segunda-feira, 28 de novembro de 2016

2.086 - ALEGRAR E SORRIR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 28 11 2016  e música:


Sou Erivaldo Alencar
Um poeta escritor
Sou cordelista sensato
Que escreve com muito amor
Genealogista biógrafo
Literato pesquisador.

No verso eu sou doutor
Versejo com rima exata
Hagiólogo convicto
Uso palavra sensata
Não tive direito a escola
Sou sábio autodidata.

Levo uma vida pacata
Morando aqui na cidade
De nascer lá no sertão
Eu tive a felicidade
Larguei a vida do campo
Pra viver na sociedade

No peito guardo a saudade
Da minha terra querida
Da velha casa de taipa
Onde nasci para a vida
As margens duma estrada
Que do lugar dá saída.

Da minha terra querida
Jamais irei esquecer
No dia quando puder
A ela eu vou rever
Tenho sonho de um dia
Nela eu voltar viver.

Sei que fácil não vai ser
Pois não sou mais dono dela
O atual dono não vende
Nem eu posso comprar ela
Por isto somente em sonhos
Eu sonho morando nela.

A minha terra é bela
Não há o que discutir
Plantando de tudo dar
Isto posso garantir
O amor que eu a tenho
Faz-me alegrar e sorrir.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sábado, 19 de novembro de 2016

2.085 - NÃO SOU MAIS QUE NINGUÉM.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 19 11 2016 e música:

Eu não sou mais que ninguém
Sou poeta escritor
Sigo minhas tradições
Sou filho de cantador
Nascido no Comboeiro
Na terra do lavrador.

No verso eu sou doutor
Escrevo com facilidade
Mas não humilho ninguém
Pois tenho capacidade
Minha inspiração é fértil
Tenho o dom da igualdade.

Eu aclamo a verdade
Desconjuro a mentira
Sou sincero no que digo
O ódio me causa ira
Falsidade me dar nojo
E minha cabeça vira.

A minha alma suspira
Quando falam mal de mim
Tento fazer o correto
Errar não estou afim
Eu fico descontrolado
Junto com gente ruim.

Ao o bem eu digo sim
Ao o mal eu digo não
Quem precisar de ajuda
Eu estendo a minha mão
E aquele que me ferir
Perdoou de coração.

Eu não gosto dizer não
Pra quem tá necessitado
Desejo o bem para todos
Gosto de ser respeitado
Não discrimino ninguém
Pra não ser discriminado.

Também gosto ser amado
Procuro fazer o bem
Preservo a natureza
E tudo que nela tem
Tento crescer com os outros
Pois não sou mais que ninguém.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

2.084 - SÓ COM A CORAGEM E FÉ.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 11 2016 e música:


O sol está muito quente
A cabeça está doendo
Temperatura ardente
E o meu sangue fervendo.

Com duas hérnias de discos
No pé esporão de galo
Trabalhando corro riscos
Encher minhas mãos de calo.

Bem distante do meu ninho
Vou empurrando o carrinho
Para vender picolé.

Pra ganhar algum dinheiro
Eu trabalho o dia inteiro
Só com a coragem e fé.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.083 - BAIXAR A CABEÇA E GEMER.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 11 2016 e música:


Hoje amanheceu de lascar
Faltando dinheiro pra tudo
Nem o pão eu pude comprar
Um disparate graúdo.

Também não comprei mistura
O feijão acabou também
A vida tem sido dura
Nem água no pote tem.

A conta d’água atrasada
A luz tá pra ser cortada
Não sei mais o que fazer.

Pra mim só há um caminho
Encher a cara com vinho
Baixar a cabeça e gemer.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 13 de novembro de 2016

2.082 - GENTE QUE NÃO É GENTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 13 11 2016 e música:


Tem gente que dar valor
Falar mal da vida alheia
Deixa os seus afazeres
Meu Deus que coisa tão feia
Quem ver a vida dos outros
Termina levando peia.

Tinha uma vizinha que
Deixava de trabalhar
Esquecia os pratos sujos
Deixava o feijão queimar
Mas tinha tempo de sobra
Pra dos outros fofocar.

Juntava-se as amigas
Pra ficar bisbilhotando
A vida doutras vizinhas
Ficava observando
Distorcia o que ouvia
Para sair fofocando.

Que acontecia na rua
Ela ficava sabendo
E onde não a cabia
Tava sempre se metendo
Segredos que contavam
Ela saia dizendo.

Gente que tece fuxico
De uma casa pra outra
Só se sente satisfeita
Quando tá falando doutra
Sai de uma fuxicada
E já vai entrando noutra.

Tem gente que se acha
A pessoa mais direita
Enquanto fala das outras
Ela se sente perfeita
Tem gente que é criativa
Já tem outra que enfeita.

Gente que age assim
Só sendo muito doente
Quando não tá fofocando
Demonstra tá descontente
Mesmo que não aceitemos
Tem gente que não é gente.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 6 de novembro de 2016

2.081 - SECA DA PESTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 06 11 2016 e música:


Senhor Deus do universo
Nosso pai e criador
Rogo-te neste poema
Tenha por nós mais amor
Mande chuva pro sertão
Por Jesus o salvador.

O sol está muito quente
Quase que insuportável
Temperatura elevada
Senhor seja mais amável
Acabe urgentemente
Esta seca interminável.

Nordestino é cabra macho
De coragem se reveste
É bravo e destemido
Não mancha a roupa que veste
Só queremos que Deus tire
Esta peste do nordeste.

Ó Senhor mestre dos mestres
Veja que sofrer eterno
Acalente o nordestino
Mandando um bom inverno
E de uma vez por todas
Mande a seca pro inferno.

Com este sol escaldante
A terra vai pegar fogo
Não há vivente na terra
Que agüente este jogo
Em nome dos nordestinos
Senhor eu te peço arrogo.

Há um cinzeiro no mundo
Parece está chovendo
Não é água é só cinza
Faz o dia escurecendo
Com a seca a vida na terra
Está desaparecendo.

São cinco anos de secas
Que assola o meu nordeste
Não há mais água nem pasto
No sertão nem no agreste
Só o Senhor pode acabar
Com esta seca da peste.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.080 - POEIRA FINA DO CHÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 06 11 2016 e música:

O vento sopra e levanta
Poeira fina do chão
Denunciando a seca
Que assola meu sertão

Folhas secas são levadas
Pra outro lugar distante
A flora é devastada
Por um clima escaldante.




Francisco Erivaldo Pereira Alencar

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

2.079 - SEM CONVIDADO.

 Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 03 11 1948 e música:


Há sessenta e oito anos
Houve um acontecimento
Numa manhã de novembro
Deus deu-me o consentimento
De sair da minha mãe
Para o meu nascimento.

Por nove meses estive
Preso ao ventre maternal
Sempre me alimentando
Por cordão umbilical
Pra com primogenitude
Nascer em parto normal.

No dia três de novembro
Quarenta e oito o ano
Do ventre da minha mãe
Eu tracejei o meu plano
Deixei a vida de feto
Para ser um ser humano.

Todos os anos nesta data
Comemoro aniversário
Sem querer fico mais velho
É só ver no calendário
Fui mudando de idade
Para sexagenário.

Aniversário de pobre
Não há nada diferente
Só os amigos mais íntimos
Inda se lembram da gente
Lembrar meu aniversário
É o meu maior presente.

Hoje é meu aniversário
Sinto-me gratificado
Uma vida de conquistas
Muito suor derramado
Sem bolo, sem vela, sem festa,
Sem jantar sem convidado.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.