3.152 - ESTÓRIAS DE TRANCOSO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra; 22 09 2023.

 

 

Tô indo pegar o carro

Em uma estrada de barro

Cantando tirando o sarro

Com destino ao sertão

Naqueles campos gerais

Contemplando os animais

Em meios aos matagais

Descalço de pés no chão.

 

Ao chegar ao meu rincão

Com muita animação

Curar a recordação

Que atormenta meu peito

O coração alegrar

Aos amigos visitar

Meus parentes abraçar

Sem dolo nem preconceito.

 

O momento eu aproveito

Para fazer meu deleito

Papo pra cima me deito

Pela selva passear

Ouvindo o galo cantar

Passarinhos gorjear

Sentir a pele queimar

Na relva me esparramar.

 

Um ar puro respirar

Correr, pular, gritar

No açude me banhar

Nadar contra a cachoeira

Curtir a felicidade

Divertir em liberdade

Mandar embora a saudade

Subir e descer ladeira.

 

Subir em uma aroeira

Colher pinha da pinheira

A noite pular fogueira

Vaqueiro aboiar saudoso

No alpendre armar a rede

Andar sobre a parede

Comer e matar a sede

Ouvindo estórias de Trancoso.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

3.151 – EU NASCI PRA SER VAQUEIRO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 22 09 2023: Na toada de vaquejada.

 

 

Eu nasci pra ser vaqueiro

E tenho prazer de ser

Gosto de lidar com gado

Lido com muito prazer

E só deixarei de ser

Somente quando morrer.

 

Pois enquanto eu viver

Exercerei profissão

De correr atrás de gado

Nas quebradas do sertão

Em lidar com touro brabo

Eu tenho satisfação.

 

Perneira, chapéu, gibão

Chocalho e par de espora

Um cavalo bom de campo

Linda moça que me adora

Em uma mata fechada

Ao som da selva que chora.

 

Ao tinido da espora

Montado em meu alazão

Com o meu chapéu de couro

E um chicote na mão

Pego no rabo do touro

E boto o bicho no chão.

 

E com o laço na mão

Boto chocalho e a careta

Eu tiro o leite da vaca

E mamo em sua teta

Dou o trato no bezerro

Dando o leite com chupeta.

 

Quando eu estou de veneta

Em festa de apartação

Eu pulo do meu cavalo

E monto no barbatão

Agarro pelas narinas

Prendo o bicho no mourão.

 

Sou vaqueiro campeão

No parque e no tabuleiro

Nas festas de vaquejas

Sou o vaqueiro primeiro

A todos faço saber

Eu nasci pra ser vaqueiro.

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.150 - POBRE APAIXONADO

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 14 09 2023.

 

 

Sou um pobre apaixonado

Por uma linda mulher

Más ela diz que não quer

Nada com este coitado

Eu vivo desesperado

Más jamais vou desistir

Daquela mulher seguir

Todos os passos que ela der

Como melhor convier

O seu amor conseguir.

 

Sempre irei persistir

Pra domar aquela ingrata

Aquela bonita gata

Logo ela há de vir

Chegar pra mim e pedir

Pra se jogar em meus braços

Logo caída em meus laços

Irei prendê-la em meu peito

Adormecida em meu leito

Entre beijo e abraços.

 

Não largarei os seus passos

Seja pra onde ela for

Serei dela cuidador

Não dispenso estardalhaços

Resistirei a cansaços

Dela não me afastarei

Onde for também irei

Estarei de olhos nela

Pra proteger minha bela

A tudo enfrentarei.

 

Por seu amor brigarei

Chorarei se for preciso

Vou até o paraíso

Onde for a buscarei

Seus erros perdoarei

Jamais serei derrotado

Logo a terei ao meu lado

Será minha e eu dela

Vou provar que sou por ela

Um pobre apaixonado.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

3.149 - SOU PEDRA NO SEU CAMINHO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 13 09 2023.

 

 

Sou pedra no seu caminho

Você tem sempre afirmado

Você não gosta de mim

Eu não sou do seu agrado

Eu sou peça descartável

Um cara desmantelado.

 

Sou um cara desastrado

Que a você não convém

Que eu não sirvo pra você

A outro você quer bem

Além de eu ser idiota

Pra ti não valho um vintém.

 

Você é moça de bem

Dona de grande riqueza

Sou um desclassificado

Vivo em tremenda pobreza

Jamais posso ser feliz

Com uma moça da nobreza.

