segunda-feira, 31 de maio de 2021

2.760 - VOA SABIÁ II.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 30 05 2021 e música:

 

Olho e vejo

O céu bem estrelado

E eu aqui sentado

Gemendo de dor

Nesta cadeira

Busco inspiração

Em minha cachola

Pois a minha viola

É o um computador.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Não perco tempo

Estou de prontidão

Com pés firmes no chão

Eu começo escrever

Nem todos sabem

Sou poeta escritor

Versejo com fervor

Para meu leitor ler.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Não tenho medo

Confio em Jesus Cristo

Sou cidadão bem quisto

E mui bem conhecido

Acopiara

É meu o meu natural

Vim da zona rural

Disposto e destemido.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Hoje é domingo

Meu dia de descanso

Na idade eu avanço

Mas não posso parar

A vida é curta

O tempo ligeiro passa

Eu embora sem graça

Tenho que acompanhar.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Ando em vão

Na estrada do destino

Que não sou mais menino

Tenho que entender

Amo o trabalho

Gosto de trabalhar

Pra ter com que gastar

Tenho que me mexer.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Eu ganho pouco

Estou endividado

Estou sendo cobrado

Mas não posso pagar

Devo, não nego.

Eu não sou caloteiro

Só não tenho dinheiro

Pra minhas contas saldar.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

Diz um provérbio

Que o tempo vale ouro

O meu maior tesouro

O dom da poesia

Vender não vendo

Nem eu posso emprestar

Também não posso dar

Nem serve de avalia.

 

Voa Sabiá

Do galho da laranjeira

Que a pedra da baladeira

Vem zoando pelo ar.

 

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.759 - ENQUANTO VIDA TIVER, ESCREVEREI POESIA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 30 -5 2021 e música:

 

 

Já passa do meio dia

Aqui em Acopiara

A Terra do Lavrador

Cidade bonita e cara

Terra que eu quero bem

Lugar de beleza rara.

 

Alguém que por aqui para

Reconhece sua beleza

As margens do Quincoê

Mas longe de Fortaleza

Barragem Tibúrcio Soares

É nossa maior riqueza.

 

Guardo no peito a certeza

É um lugar promissor

Muito bom de se viver

Terra de nosso Senhor

Cidade reconhecida

Por Terra do Lavrador.

 

O poeta escritor

Nasceu aqui nesta terra

Lá no sítio Comboeiro

Pertinho do pé da serra

Logo aos três anos após

O final da grande guerra.

 

Este poeta não erra

Quando expressa o seu amor

A terra onde nasceu

Onde foi agricultor

Cearense cabeça chata

Vindo lá do interior.

 

Ser filho de cantador

Me faz sentir jubiloso

Ser herdeiro de poeta

Me deixa mais orgulhoso

Vindo de onde eu vim

Faz-me ser mais corajoso.

 

Peço ao Deus poderoso

Conservar minha inspiração

Para descrever meu povo

De toda esta nação

Ó pátria amada Brasil

Mora no meu coração.

Não faço difamação

Sem prova suficiente

Peço perdão quando erro

Dou meu perdão certamente

Procuro compreender

Do que ferir inocente.

 

Sou um sujeito carente

Mas sonho vencer na vida

Para chegar onde quero

A estrada é tão comprida

Além de ser espinhosa

É muito alta a subida.

 

Vejo a terra prometida

Escondida no além

A luz ao final do túnel

Vai brilhar pra mim também

Vou vencer os desafios

Sem ter que ferir alguém.

 

Faço o que mais me convém

Faço e dou garantia

Sem nunca escandalizar

A qualquer hora do dia

Enquanto vida tiver

Escreverei poesia.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 30 de maio de 2021

2.758 - PARA EU FAZER POESIA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 29 05 2021 e música: 

 

 

Para eu fazer poesia

Não há hora nem lugar

Não há noite nem há dia

Basta a inspiração chegar.

 

Em casa ou na estrada

Na sombra ou no sol quente

Rimada e metrificada

Feita pra leitor descente.

 

Uso minha inspiração

Pra tirar do coração

O assunto escolhido.

 

Meu raciocínio é reto

Versando eu me completo

Não tenho nada escondido.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sábado, 29 de maio de 2021

2.757 - A POESIA É PRA MIM.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 28 05 2021 e música;

 

A Poesia é pra mim

A razão do meu viver

O alimento da alma

Que me faz fortalecer.

