sexta-feira, 27 de abril de 2012

1.086 – EU E O FUTEBOL

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 10 01 2010 e música; 19 02 2011.


Eu nasci lá no sertão
Onde canta o rouxinol
Lá passei a minha infância
Contemplando o por do sol
Foi onde tive os primeiros
Contatos com o futebol.

Iniciei no esporte
Jogando bola de meia
Depois bola de borracha
No terreiro e na areia
Seguida bola de couro
Lá no campo da aldeia

Entrei no segundo quadro
Do time do Comboeiro
Joguei de centro avante
Na meia e de ponteiro
Fui um jogador veloz
Na corria o primeiro

Joguei bola muitos anos
Mas nenhum gol eu marquei
Um dia fui de zagueiro
Muito bonito joguei
Numa única partida
Dois gols contra assinalei

Fui fundador e secretário
Da velha liga da cidade
Vice do Farias Brito
Time de celebridade
Fundei o Acopiara
Um campeão de verdade

Fundei a segunda Liga
Fui três vezes presidente
Quatro vezes eu fui vice
Fui um Gestor competente
Fundador e presidente
Doutra não mais existente

Num jogo lá no Tipís
Campinense x Acopiara
Foi no assinar da súmula
Que um atleta declara
Que não sabia seu nome
Chama o treinador e para

O treinador veio e disse
Tadeu é o nome teu
Jogou com o nome do outro
Jogador do time seu
O treinador João gritava
Vai Pedro ou vai Tadeu

Na Unidade também
Foi assinar um jogador
Disse não saber seu nome
E chamou o treinador
Jogou com nome de outro
Num jogo sem vencedor

No Campeonato Juvenil
Dedé era treinador
Do time de nome Náutico
Do Vila foi vencedor
Diminuiu a idade
De um certo jogador

O time do Vila Nova
Tão logo que percebeu
A irregularidade
Do time que o venceu
Protestou contra o Náutico
E os pontos requereu

Nesta época eu era
Da Liga o presidente
Chamei o Dedé e disse
Traga para mim urgente
Uma cópia do registro
Que o trouxe urgentemente

Ele trouxe o documento
Que estava rasurado
Disse-lhe este não serve
Vai ao cartório com cuidado
Tire a segunda via
Deste jogador citado

Ele foi ao cartório
E falou pra empregada
Eu quero a segunda via
Por favor, não diga nada.
Segunda via com a data
De nascimento errada.

Recebi o documento
Um tanto desconfiado
Fui no cartório e tirei
O documento citado
Comprovei que o registro
Tinha sido adulterado

Foi lá na Santa Felícia
Numa partida derradeira
Alguém me pediu socorro
Sem demora fiz carreira
Socorri uma criança
Se afogando na banheira

Pro primeiro Campeonato
Um alguém me avisou
Jogar no Trussu nem pensar
Para o Ebrom eu não vou
Quem jogou nestes lugares
Todo quebrado voltou

Fui acompanhar um jogo
Lá na vila do Trussu
Tinha pouca gente no campo
Logo ouvi um sururu
Uma grande multidão
Vinha fazendo rebu

Grande bandeira vermelha
Com a multidão eu vi
Com um letreiro no centro
Muito assustado li
Escrito Sangue Trussuense
Eu confesso que tremi

Certa vez no Comboeiro
Em jogo de campeonato
Um jogador deste time
Não tinha entregue o contrato
Ele veio me entregar
Naquele momento exato

Como eu não recebi
No meu bolso ele botou
Comboeiro ganhou o jogo
Ele mesmo denunciou
Comboeiro perdeu os pontos
Da partida que ganhou.

Outra vez o Acopiara
Estava pronto pra jogar
Era decisão de turno
Quando alguém veio avisar
Que um irmão de um jogador
Que tinha ido se banhar

Ele morreu afogado
E o treinador sem exitar
Veio às pressas me pedir
Para o jogo adiar
Disse-lhe não é possível
O outro time tá pra chegar

Não vamos entrar em campo
O treinador retrucou
Vai ser desclassificado                                                                                                                                                                               A punição eu lhe dou
O irmão do morto jogou
E o Acopiara ganhou

Num jogo bem disputado
No estádio Uchoão
Já no final da partida
Um jogo de emoção
Chutavam a bola pro mato
Eu a voltava de prontidão

Jogadores do Vila Nova
Formados por seis soldados
Não gostaram do que fiz
E por estes liderados
Numa rádio da cidade
Por eles fui denunciado

O locutor da emissora
Anunciou pelo ar
Que eu fosse até lá
Queria comigo falar
Apresentou-me a matéria
Eu a mandei publicar

Assim que foi divulgada
A matéria referida
Fui a sede do Vila Nova
Com a punição garantida
O policial atleta
Suspendi por uma partida.

Quando fui pegar a súmula
Num jogo de campeonato
Um jogador desrespeitou-me
Num campo dentro o mato
Eu não pensei duas vezes
Eu lhe suspendi no ato.

Foi num jogo do meu time
Pelo Torneio Integração
Eu estava desatento
Quando ouvi um barulhão
O narrador gritou o gol
E eu pulei de emoção

Pois foi a maior mancada
Que comigo aconteceu
Pois eu estava de costas
No  gol contra o time meu
Eu me disfarcei na hora
E o povo não percebeu


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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