sexta-feira, 2 de março de 2012

566 – A VIDA NO SERTÃO NO PASSADO.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 25 04 2005 e música. 21 09 2008


Hoje tou velho e cansado
Mas inda guardo na lembrança
A vida no sertão no passado
Tinha fartura e bonança
Miséria lá ninguém passava
E quando a gente chegava
Na casa de um sertanejo
Se estranho ou conhecido
Era muito bem recebido
Com recepção e cortejo.

Matava logo uma galinha
Pra gente comer no almoço
Quando chegava a noitinha
O mungunzá era um colosso
Lá ninguém se aperreava
O dono da casa chamava
Para no alpendre sentar
A vizinhança então chegava
Alguém uma viola pegava
E começávamos cantar

Já nas noites enluaradas
Toda gente se reunia
No terreiro ou nas calçadas
O dono da casa dizia
Quem que vai tirar da memória
Uma belíssima história
Adivinha ou anedota
Como era maravilhoso
Ouvi histórias de Trancoso
Com toda aquela patota.

Na limpa ou na plantação
Quando alguém se atrasava
Se formava um mutirão
Sem cobrar nada ajudava
Vivíamos em harmonia
Pois desavença não havia
Ainda guardo na lembrança
Como prova de união
Matava uma criação
Dividia com a vizinhança.

Tinha brincadeira de roda
De anel e de casamento
O Maneiro Pau era moda
Mas o folguedo do momento
Era dança de São Gonçalo
Mas a corrida de cavalo
Tinha grande aceitação
Nas apostas tinha mutretas
Nem o Judas nem os caretas
Não era como hoje são.

Todo mundo se conhecia
Por mais que fosse a distância
Se trabalhava todos os dias
Sem cúbica e sem ganância
Andava a pé ou montado
Num cavalo bem arreado
Pois não havia caminhão
Se respeitava a natureza
Tomava banho na represa
Pegava terra no purão.

Já nas festas de São João
Assava milho nas fogueiras
Pulava soltava rojão
E muitas outras brincadeiras
Pisava nas brasas descalço
Jamais se levantava falso
Se repartia o bocado
Ódio e violência jamais
Era isto e muito mais
A vida no sertão no passado.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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