terça-feira, 28 de junho de 2022

2.950 - NÃO BASTANTE SER POETA.

 

Autor: Erivaldo Alencar

 

Letra: 28 06 2022 e música:

 

Não bastante ser poeta

Nem tão pouco ser profeta

Poesia me completa

Em qualquer situação

Mais nem tudo que se ver

É permitido dizer

Não também descrever

Se não tiver permissão.

 

Tem que ser bem preparado

Também ter muito cuidado

Pra fazer verso rimado

Sem prejudicar ninguém

O poeta escritor

Na poesia é doutor

Pra mostrar que tem valor

Não se mete em confusão.

 

Seja com ou sem viola

Versando não se enrola

Tira versos da cachola

Com o dom da inspiração

Poeta não é mofino

Isto eu sei desde menino

Poesia é dom divino

Vem do Pái da criação

 

Poeta é meticuloso

Responsável cuidadoso

Previdente estudioso

Nunca cansa de estudar

Está sempre aprendendo

O saber desenvolvendo

E o mundo conhecendo

Pra escrever ou cantar.

 

Tem que ser inteligente

Educado e descente

Na profissão do repente

Vezes chega ser profeta

Tem que ter sabedoria

Está convicto Noite e dia

Na escrita ou cantoria

Não bastante ser poeta.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.949 - FELIZ DA VIDA ESBANJANDO ALEGRIA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 28 06 2022 e música;

 

 

O mundo que quero não é o que vivo

O mundo que eu quero é o de paz e amor

Não quero um mundo para ser cativo

Nem viver com medo nem sofrendo dor.

 

O que mais quero é viver em liberdade

Sem violência e sem sofrimento

Que haja esperança e fraternidade

Sem cobiças e sem desentendimento.

 

Quero um mundo que eu possa ir e vir

Sem doenças e sem me constrangir

Sem poluição e nem pornografia

 

Eu quero um mundo que eu possa viver

Andar livremente, comer e bebenr

Feliz da vida esbanjando alegria.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

2.948 - ESCREVO PRO LEITOR LER, A MINHA COMPOSIÇÃO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 23 06 2022 e música:

 

 

Sou poeta brasileiro

Cearense cabeça chata

Nascido no Comboeiro

Uma terra de verde mata

Na casa as mergens da estrada

Ao cantar da passarada

Lá no meu velho sertão

Quem sou eu faço saber

Escrevo pro leitor ler

A minha composição.

 

Gosto de escrever ´poema

Conscientemente rimados

Poetizar é meu lema

E#m versos metrificados

Escreveré um dom meu

Deus criador quem me deu

Com boa inspiração

Fez a eu lhe prometer

Escrevo pro leitor ler

A minha composição.

 

Verso com simplicidade

Sem prejudicar ninguém

Sou poeta de verdade

Não copio de alguém

Buscando fazer perfeito

Deixar o leitor satisfeito

Da cidade e do sertão

Gosto de ler e escrever

Esc revo pro leitor ler

A minha composição.

 

Eu descrevo sobre amor

Saúde e felicidade

Sobre a doença e a dor

Calúnia e falsidade

T rabalho e literatura

Do vício e da cultura

Acidente e educação

Conhecimento e saber

Escrvo pro leitor ler

A minha composição.

 

Descrevo a vida no campo

Do homem trabalhador

Da inflação e do trampo

Pecuarista e agricultor

Das plantas e animais

Chuva, vento e minerais

Da seca e da salvação

Tenho orgulho em dizer

Escrevo pro leitor ler

A minha composição.

 

Da casa onde nasci

Relâmpago e avião

Do que vi e do que ouvi

Das coisas do meu sertão

Do aboio e vaquejadas

Das veredas e das estradas

Das aves e do trovão

Do comer e do beber

Escrevopro leitor ler

A minha composição.

 

Da miséria e do pobre

Política e do sistema

Da bele4za e do nobre

Da virtude, do problema

Do baião de cantoria

Do orgulho e simpatia

Do esporte do vulcão

Sentimento e do prazer

Escxre4vo ´pro leitor ler

A minha composição.