 

Uma coisa com certeza

Você não observou

Sou pobre más sou honesto

Foi Deus que assim me criou

Sou feliz por ser assim

Saiba que mudar não vou.

 

Minha esperança acabou

De um dia você ser minha

Só por eu não ter riqueza

Não terei minha rainha

Despreza um grande amor

Por uma ambição mesquinha.

 

Abra o olho amiguinha

Pro desprezo que me dar

Um dia vai ficar velha

Tudo em você mudar

Com o passar dos anos tua

Beleza vai se acabar.

 

E quando isto chegar

Ninguém te dará carinho

Esquecida no teu leito

De um passado de espinho

Você verá que eu não

Sou pedra em se caminho.

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar,

3.148 - ESTAR ENTRE OS SONHOS MEUS.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 12 09 2023.

 

 

Sou poeta escritor

Nascido no Comboeiro

Sou filho de violeiro

Repentista cantador

Versando eu sou doutor

Sem copiar de ninguém

Escrevo o que me convém

Sem burrice ne bobagem

Cada verso uma mensagem

Que os anjos dizem amém.

 

Comigo não há desdém

Orgulho nem cara feia

Aranha foge da teia

Pra se proteger de alguém

Eu sou poeta do bem

Não dou campo a fraqueza

Eu não aceito moleza

Inverdade nem mentira

Violência me causa ira

E só irei na certeza.

 

A minha maior riqueza

Ter Jesus por salvador

Sou poeta escritor

E escrevo com clareza

Dignidade maior nobreza

Que o homem pode ter

Tudo um pouco conhecer

Saúde pra desfrutar

Ser poeta e trabalhar

Ganhar pra sobreviver.

 

Não adianta querer

Fazer o que eu não posso

Usar o que não é nosso

Sem autorização ter

E dos outros desfazer

Falar mal e difamar

E não querer escutar

O que o outro quer dizer

Se quero respeito ter

Eu tenho que respeitar.

 

Não adianta forçar

Pra conquistar o que quero

Veja o caso de Nero

Para os cristãos culpar

Roma fez incendiar

Pra depois de destruir

Outra Roma construir

Mais moderna mais bonita

A sua ideia maldita

Também o fez sucumbir.

 

Jamais devo desistir

Enquanto vida tiver

Lutar pelo que se quer

Sempre devo insistir

Minha vida dirimir

Conforme os planos de Deus

Seguir somente a verdade

Ganhar a eternidade

Estar entre os sonhos meus.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.147 - POR CAUSA DUMA MULHER.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 10 09 2023.

 

 

Não sei mais o que fazer

Para viver bem com ela

Pois meu amor minha bela

Não quer mais saber de mim

Eu faço até o impossível

Na intenção de lhe agradar

E para me desgostar

Diz que só quer ver meu fim.

 

Se tento falar com ela

Pra gente se entender

Diz não tem tempo a perder

Com pessoa como eu

Eu fico pra não viver

Más tento manter a calma

Sinto morrer minha alma

Pelo o fora que me deu.

 

Sei que é tempo perdido

Eu querer quem não me quer

Insistir pela mulher

Que não me tem mais amor

O tempo que for preciso

Pelo o seu amor espero

Outra mulher eu não quero

Prefiro morrer de dor.

 

Às vezes eu desconfio

Que ela anda com outro

E dorme sonhando noutro

A quem deu seu coração

Más se isto for verdade

Nada eu posso fazer

Não vou matar nem morrer

Por causa duma paixão.

 

É grande meu sofrimento

É terrível meu sofrer

Desta forma padecer

Por alguém que não me quer

Preciso me controlar

Pra besteiras não fazer

Não vou beber nem morrer

Por causa duma mulher.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

3.146 - QUE ME RESTA É LAMENTAR E CHORAR.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 10 09 2023.

 

 

Perguntam-me porque que eu choro tanto

Eu não tenho vergonha de responder

É por ela que eu derramo meu pranto

Que sem motivos me faz padecer.

 

Eu lhe dediquei o meu coração

Fiz de tudo pra lhe fazer feliz

Em pagamento me fez traição

Tornando-me o homem o mais infeliz.

 

A mulher a quem eu dei tanto amor

Deu pra outro seu carinho e calor

Sem sequer a mim se justificar.

 

 

Um amor que pensei nunca ter fim

Levou com ela um pedaço de mim

Que me resta é lamentar e chorar.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar