Autor; Erivaldo Alencar.
Letra; 26 05 2012 e música;
Aqui vou contar um caso
Que dizem ser verdadeiro
Este caso aconteceu
Aqui no chão brasileiro
Vejam o que o medo faz
Na hora do desespero.
Pois um cidadão andava
Pelo sertão calmamente
Cuidando dos afazeres
Quando surgiu de repente
Uma boiada de gado
E um touro muito valente.
Este cidadão de bem
Inadvertidamente
Vestia-se de vermelho
Numa hora muito quente
Com esta cor agressiva
Enfezou o boi valente.
O boi ergueu a cabeça
Ficou escavando o chão
Deu uns dois ou três assopros
Deu um esturro então
Afiou as pontas dos chifres
Correu atrás do cidadão.
O homem atordoou-se
Correu pra um murundu
O touro pega não pega
E naquele sururu
No desespero o homem
Subiu num mandacaru.
Nisto chegou o vaqueiro
Fez o touro ir embora
Virou pra o homem e disse
Diga-me sem demora
Como o senhor subiu
No mandacaru agora.
Como eu subi aqui
Nem eu sei como dizer
Tudo que eu quero agora
É desta planta descer
Vamos, faça alguma coisa.
Não vá me deixar morrer.
O vaqueiro disse amigo
Aqui não temos escada
Não há casa aqui por perto
Estamos sós na estrada
Eu não posso perder tempo
Estou levando a boiada.
Amigo não faça isso
Tire-me logo daqui
Já estou todo furado
Não posso nem me bulir
Já estou perdendo sangue
Veja como estou aqui.
Disse o vaqueiro pra ele
Só há uma solução
Levo uma caixa de fósforos
A provável salvação
Vou fazer uma coivara
Pra tirá-lo desta aflição.
Depois da coivara feita
Assim falou o vaqueiro
Vou tocar fogo na bicha
Se prepare companheiro
Para não morrer queimado
Você tem que ser ligeiro.
Com um palito de fósforos
A coivara incendiou
Pelos espinhos da planta
O fogo se alastrou
O fumaceiro cobriu
O mandacaru queimou.
Com a quentura do fogo
Sem tempo para pensar
O homem não sentiu mais
Os espinhos lhe furar
Pulou do mandacaru
Antes do fogo queimar.
Com os seus pés em chamas
Correndo em disparada
O corpo cheio de espinhos
Mui veloz pela estrada
Só teve tempo de dizer
Muito obrigado camarada.;
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
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