 

Do poeta tarimbado

Narro o que o povo sente

O futuro e o passado

Sem esquecer o presente

Tudo que há por ai

Vou ficando por aqui

Mas digo de antimão

Sem de nada esquecer

Escrevo pro leitor ler

A minha composição.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

 

2.947 - MINHA MAIOR INSATISFAÇÃO.

 

MINHA INSATISFAÇÃO.

 

Autor; Erivaldo Alencar.

 

Letrea: 23 06 2022 e música;

 

 

A minha maior insatisfação

É não puder fazer tudo que eu quero

É triste, humilhante, quão decepção

Por querer e não puder, me desespero.

 

Tenho bons sonhos pra realizar

Mas não posso fazer acontecer

São só asonhos que sonho sem parar

Quanto mais sonho, mais sinto-me sofrer.

 

Viver só de sonhos não é viver

Realizar meus sonhos, fica no querer

Sonhos não realizados, que decepção.

 

É triste viver só de sonhar sonhar.

Sem puder meus sonhos realizar

É a minha maior insatisfação.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.946 - TENHO ORGULHO DE SER ACOPIARENSE.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 23 06 2022 e musica:

 

 

Salva, salve minha terra

A terra do lavrador

Terra do meu orgulho

Do poeta escritor

Lugar bom de se viver

Terra que tenho amor.

 

Terra que tenho amor

Oh querida Acopiara

Do céu límpido e azul

Lugar de beleza rara

De gente hospitaleira

O seu progresso não para.

 

O seu progresso não para

De comércio ativista

Um município agricola

De população pecuarista

De homens trabalhadores

Do poeta cordelista

 

Do poeta cordelista

Da mulher trabalhadora

Do Perpétuo do Socorro

Padroeira e protetora

A terra do lavrador

Uma terra encantadora.

 

Uma terra encantadora

Por seu povo idolatrada

As margens do Quincoê

Uma cidade adorada

No alto de uma colina

É por nós perpetuada.

 

É por nós perpetuada

Quem nela trabala vence

Uma terra hospitaleira

No interlan cearense

Tenho orgulho e prazer

De ser acopiarense.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 21 de junho de 2022

2.945 - DIVIDINDO O TEMPO COM A SOLIDÃO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 21 06 2022 e música:

 

 

A noite chegou eu fui me deitar

Pra que eu pudesse tranquilo dormir

Do enfado na cama descansar

Com a intensão dos problemas fugir.

 

Para relaxar e tentar esquecer

E a não ter que dar explicação

Longe de tudo e todos viver

Em um lugar a esmo sem poluição.

 

Viver pra eu sem me preocupar

Sozinho sem ter com quem conversar

Sem amigos, sem parentes, sem paixão.

 

Viver livre sem ninguém pra reclamar

Sem confusão, sem falar e sem escutar

Dividindo o tempo com a solidão.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.944 - O POETA ESCRITOR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 20 06 2022 e música:

 

 

O poeta escritor

É um grande criador

Um exímio inspirador

Do estudo e sabedoria

A arte do conhecer

Com alegria e prazer

Eu me sinto no dever

Descrever em poesia.

 

Digo com dicernimento

Sem redução nem aumento

O campo do conhecimento

Que eu sou conhecedor

Poesia é arte pura

No ramo da literatura

É saber e é cultura

Dada pelo Criador.

 

Na poesia popular

Se tem o don de criar

É possivel desabafar

De maneira educada

Discernir o que é verdade

Combater a falsidade

Mostrar arealidade

De forma consensuada.

 

O poeta é um menestrel

É um doutor sem anel

Ao seu ofício fiel

Do saber o defensor

O poeta é um artista

Um sábio especialista

Estudioso analista

Exímio pesquisador.

