Autor; Erivaldo Alencar.
Letra; 19 05 2007 e música; 08 03 2009.
Eu vou narrar à história
De um caso verdadeiro
De um jovem português
Um estudante solteiro
Lá das bandas de Coimbra
Filho dum rico banqueiro.
O seu nome Daniel
Sujeito muito legal
Estudante de direito
Na faculdade local
Era muito conhecido
Nas terras de Portugal.
Morava na vizinhança
Uma bonita menina
Filha de um lavrador
Uma jovem muito fina
Esta deusa atendia
Pelo nome Carolina.
Seu pai era muito pobre
Miserava na pobreza
Carolina muito jovem
Moça de muita pureza
Todas as moças de lá
Invejavam sua beleza.
Certa noite Daniel
Saiu para passear
Eu um jardim da cidade
Sem saber foi encontrar
Com a jovem Carolina
Que se encontrava lá.
Quando Daniel a viu
Sentiu no peito pulsar
O seu coração eufórico
Por ela a palpitar
Sem pressa aproximou-se
E com ela foi falar.
Diz-me moça quem és tu
Não negue quero saber
Nunca vi tanta beleza
Disto me fez convencer
Sou Daniel de Coimbra
Sem teu amor vou morrer.
A moça lhe respondeu
Meu nome é Carolina
Sou filha de lavrador
Nascida lá na campina
Mal sei ler e escrever
Sou uma pobre menina.
Preste atenção Carol.
Perdoe a intimidade
Quero casar com você
Com a maior brevidade
Não me recuse menina
Faz-me a felicidade.
Daniel sou muito pobre.
Nada posso oferecer
O seu pai é muito rico
Ele jamais vai querer
Que você case comigo
É melhor me esquecer.
Esquecer você jamais
Minha riqueza é você
Casados vamos embora
Nunca meu pai vai saber
E em terras estrangeiras
Felizes vamos viver.
Então fazes como dizes
Juro a ti ser fiel
Não há tempo a perder
Fujamos logo Daniel
Quando teu pai descobrir
Formará um aranzel.
Estar mui bem Carolina
Assim fica combinado
Em um mês eu estarei
Em direito diplomado
Depois bem longe daqui
Vamos viver sossegados.
Daniel e Carolina
Cada um foi pro seu lado
O segredo foi mantido
Conforme o combinado
Foi difícil esperar
Daniel ser diplomado.
O pai do jovem doutor
O rico Dom Manoel
Estava feliz da vida
Com a esposa Izabel
Quando alguém sem escrúpulo
Falou sobre Daniel.
Dom João amigo seu
Contou-lhe toda verdade
Daniel armou um plano
E vai fugir da cidade
Com a moça Carolina
Pra outra localidade.
Com a notícia que teve
O velho embrabeceu
Vai dizer pro Daniel
Que venha falar com Eu
Não permitirei que ela
Se case com filho meu.
O criado foi às pressas
Avisar pro Daniel
Ele não se demorou
Foi falar com Manoel
E o velho aos esturros
Armou grande aranzel.
Mas que história é essa
Que você vai se casar
Com aquela pobretona
Como vai justificar
Isto não vou permitir
E você não vai teimar.
Disse Daniel ao pai
Se isto for minha sina
Sou crescido sou maior
O senhor não me domina
O senhor queira ou não
Eu caso com Carolina.
O velho disse você
Não vai se casar com ela
Vou te mandar para França
E vou me desfazer dela
Não a verá nunca mais
Esqueça esta gazela.
Não se meta entre nós
Daniel lhe retrucou
Sei o que fazer de mim
Seu reinado acabou
Daniel virou as costas
E dali se retirou.
Dom Manoel irritou-se
Mandou seu filho prender
Filho desobediente
Tu vais me obedecer
E agora com a moça
Eu irei me entender.
Chegando a casa dela
O velho já foi entrando
Chamando seus pais lhes disse
Eu estou lhes ordenando
Mudem-se de Portugal
Agora estou mandando.
Seu Antonio calmamente
Fez questão em perguntar
Que estar acontecendo
Pro senhor nos expulsar
Somos filhos desta terra
Tu não vais nos deportar.
A tua filha Antonio
Teve o atrevimento
Enamorar o meu filho
Sem o meu consentimento
Jamais permitirei que
Haja este casamento.
Veja bem Dom Manoel
A minha situação
Como é que vou embora
Se não tenho condição
Por causa de namoro
Senhor faz confusão.
Sem nenhuma confusão
É melhor que vá embora
Eu bancarei as despesas
Você tem que ir agora
Já estamos acertados
Não aceito mais demora.
Antonio disse pra família
Nós temos que viajar
Vamos deixar nossa terra
Pra morar noutro lugar
Iremos pra Cabo Verde Lá não vão nos perturbar.
Assim aquela família
Deixou a terra natal
Destino a Cabo Verde
Distante de Portugal
Uma ilha além mar
Longe do seu natural.
Chegando em Cabo Verde
A menina Carolina
Foi trabalhar numa casa
De família muito fina
Longe do seu Daniel
Foi cumprir a sua sina.
Vamos deixar Carolina
Pra falar de Daniel
Foi mandado pra Paris
Por seu pai Dom Manoel
Vigiado dia e noite
Em um quarto de hotel.
Lá na capital da França
Um escritório instalou
A outros advogados
Ele se associou
E em pouco tempo ele
Muito dinheiro ganhou.
Todas as noites Daniel
Sonhava com Carolina
Dizia ele consigo
É triste a minha sina
Vou me preparar pra ir
Buscar a minha menina.
Ele fazia de tudo
Pra não dar demonstração
Fingia ter esquecido
A sua grande paixão
Por mais que ele negasse
A tinha no coração.
Certo dia se viu só
Suas malas arrumou
Destino a Cabo Verde
Uma embarcação tomou
Lá na Ilha um alguém
De Carolina falou
Um alguém disse pra ele
Carolina foi embora
Foi morar no Brasil
Por você ainda chora
Daniel não perca tempo
Vai atrás dela agora.
Chegando em Fortaleza
Capital do Ceará
Disse meu Santo Antonio
Ajude-me a encontrar
A menina Carolina
Que se encontra por cá.
Andando sem direção
Quando um grito escutou
Daniel estou aqui
Quando ele se virou
Sua noiva Carolina
Nos seus braços se jogou.
Ela disse Daniel
O senhor me atendeu
A todos pedidos que fiz
Trazendo você pra eu
E ele disse pra ela
Santo Antonio me socorreu.
Agora vamos pra casa
Carolina lhe falou
De longe gritou pros pais
O meu Daniel chegou
Ao lado dele o meu
Sofrimento acabou.
No dia seguinte eles
Com o padre foram falar
Padre viemos aqui
Pro senhor nos ajudar
Não podemos perder tempo
Venha logo nos casar.
O padre disse estar bem
Vou agora lhes casar
Perante a fé cristã
O matrimônio celebrar
Que Jesus os abençoe
Porquanto a vida durar.
Dali saíram casados
Felizes foram viver
Daniel com Carolina
Sem ninguém aborrecer
Quando o amor é puro
Não há quem possa vencer.
Quando os guardas perceberam
Que ele tinha fugido
Avisaram pros seus pais
O que tinha ocorrido
O velho enfureceu-se
Por ser desobedecido.
Mandou por todos os lugares
Procurar o filho seu
Mas sem ter notícias dele
O velho desvaneceu
Enquanto o Daniel
Por cá se estabeleceu.
Daniel e Carolina
Família constituíram
Eles tiveram muitos filhos
E na vida progrediram
E por um objetivo
Jamais eles desistiram.
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
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