 

O instrumento que tenho

De expressar meu sentimento

Minha fonte de lazer

E forma de entretenimento.

 

A poesia é pra mim

Canal de divulgação

De me fazer conhecer

E ampliar minha visão.

 

De reconhecer quem sou

E de jamais desistir

Uma forma coerente

De eu saber ir e vir.

 

A poesia é pra mim

Saber do conhecimento

O dom divino de Deus

Poder do discernimento.

 

Verdadeiro sacerdócio

Poder da inspiração

Arte plena e soberana

E dignifica o coração.

 

 

 

_______________________________________

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

2.756 - AGRADEÇO A DEUS POR ME DAR MAIS UM DIA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 26 05 2021 e música:

 

 

O dia já amanheceu

O sol saiu no nascente

O povo já percebeu

Que hoje vai ser dia quente.

 

A noite já foi embora

E as estrelas sumiram

Levantei-me a aurora

Minhas preguiças fugiram.

 

Tomei meu medicamento

Fiz o primeiro alimento

Vou a luta com harmonia.

 

Tenho muito que fazer

Antes vou agradecer

A Deus por mais um dia.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 25 de maio de 2021

2.755 - COMEÇO ESCREVER.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 24 05 2021 e música:

 

 

O meu tempo pra escrever é pouco

Em virtude da minha profissão

Corro muito até pareço louco

Mas ainda tenho disposição.

 

Quando que na hora do meu trabalho

Paro um pouco pra puder escrever

Quando vem a inspiração me empalho

Aproveito pra poesias fazer.

 

Dom da poesia foi Deus quem me deu

Trabalhando, andando uso o meu

Dom poético como fonte de lazer.

 

Com o papel e caneta na mão

Faço uso da minha inspiração

Não perco tempo e começo escrever.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 23 de maio de 2021

2.754 - NÃO SEJA CONIVENTE.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 23 05 2021 e música:

 

 

Se caso você ver um delinqüente

Maltratando um indefeso animal

Denuncie, não seja conivente

Bote na prisão o tal anormal.

 

Cuide bem o bicho de estimação

Dê água pra beber, conforto e carinho

Medicamentos e boa alimentação

E seja amigo do seu amiguinho.

 

Não desprezem seu cachorro e seu gato

Não dê pauladas e nem os jogue no mato

Nem os joguem  nem os façam sofrer.

 

Não matem nem prendam os passarinhos

Tenham compaixão dos animaizinhos

Pois cuidar bem deles é nosso dever.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sábado, 22 de maio de 2021

2.753 - FIQUE SABENDO QUE NÃO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Data: 21 05 2021 e música:

 

 

Sempre que chego em casa

Tu arranjas confusão

Se pensa que é minha dona

Fique sabendo que não.

 

Você não tem sentimento

É pedra seu coração

Quem vai na tua conversa

Bate com a cara no chão.

 

O lê mulher ingrata

É pedra teu coração

Você não ama ninguém

Nem merece meu perdão.

 

Fingistes que me amava

Em você acreditei

Me esqueci completamente

E pra você me entreguei.

 

O teu amor é podre

Teus beijos não tem sabor

Teu coração tem veneno

Em seus carinhos amargor.

 

O lê mulher ingrata

É pedra teu coração

Você não ama ninguém

Nem merece meu perdão.

 

É idiota O homem

Que em ti acreditar

Você é a perdição

De quem pensa em te amar.

 

É claro, está provado

Teu amor é maldição

Se pensa que é minha dona

Fique sabendo que não.

 

O lê mulher ingrata

É pedra teu coração

Você não ama ninguém

Nem merece meu perdão.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

2.752 – É FIM DE TARDE.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Leta: 20 05 2021 e música:

 

 

É fim de tarde e meu amor não vem

Nem sequer sei onde se encontra agora

O seu silêncio a nós não nos convém

De saudades dela o meu coração chora.

 

Nem seu telefone os números não sei

Estou impedido de ligar pra ela

Muitos são os lugares que a procurei

Em lugar nenhum tive notícias dela.

 

Já perdi a fé de nos meus braços tê-la

O tempo passa não consigo esquecê-la

Trazê-la de volta tentativa em vão.