 

Poeta é professor

Autêntico pregador

Literato e narrador

É vidente e é profeta

Um conhecedor do mar

Da terra, água e ar

Tudo que se imaginar

O poeta é um poeta.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.943 - SENHORA DA SAÚDE.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 21 06 2022 e música:

 

 

Oh senhora da saúde

Refúgios dos pecadores

Oh virgem santa e puríssima

Limpa-me das minhas dores.

 

Defensora de todas graças

Dos enfermos curadora

Misericórdia e bondade

Senhora reparadora.

 

Consoladora dos aflitos

Mãe vde toda huimanidade

Na fracquesa e no desânimo

Cura minha enfermidade

 

Senhora e mãe virtuosa

Digna de toda virtude

Cura meu corpoe minha alma

Oh senhora da saúde.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.942 - SÃO OBRAS DO CRIADOR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 21 06 20222 e música:

 

 

Eu vinha vindo de casa

Sem querer me empalhar

Com direção ao trabalho

De longe pude enchergar

Na parede da barragem

Aproximei pra confirmar.

 

Lá em uma poça d’água

Com o corpo machucado

Um gato preto, que talvez

Foi morto atropelado

Quem o matou eu não sei

Nem se foi ou não culpado.

 

Casos desta natureza

Deixa-me mui revoltado

Deparar com animal

Pelas ruas abandonado

Por alguém ser maltrado

Ou então atropelado.

 

Sinto-me dores profundas

Em ver um pobre animal

Sem conforto, sem bons tratos

Ao meu coração faz mal

Por não puder evitar

Meu sofrer é sem igual.

 

Meus amigos e amigas

Peço-lhe grande favor

Respeitar o0s animais

Eles merecem mosso amor

Com nós seres humanos

São o9bras do Criador.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

2.941 - VEM DEPRESSA PROS MEUS BRAÇOS.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra; 20 06 2022 e música:

 

 

Minha idolatrada flor

Flor de minha estimação

Dar pra eu o teu amor

Darei-te meu coração.

 

Sou livre desempedido

Tenho tanto amor pra dar

Meu coração dolorido

Tá doidinho pra te amar.

 

Esqueça o mundo lá fora

Vem cvorrendo, vem agora

Pro calor dos meus abraços.

 

Seu amor seja só meu

Que o meu será só seu

Vem depressa pros meus braços.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

2.940 - SEM O ALUGUEL PAGAR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 20 06 2022 e música:

 

 

Eu não sou dono do mundo

Nem também pretendo ser

Mas se por acaso um dia

Eu vier enriquecer

Sem dúvida ao Criador

Eu irei agradecer.

 

Quanto o tempo que viver

Quero viver bem comigo

Sem reclamar de ninguém

Vida dos outros não ligo

Irei tentar ser eu mesmo

Com esforço sei que consigo.

 

Sou o meu próprio amigo

E sempre eu hei de ser

Os desafios que tenho

Eu tenho que resolver

O mundo é espaçoso

E bom para se viver.

 

É meu supremo dever

Buscar sempre o direito

Na medida do possível

Tentar ser o mais perfeito

Buscando fazer aquilo

Sem curvar-me o não aceito.

 

Se tenho ou não defeito

Sei muito bem que tenho

Na intensão de corrigir-me

Tenho buscado com empenho

Pra não cometer mais erros

Esforço-me com desempenho.

 

Com muito respeito venho

Piamente declarar

Quem é o nãp é o dono

Eu não, posso afirmar

Sou inquilino que moro

Sem o aluguel pagar.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.939 - NÃO UM SUJEITO QUALQUER.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 20 06 2022 e música:

 

 

Passam das dez da manhã

O sol está muito quente

Há poucas nuvens nos céus

Calor sufocando a gente

Eu aqui nesta cadeira

Tirando versos da mente.

 

Em dia de sol ardente

Sem ter muito o que fazer

Busco daqui e dali

Tentando compreender

O vento soprando frio

Sol botando pra derreter.

 

Se Deus me favorecer

Vou chegar aonde quero

Os desafios são grandes

Superá-los eu espero

Sou poeta e persistente

Nos meus atos sou sincero.

