faltando dinheiro pra tudo
Nem o pão eu pude comprar
Um disparate graúdo.

Também não comprei mistura
O feijão acabou também
A vida tem sido dura
Nem água no pote tem.

A conta d’água atrasada
A luz tá pra ser cortada
Não sei mais o que fazer.

Pra mim só há um caminho
Encher a cara com vinho
Baixar a cabeça e gemer.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 13 de novembro de 2016

2.082 - GENTE QUE NÃO É GENTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 13 11 2016 e música:


Tem gente que dar valor
Falar mal da vida alheia
Deixa os seus afazeres
Meu Deus que coisa tão feia
Quem ver a vida dos outros
Termina levando peia.

Tinha uma vizinha que
Deixava de trabalhar
Esquecia os pratos sujos
Deixava o feijão queimar
Mas tinha tempo de sobra
Pra dos outros fofocar.

Juntava-se as amigas
Pra ficar bisbilhotando
A vida doutras vizinhas
Ficava observando
Distorcia o que ouvia
Para sair fofocando.

Que acontecia na rua
Ela ficava sabendo
E onde não a cabia
Tava sempre se metendo
Segredos que contavam
Ela saia dizendo.

Gente que tece fuxico
De uma casa pra outra
Só se sente satisfeita
Quando tá falando doutra
Sai de uma fuxicada
E já vai entrando noutra.

Tem gente que se acha
A pessoa mais direita
Enquanto fala das outras
Ela se sente perfeita
Tem gente que é criativa
Já tem outra que enfeita.

Gente que age assim
Só sendo muito doente
Quando não tá fofocando
Demonstra tá descontente
Mesmo que não aceitemos
Tem gente que não é gente.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.