 

Pois ela já não gosta mais e mim

Sem o amor daquela será o meu fim

E o desfalecer do meu coração.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

2.751 - O POETA É UM ARTISTA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 19 05 2021 e música:

 

 

O poeta é um artista

Sujeito bem inspirado

No repente ou na escrita

Rimado ou não rimado

Tira versos da cachola

Seja ou não metrificado.

 

É um doutor não formado

Cientista competente

Historiador e geógrafo

Filósofo e polivalente

De tudo sabe um pouco

Da profissão do repente.

 

Na arte de fazer repente

O cantador de viola

Faz o repente na hora

Provando ser bom artista

Tanto sozinho ou em dupla

Do verso é protagonista.

 

Outro poeta artista

O poeta embolador

Mesmo não sendo formado

Mais sábio que professor

Com o pandeiro na mão

No verso um demolidor.

 

Já o poeta escritor

Aquele que é poemista

Usa papel e caneta

Na área é um artista

No ramo da poesia

Muitos leitores conquista.

 

O poeta cordelista

O  escritor do cordel

Nara fatos e histórias

Com a caneta e papel

Vulto de grande saber

É um doutor sem anel.

 

Outro a artista fiel

O poeta aboiador

Dos parques de vaquejada

Exímio animador

Repente feito na hora

Alegra o espectador.

 

 

O poeta trovador

Nos chama muita atenção

Ele faz  versos na hora

Em qualquer situação

Usando um estilo próprio

Faz estremecer o chão.

 

Merece muita atenção

O poeta glosador

Faz o repente na hora

Com realeza e primor

No mundo da poesia

Verseja com muito humor

 

Sou poeta escritor

Popular e nordestino

Poemista e cordelista

Pra versejar tenho tino

Pra escrever Deus me deu

O maior dos dons divino.

 

Poeta um menestrel fino

Vulto de grande valor

Na poesia nordestina

Um bravo conquistador

Na bancada ou cantoria

Nunca perde seu humor.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

2.750 - JULIO AIRES PEREIRA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

 Letra: 16 05 2021 e música:

 

 Dê licença vou falar

Dum cidadão de valor

Cearense brasileiro

Da terra do lavrador

Agricultor e político

Comerciante cantador.

 

O Julio Aires Pereira

Este é o nome seu

Dia quinze de dezembro

No Comboeiro nasceu

Mil novecentos vinte e oito

Pra vida resplandeceu.

 

Seus pais Pedro Aires Pereira

E Maria Pereira Alencar

Dos três Julio que o casal

Com prazer podegerar

Os dois morreram crianças

Sem da morte se escapar.

 

É um Alencar da gema

De origem do Quincuncá

Região de Farias Brito

A antiga Quixará

Em novecentos e dez

Seus avós vieram pra cá.

 

O Julio Aires Pereira

Foi grande sua irmandade

Valdevino Aires Pereira

Um cidadão de verdade

O Joaquim Aires Pereira

Homem de capacidade.

 

Dois Julios e três Marias

Que ele não conheceu

Francisco Aires Pereira

Que afogado morreu

Francisco Pereira de Assis

Em São Paulo faleceu.

 

Antonia Aires Pereira

Morreu logo ao se casar

José Pereira Alencar

O único que vivo estar

Heleno e Hiranildo

São Martins de Alencar.

 

Ainda muito criança

Começou a trabalhar

Na roça com irmãos e pais

Pra nas despesas ajudar

Cuidava das criações

Sem tempo pra estudar.


Mesmo com a dificuldade

Ele buscava o saber

Com alguns meses de aulas

Ele pode aprender

Com esforços aprendeu

A ler e a escrever

 

Foi criança educada

E filho obediente

Desde cedo demonstrava

Ser muito inteligente

Amigo doutras crianças

Jovem fino e competente.

 

Foi um cidadão descente

De muita capacidade

Jovem esbelto e de visão

De responsabilidade

Foi querido das meninas

Curtiu sua mocidade.

 

Ao perder a sua mãe

Inda em sua mocidade

Casou-se em quarenta e sete

Com dezoito de idade

Com a Maria de Lourdes

Buscou a felicidade.

 

Desta comunhão feliz

Doze filhos ele gerou

Primeiro foi Erivaldo

Sou eu que aqui estou

O segundo foi Arlindo

Que pro céu já viajou.