 

Imprudência não tolero

Sou um cara cauteloso

Minha inspiração é fértil

No que faço sou zeloso

Eu não adoto a mentira

Pra isto sou rigoroso.

 

Reconheço ser teimoso

Bastante inteligente

Embora eu não pareça

Eu sou mais que persistente

O meu coração é límpido

E de amor ricamente.

 

Eu sou um sábio fluente

Embora finja não ser

Meu dilema é divino

Com Deus eu hei de vencer

A fé que guardo no peito

Jamais eu irei perder.

 

Ódio nunca hei de ter

Pois creio no salvador

Sou um cara expansivo

Dotado de muito amor

Comigo não há tristeza

Nem falsidade nem dor.

 

 

Eu n~]ao carrego rancor

Sou preservador da vida

A vida é muito curta

A estrada é tão comprida

Vida maior patrimônio

Não deve ser deswtruida.

 

O Deus pai criou a vida

De presente Ele nos deu

Temos por obrigação

Zelar pelo feito seu

Se alguém desrespeitar

O culpado não é eu.

 

Livre arbitre Deus me deu

Pra fazer o que quiser

Cada um irá pagar

Por todo mal que fiser

Sou apenas o que sou

Não um sujeito qualquer.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.938 - DEUS ME LIVRE DE VOCÊ.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 20 06 2022 e música:

 

 

Vai te catar mulher

Deixe de me perturbar

Eu não sou quem você quer

Eu jamais vou te amar.

 

É pedra no meu caminho

Que sem querer tropecei

Jamais terá meu carinho

Nem meu amor te darei.

 

Como se é tão ruim

Você não serve pra mim

Sabe muito bem por que.

 

Persistir não adianta

A eu vocênão encanta

Deus me livre de você.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

domingo, 19 de junho de 2022

2.937 - SEJA VOCÊ MESMO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 19 -6 2022 e música:

 

Jamais queira ser o outro

Seja você mesmo amigo

Isto jamais pode ser

Com realeza lhe digo

Ser o outro não podemos

Prefiro ser eu comigo.

 

Brigar com ninguém não brigo

Mas o que digo é verdade

Sonhar em sermos o outro

Pra quem não tem dignidade

Não acreditar em si

Falta de capacidade.

 

Com toda sinceridade

Sequer se deve pensar

De ser a outra pessoa

O que se deve buscar

Por si mesmo e consigo

Pra o sucesso alcansar.

 

Nada vai adiantar

A o outro querer ser

O outro é ele mesmo

Sempre vai prevalecer

Ser outro não é possível

Você tem que entender.

 

Para na vida vencer

Somente de ti depende

Buscar ajuda tudo bem

Ser o outro não atende

Sua própria ambição

Não sei se me compreende.

 

Muita gente que se prende

A este falso desejo

Pois a possibilidade

De ser o outro não vejo

Ser um poeta famoso

É algo que tanto almejo.

 

Ser o outro eu não vejo

Menor possibilidade

Não adianta ir contra

Nossa possibilidade

Então seja você mesmo

Que vencerá de verdade.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.936 - ANTONIO MARACAJÁ.

 

Autor: erivaldo Alencar.

 

Letra:  19 06 2022 e música:

 

 

Desta vez eu vou narrar

A história dum repentista

Na profissão do repente

Ele foi grande artista

Um exímio cantador

Que jamais fugiu da pista.

 

Antonio Alves Pereira

Este é o nome seu

Antonio Maracajá

Para o repente nasceu

Sítio Liso, Acopiara

Onde nasceu e cresceu.

 

O dia cinco de maio

Data do seu nascimento

Mil novecentos vinte e dois

Naquele justo momento

A família alegrou-se

Com seu aparecimento.

 

Filho biológico de

Senhor Antonio Moreira

E Ana Pereira Lima

Doméstica e companheira

Seu pai foi agricultor

Ensinou-lhe a lição primeira.

