sábado, 31 de março de 2012

813 – A VELHICE CHEGOU.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 22 02 2008 e música; 13 9 2009.


O tempo passou depressa
Que eu sequer percebi
Pra começo de conversa
Até de mim esqueci
Passei a primeira idade
Depois veio a mocidade
O meu físico mudou
Sem eu nada percebendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

Passou muito de repente
O meu tempo de criança
Ainda guardo na mente
Toda a minha pujança
Passava o dia a brincar
Sem para o tempo ligar
O tempo me transformou
E ali eu fui crescendo
Querendo ou não querendo
A velhice a mim chegou.

Passei pela adolescência
E nada disto percebo
Sem ver a minha existência
Logo me tornei mancebo
Enquanto o tempo corria
O que eu menos queria                                                                                                                                                                           Um alguém em mim notou
Meus cabelos embranquecendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

Eu era robusto e forte
Trabalhava sem preguiça
Ser um homem de bom porte
Era a minha cobiça
Não havia embaraço
Eu não sentia cansaço
Mas logo isto passou
Hoje que tou percebendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

O tempo passou ligeiro
E eu comecei sentir
Uma dorzinha no traseiro
Outra aqui outra ali
Outra dorzinha no braço
Comecei sentir cansaço
O reumatismo pegou
Aí é que eu fui vendo
Querendo ou não querendo.
A velhice em mim chegou

Eu não quis fazer alarde
Para não me entregar
Mas percebo que é tarde
O jeito é acostumar
As rugas apareceram
As juntas endureceram
O tempo me derrotou
Todo mundo está vendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

Todos meus dentes caíram
Minhas orelhas cresceram
As minhas forças sumiram
Sentidos desapareceram
Encurtou minha visão
Dói muito meu coração
Minha saude acabou
Eu sinto que tou morrendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

Minhas pernas estão travadas
Levam-me a lentidão
Não sou mais homem pra nada
De homem perdi a função
De velho ouço chamar
Pouco eu ouço falar
A memória acabou
Minha voz está tremendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.

O tempo passou e não vi
E vivi sem perceber
Da morte eu esqueci
Sabendo que vou morrer
Quem de novo escapar
De velho não vai passar
O meu tempo completou
Vou morrer estou sabendo
Querendo ou não querendo
A velhice em mim chegou.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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