 

A terceira foi a Lúcia

Que foi para o céu também

A quarta foi a Eunice

Em Ribeirão vive bem

O quinto foi Manoel

Que vive com Deus amém.

 

O sexto foi Neviwton

Hoje é comerciante

Sétima foi Edileuza

Com nove foi pra distante

Oitava foi Espedita

Pra nós é muito importante.

 

Em nono veio a Rita

Funcionária concursada

Em décimo Aparecida

Que por Deus Pai foi levada

Décima primeira a Fátima

Indaiatuba fez morada.

 

 

Décima segunda a Corrinha

Funcionária se tornou

No ano setenta e cinco

Julio Aires viuvou

Com a jovem Creusiomar

Em setenta e seis secasou.

 

Em seguida veio Cherline

Com Daniel é casada

Depois veio Juliana

Uma jovem preparada

E por último um aborto

Em gravidez complicada.

 

Júlio era muito jovem

Quando a sua mãe morreu

No mesmo ano casou-se

E muito feliz viveu

Com quarenta e cinco anos

A sua esposa faleceu.

 

O seu pai Pedro Pequeno

Em segundo casamento

Casou-se com Gumercinda

Foi viver novo momento

Que para alguns de seus filhos

Provocou constrangimento.

 

Depois da morte da mãe

Julio Aires se casou

Seu irmão Joaquim Pequeno

Pra sua casa mudou

Depois foi Zezinho Pequeno

Pra mesma casa rumou.

 

Depois os dois se casaram

O Joaquim com a Guiomar

Zezinho com a Luzanira

Para seus lares formar

São duas irmãs Alcântaras

Com dois irmãos Alencar.

 

No ano cinquenta e dois

Julio formou novo plano

Ir embora pra São Paulo

Pois naquele mesmo ano

O destino traiçoeiro

Traçou-lhe um contra-plano.

 

Seus filhos adoeceram

Em São Paulinho foi parar

Tinha vendidos os bens

Pra em São Paulo morar

Só escapou a terrinha

Porque ninguém quis comprar.

 

Na vila de São Paulinho

Um comércio instalou

Por vender tudo fiado

Em pouco tempo quebrou

Sem recursos e sem saúde

Um novo plano formou .

 

Sua casa estava ocupada

Procurou outro lugar

No sítio Riacho Fundo

Com a família foi morar

Montou um novo comércio

Tentando continuar  

.

Sem qualquer meio de vida

Foi trabalhar alugado

De empreita e diária

Para ganhar um trocado

Na Serra do Comboeiro

Pelo patrão humilhado. 

 

No ano cinquenta e seis

A situação melhorou

A herança de um irmão

O Julio Aires comprou

Ainda no mesmo ano

Uma vaquinha arrumou.    

 

No ano cinquenta e oito

Outra herança comprou

Com a venda da forragem

E uma burrinha pagou

Numa frente de serviço

Bravamente trabalhou.    

 

No ano cinquenta e oito

Passando dificuldade

Era uma seca danada

Com muita serenidade

Trabalhando de alugado

Pela sustentabilidade.

 

Mais ou menos ao meio dia

Sentou o joelho no chão

De mãos postas olhou pro céus

E ao santo de devoção

Pediu um outro trabalho

Pra puder ganhar o pão.

 

Ele fez uma promessa

Nas horas quentes do dia

Se a santa lhe ajudasse

Lhe daria a garantia

Metade do primeiro ganho

Para a santa ele daria.

 

Ao se levantar da terra

Sentindo forte calor

Sentiu no seu coração

A resposta do Senhor

Vou comprar uma viola

Porque vou ser cantador.

 

Logo ele foi convidado

Pra primeira cantoria

Na casa de Antonio Lopes

Sua filha se casaria

Ele foi cantar sozinho

Com bastante alegria

 

Ele só cantou romances

Inda não poetizava

Ganhou bastante dinheiro

Com a profissão que agarrava

Foi pra casa muito eufórico

Agradecido falava.

 

Amanhã vou pra cidade

Minha promessa pagar

Arreou o seu cavalo

Se dispôs a viajar

Se decepcionou quando

A igreja adentrar.

 

Ao adentrar a igreja

O padre ele avistou

Aonde que está o cofre

Ao padre ele perguntou

O cofre aqui sou eu mesmo

O padre lhe replicou.