 

Ele só tinha uma irmã

Sua amiga do coração

Maria Alves Pereira

Casou com Elias Romão

Além de primo e cunhado

Tinha-o como irmão.

 

Maracajá foi bom filho

E no Liso se criou

Com a irmã e seus pais

Lá muito tempo morou

E para ajudar seus pais

Na roça ele trabalhou.

 

Ele iniciou na arte

Aos três anos de idade

Tocando em oito baixos

Em sua comunidade

Já mostrava ter domínio

E muita capacidade.

 

 

Aos dezoito de idade

Sua querida mãe lhe deu

Sua primeira viola

Que com prazer recebeu

Rapidamente a tocar

E a cantar aprendeu.

 

Em quarenta e cinco compôs

O seu primeiro poema

Título (Trite Partida)

Ao seu modo e sistema

Contando a dor da partida

Este foi o principal tema.

 

No ano sessenta e quatro

(Martírio da minha vida)

(minha infância) veio depois

(Mulher bonita) em seguida

(Separação de nós dois)

Compôs em contra partida.

 

Despedida de Zé Jales

É de sua Autoria

Conta a história dum vaqueiro

Que nos deu tanta alegria

Num acidente em vaquejada

A sua vida perdia.

 

Com Maria Alves de Lima

Casou em nupcia primeira

Com Maria Pereira Matos

Isto em nupcia derradeira

Apelidada de Neném

Sua última companheira.

 

Cinco filhos biológicos

Em ambos os casamentos

Quatro foram no primeiro

E um no segundo evento

Mais um que foi adotado

São verdades não invento.

 

Cícero Alves Pereira

Adauto Alves Pereira

Raimundo Alves Pereira

Foi aumentando a fileira

E José Alves Pereira

Filhos da mulher primeira.

 

Da última o Nicodemus

Um rapaz bem preparado

Geraldo José de Souza

Único filho adotado

Sendo Geraldo seu primo

Pelo primo foi criado.

 

 

Antonio Maracajá

Em vários morou lugares

Além do Liso e São Paulo

Acopiara em vários lares

Bonome, Piquet Carneiro

Quixoá e outros ares.

 

Barro Alto em Iguatu

Campina Grande também

Ele fez programas em rádios

E se saiu muito bem

Representando sua terra

Ele foi muito além.

 

No ano cinquenta e oito

Por José Gonçalves levado

Cantou em programa de rádio

Na Paraíba o estado

Cidade Campina Grande

Onde foi ovacionado.

 

Cantou  em um auditório

De quatrocentos lugares

Nesta apresentação ganhou

Muitos aplauso populares

Também ganhou o apelido

Que atravessou os mares.

 

Do jornalista Dinaldo

O vulgo Maracajá

Por tá pintando de branco

Os pelos aqui e acolá

Pelos da cabeça e cara

Os braços pintavam já.

 

Antonio Maracajá

Um repentista completo

Também poe escritor

Escreveu certo e reto

Na poesia matuta

Foi um cantador repleto.

 

O Gato Maracajá

Na profissão cantador

Carinhosamente chamado

Exerceu com muito amor

Representou muito bem

A terra do lavrador.

 

Na profissão do repente

Cantou com Cego Mangabeira

Julio Aires e Zé Tota

Manoel de Oliveira

Zé Gonçalves de Várzea Alegre

João e Pedro Bandeira.

 

 

Cantou com Zé Alexandre

Chico Alves de Iguatu

Higino Gomes de Melo

Zé de Souza digo a tu

Com Osmarino de Freitas

Ele cantou sem lundu.

 

Com o João Vitorino

Chico Crisanto e Azulão

Com Chico Guedes também

Canytou para a multidão

E com Genival Limeira

Ele desbravou o sertão.

 

Como cantador repentista

Antonio Maracajá

Percorreu vários estados

Além do seu Ceará

O Rio Grande do Norte

Paraíba morou lá.

 

Pernambuco e São Paulo

O Piauí conheceu

Esteve em muitas cidades

Cumprindo o que prometeu

Sem jamais decepcionar

O povo que o acolheu.

