sábado, 3 de março de 2012

574 – SECA VERDE NO SERTÃO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 15 06 2005 e música; 16 11 2008


É muito triste seu moço
Uma seca verde no sertão
Ver se formar tantas nuvens
Não cair chuva no chão
Se plantar e ver perder
Toda sua plantação.

Se ver chegar o janeiro
Trovão a estremecer
Só neblinas, poucos plantam.
E mal consegue nascer
O sertanejo entristece
Em ver tudo se perder.

Não chove em fevereiro
Pra gente poder plantar
A roça enche de mato
E não há como limpar
Apela pro mês de março
Pro inverno começar.

Março entra sem chover
Começa com invasão
O sertanejo faminto
Busca alimentação
Dia de São José chove
E começa a plantação.

Muitos deixam de plantar
Outros plantam pela metade
Abril também só neblina
Mas nuvens há de vontade
Sem chover as plantas crescem
Onde há mais umidade.

Em maio também não chove
Lá se foi à esperança
Dum inverno promissor
Com fartura e bonança
É mais uma seca verde
Que pelo sertão avança.

Com quase tudo perdido
Junho entra sem chover
Os açudes quase secos
Não chove para encher
Sem água sem alimento
Como podemos viver.

O prefeito da cidade
Toma logo providência
Recorre ao governante
Vai até a presidência.
De volta faz o cadastro
Pra mais uma emergência.

O pasto também é pouco
Passa fome a criação
Não há pra onde levá-las
Que triste situação
Sem água e sem pastagem
De fome e sede morrerão.

Como todas emergências
Pagam uma mixaria
Aposentado não pode
Só um de cada moradia
Ainda se discriminam
Esta pouca ninharia.

Nós não queremos esmolas
Queremos é trabalhar
Ganhar um salário justo
Que dê pra nos sustentar
Sem termos que is embora
Pra escapar noutro lugar.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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