 

 

Ele disse para o padre

Minha promessa vim saldar

O padre disse meu filho

Deus vai lhe abençoar

Estou aqui pra receber

Pode o dinheiro passar.

 

Julio entregou o dinheiro

O padre riu sem querer

O dinheiro está rasgado

Não devia receber

Julio disse está com sorte

Pelo dinheiro eu trazer.

 

Na profissão do repente

Em muitos lugares cantou

Com a viola nas costas

Pelo sertão viajou

Andou a pé com montado

Muita poeira levou.


Naquela época passada

Era tudo diferente

O cantador de viola

Tinha que enfrentar sol quente

De casa em casa andando

Pedindo pra cantar repente.

 

Quando chegava a casa

Dum ilustre cidadão

Cansado e empoeirado

Já pedia de anti-mão

Uma comida e se podia

A noite cantar baião.

 

Vezes recebia um sim

Em outras vezes um não

A notícia se espalhava

Ali por toda região

Cantava a noite toda

No terreiro ou no salão. 

 

Não é como hoje em dia

Que tem a facilidade

Transporte para os locais

No sertão e na cidade

Cantam duas ou três horas

Termina a festividade. 

 

Com muitos profissionais

Julio Aires fez cantoria

Escreveu vários poemas

Com rigor e maestria

Foi grande profissional

No mundo da poesia.

 

Em setenta com a família

Veio morar na cidade

Em nossa Acopiara

De grande prosperidade

Vindo lá do Comboeiro

De sua propriedade.

 

Inda no ano setenta

Na política se lançou

Em lugar de Paulo Florentino

Que a política abandonou

Candidato vereador

Primeira suplência ficou.

 

Teve a oportunidade

Na condição de suplente

No lugar de dona Auríce

Assumiu interinamente

Em pouco tempo demonstra

Que é político competente.

 

No ano setenta e dois

Ganhou pra vereador

Provou pra seus eleitores

Deles ser seu defensor

Mesmo sem nada ganhar

Mostrou seu real valor.

 

 

No ano setenta e seis

Disputou a reeleição

Foi eleito por seis anos

Ao lado do Dr. João

Sempre prestando serviço

A nossa população.

 

No ano oitenta e dois

Nova eleição disputou

Um mandato de seis anos

Esta eleição ganhou

Durante dezesseis anos

Um bom trabalho prestou.

 

No ano oitenta e oito

Nova eleição disputou

Mas teria sido eleito

Com a votação que tirou

Roubado na apuração

Na suplência ele ficou.

 

Tiraram parte de seus votos

Para outro eleger

Sugeri a recontagem

Mas ele não quis fazer

Ficou decepcionado

Por esta eleição perder.

 

Com a licença da Luíza

Por pouco tempo assumiu

Foi fiel ao seu partido

O mesmo que o traiu

Depois disto se isolou

E da política saiu.

 

Entre tantos os serviços

Ao o seu povo prestado

A luz elétrica do Ebrom

Por Gonzaga instalado

O Açude Riacho Fundo

Por ele foi arranjado.

 

No cargo de vereador

Muitos serviços prestou

Passou por todas comissões

A presidente chegou

Como prefeito interino

Nove dias governou.


Durante a vida ele foi

Agricultor, criador,

Foi cantador repentista

E poeta escritor.

Comerciante e aposentado

Três vezes vereador.  

 

Durante a vida ele foi

Agricultor, criador,

Foi cantador repentista

E poeta escritor.

Comerciante e aposentado

Rês vezes vereador.

 

 Duas vezes ele foi

Suplente vereador

Por nove dias prefeito

Da terra do Lavrador

Nas ausências por viagens

Do vice e do gestor.

 

Com quase oitenta e um

Julio Aires faleceu

Dia cinco de setembro

Lá em Iguatu morreu

No ano dois mil e nove

Assim escreve o filho seu.

 

Foi bom pai foi bom marido

Foi cidadão educado

Amante da sua terra

Profissional preparado

Partiu do mundo dos vivos

Mas deixou grande legado


Até hoje o Julio Aires

É pelo povo lembrado

Com sua simplicidade

Seu nome foi emprestado

Numa artéria da cidade

Seu nome foi confirmado. 

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.