 

Lá em São Paulo foi

Pelo Azulão levado

Programa do Téo Azevedo

Ele foi apresentado

Lá na Rádio Atual

Deu conta do seu recado.

 

Na viagem a São Paulo

Ele gravou em cantoria

O seu primeiro CD

Num disco em parceria

Realizar este sonho

Sua maior alegria.

 

No festival de cantadores

Em noventa e seis o ano

Ele perdeu a viola

Foi seu maior desengano

Ficou vários meses parado

Atrapalhando seu plano.

 

Com o Toinho Buchudo

Certa vez ele cantando

Para ir pra sua casa

A sua mulher chamando

Provando ser bom poeta

Ele lhe respondeu versando.

 

 

Maracajá mesmo bêbado

Não faz um verso perdido

Em outra ocasião

O nosso poeta querido

Fez uma estrofe dormindo

Em tema pré-escolhido.

 

Em primeiro de novembro

De dois mil e dez o ano

Partiu de Piquet Carneiro

Pra morar com o suberano

Deixou o mundos vivos

Foi viver em outro plano.

 

Como era seu desejo

Nosso nobre cantador

Por amar a sua terra

Pediu um grande favor

Seu corpo descansa em paz

Na terra do lavrador.

 

Maracajá foi exemplo

Na arte de cantador

Um poeta extrovertido

Do público animador

Orgulho dos repentistas

Da terra do lavrador.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sexta-feira, 17 de junho de 2022

2.935 - AINDA TENHO LEMBRANÇA DAS COISAS DO MEU SERTÃO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 17 06 2022 e música:

 

 

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão

Lá cresci na esperança

Tive boa formação

Eu nunca que esqueci

Os bons tempos que vivi

Lá no meu velho rincção

Copm amor e na bonança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Era de taipa a casinha

Onde nasci me criei

Humilde e simplesinha

Nela bom tempo passei

Virada para o nascente

Os fundos para o poente

As margens do estradão

Mas cheia de esperança

Ainda tenho lembrança

Das coisa do meu sertão.

 

A casa era formada

Por uma sala na frente

Com a porta da entrada

E a janela no nascente

Com a sala de jantar

Como se pode notar

Era tijolada o chão

Janela dava segurança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Tinha uma grande cosinha

Com porta para o poente

Ao sul uma janela tinha

Ligada ao quarto da frente

Um quarto junto a cosnha

Pequena janela tinha

Pra extinguir a escuridão

Vivíamos em festança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

O quarto onde nasci

Com porta para cosinha

Janela pro oitão eu vi

Mas um outro quarto tinha

Que ficava lá na frente

Um alpendre no nascente

Completava a mansão

Que nos dava segurança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Na frente um grande terreiro

Lá jogávamos futebol

Tinha um grande juazeiro

Que nos livramos do sol

Nos seus galhos nós subia

Seus frutos a gente colhia

E fazia a degustação

Que bons tempos de criança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Tinha um pé de cajarana

Que tinha a minha idade

Pasasámos a semana

Curtindo a felicidade

Tinha um outro terreiro

Outro pé de juazeiro

E um enorme poleirão

Galinhas faziam festança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Aquela casa singela

As margens do estradão

Saudades eu sinto dela

Faz doer meu coração

Também tinha dois chiqueiros

Para as cabras e carneiros

Bem ao lado no oitão

Com leite eu enchia a pança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Chiqueirava os cabritos

Botava mochila e boqueira

Naqueles bichos bonitos

Fazia cura da bicheira

Sem tempo pra descansar

Os porcos pra engordar

Botava no chiqueirão

Matava-os em festança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Eu lembro o curral do gado

Lá no final do terreiro

No centro um tronco enfincado

Saudoso aboio do vaqueiro

As vacas eu disleitava

Leite mogido eu tomava

Com Arlindo meu irmão

Vaquejava sem lambança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Eu ainda estou lembrado

