sexta-feira, 23 de março de 2012

761 – AI QUE LEMBRANÇA ME DAR.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 14 08 2007 e música; 17 08 2007.


Ai que lembrança me dar
Do lugar onde nasci
Lá da casinha de taipa
Onde nasci e cresci
E da casa de tijolos
Bom tempo que eu vivi.

Do meu pé de cajarana
Que cresceu junto comigo
E do pé de juazeiro
Na sombra me deu abrigo
Ai que lembrança me dar
Esquecer eu não consigo.

Ai que lembrança me dar
De quando era criança
De ser grande como meu pai
Minha maior esperança
Na minha santa mãezinha
Depositava confiança.

Ai que lembrança m dar
Das tardes ensolaradas
A lua no firmamento
Nas noites e enluaradas
Ouvir o galo cantar
Ao despertar da madrugada.

Ai que lembrança me dar
Do céu azul estrelado
Dos trabalhos lá da roça
Da minha lida com gado
Das cabras e das ovelhas
Eu muito tenho sonhado.

Ai que lembrança me dar
Do nosso cavalo branco
Da forma como morreu
Tristeza do peito arranco
Pra mim ele não morreu
Pra mim tou vendo seu arranco.

Ai que lembrança me dar
Da velha barragem quebrada
Dos riachos e das grotas
Em época de enxurrada                                                                                                                                                                          Das estradas que passei
E da pedra atravessada.

Ai que lembrança me dar
Do meu pé de aroeira
Uma árvore milenar
No meio da capoeira
Perversamente cortada
E queimada por inteira.

Do canto da passarada
No galho do arvoredo
Quando papai nos chamava
De manhazinha bem cedo
Da escuridão da noite
Que de andar dava medo,

Ai que lembrança me dar                                                                                                                                                                       Das debulhas do feijão
Do roço da capoeira
Da cata do algodão
E da colheita do milho
Na maior animação.
                                       
Quando íamos pra roça
Para comer melancia
Do cheiro do melão maduro
Meu Deus quanta alegria
Dos montes de jerimum
Que na roça se fazia

Do açude de água doce
Quando nele me banhava
Do barulho que fazia
Quando o açude sangrava
Das nuvens de espumas que
Na cachoeira formava.

Das brincadeiras de rodas
E do meu amor primeiro
Caretas e Maneiro Pau.
Do São João no terreiro
Do futebol que jogava
No campo do Comboeiro.

E de quando eu pescava
De tarrafa e landoar
Muitas vezes até choro
Só em eu poder lembrar
Por tudo que eu passei
Ai que lembrança me dar.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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