O cachorro de estimação

Que foi mui bem educado

Luck, o seu nome então

Dormia junto com o gado

Que foi morto degolado

No roço do estradão

Sem puder fazer vingança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Ainda lembros as estradas

Quando criança passei

Das noites enluaradas

Veredas onde trilhei

A primeira namorada

A minha prima amada

Também lembro o bouqueirão

Do chiquerador de trança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Com cinco anos de idade

Eu aprendi trabalhar

Com onze fiz a vontade

Fui pra escola estudar

Em quatro meses somente

Aprendi o suficiente

Ler e escrever então

Com esforço e perseverançao

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Quatro foram os professores

O meu pai foi o primeiro

Com estes educadores

Eu aprendi a ler ligeiro

Carta de ABC e cartilha

Eu jamais perdi a trilha

E o primeiro livro então

Taboada com nuança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Ainda estou lembrado

Do banho de cachoeira

Da foice e do machado

Enxadeque e roçadeira

Da chibanca e da enxada

Da picareta quebrada

Da perneira e do gibão

E da boa vinzinhança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Lembro o açude e a barragem

Do riacho inundando

Da estrada de rodagem

E do açude sangrando

Do roço da capoeira

Do tiritá da biqueira

Da chuva molhando o chão

Da colheita em bonança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Das caçadas de tatu

De viado e de rolinha

Dos peritos e peru

Ganso, pato e galinha

Do jacu e do capote

Da água fria do pote

Baião de dois e pirão

Do que é bom não se cansa

Aninda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Lembro o ponche de cajá

Carne frita do teú

Goiaba e maracujá

E do pé de mulungu

Das flores da catingueira

Do sítio da bananeira

Pinha, laranja e limão

Mesmo com tanta mudança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Inda lembro do moinho

A gente moendo o milho

Mamãe falando filhinho

Cuidado com o porvilho

Que é para fazer angu

Guarde bem o cherém tu

Não deixe cair no chão

Lá era tudo festança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Lembro o arroz de chapada

Da pamanoha e do chorice

Leite cozido e qualhada

Bons tempos de menenice

O gostoso mel de cana

Doce feito da banana

E o saboroso capitão

Para nós encher a pança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.


Eu jamais vou esquecer

Do queijo com rapadura

Vale apenas rever

O toicim feito fritura

Jeremum e melancia

Chapéu de couro, iguaria

Farofa de carne com pão

Com melão encia a pança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Há e o leite com pão

E o mungunzá com fava

Com toicim torrado então

As surras que mamãe me dava

Cangica e angu melado

Milho cozido e assado

Cajarana e o mamão

Eu comia sem lambança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Andar montado em cavalo

Campear gado no mato

Ouvir o cantar do galo

Bater da colher no prato

Tamarindo e trapiá

Macauba e fubá

Pipoca, cajá, melão

Fogão a lenha e balança

Anda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Inda hoje lembrado estou

Da dança de São Gonçalo

Elogiar aqui eu vou

O amançador de cavalo

A brincadeira de roda

O passa anel era moda

Em toda aquela região

Festa de forró com dança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Brincava de casamento

Contava historia de Trancoso

Botava água no jumento

Brincar do trisca era gostoso

Pegar parelha e nadar

Rios cheios atravessar

Jogar peteca e pião

Enquanto o tempo avança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

 

 

Eu lembro a cantoria

Da fogueira de São João

Asa-branca que alegria

E a desbulha de feijão

Lembro a quebra do milho

A caçada do novilho

Na cata do algodão

Cabra fazendo lambança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

Lembro quando brocava

Da tiração da madeira

Quando a roça acerava

Como se fosse brincadeira

Lembro do fogo de broga

Encendiários em toca

Fumaçava a amplidão

Povo gritava em festança

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu ertão.

 

Quanta saudade me dar

Da minha vida no passado

Até choro em lembrar

Do pouco que tou lembrado

Por enquanto pararei

Depois continuarei

Em outra ocasião

A minha mente não cansa

Ainda tenho lembrança

Das coisas do meu sertão.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar