sábado, 23 de junho de 2012

1.446 – PROFISSÃO PROSTITUTA

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 04 04 2012 e música; 07 04 2012.

Outro dia deparei
Com uma pobre mulher
Num quarto de cabaré
Quando com ela fiquei
Depois eu a entrevistei
Falou de sua labuta
Descreveu sua conduta
Com bastante emoção
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Disse; a mulher da vida.
Trabalha sem segurança
Mas sempre na esperança
De ver a meta cumprida
Que vive desprotegida
Sempre travando disputa
A vida inteira na luta
Pra puder ganhar o pão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Que o povo não respeita
A mulher prostituída
Por ninguém reconhecida
É tratada com despeita
Sofre tudo que é desfeita
Nada da vida desfruta
O tratamento de puta
É seu maior galardão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Quando é nova e bonita
É bastante procurada
Tem que está bem asseada
Pra fazer o que não cogita
Nesta profissão maldita
Tem que se manter enxuta
Ser esperta e astuta
Pra saber ganhar o pão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Tem que saber cativar
Pra puder ganhar cliente
Se expor pra esta gente
Sem nunca se envergonhar
Reconhecer seu lugar
E possuir boa fruta
Sem nunca fugir da luta
Está sempre de prontidão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Aparece cada broco
Quase sem puder andar
Com catinga de gambá
Embora falando pouco
Ameaçando dar soco
Em nosso traseiro chuta
Sobre tortura a gente luta
Pra puder ganhar o pão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Tem Cada cabra safado
Que nos trata sem desvelo
Puxa-nos pelo cabelo
E um beliscão de lado
Como monstro endiabrado
Quebra o nariz da bruta
Como sofre a mulher puta
Nas mãos de um valentão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Além do sexo vaginal
Temos que submeter
A todo tipo de prazer
Fazendo sexo anal
Forçada ao sexo oral
O homem de mal conduta
De todas as formas insulta
Sem a menor compaixão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

O dono deste ambiente
Trata-nos com desprezo
Nosso dinheiro é preso
Na gaveta desta gente
Mesmo estando doente
Não pode fugir a luta
Neste trabalho a puta
Não pode ter folga não
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Somos vistas com maldade
E a nós ninguém respeita
Puta é mulher suspeita
No sei da sociedade
Sequer a autoridade
Nossos apelos escuta
Sem caráter, má conduta,
Faz a nossa distinção
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Quando chega um tarado
Para da gente abusar
E depois de nos usar
Não paga o combinado
Com o diabo do desgraçado
A gente entra em luta
Chega à polícia recruta
E nos leva pra prisão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta

Devido à necessidade
Pela falta de emprego
E sujeito ao desapego
Da nossa sociedade
E sem oportunidade
De uma outra labuta
Baixa a cabeça e matuta
Não ver outra opção
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Primeiro por aventura
E depois pelo dinheiro
Na perda do companheiro
Um trabalho se procura
Somos sujeita a censura
Por vida boa se luta
Mas nesta profissão bruta
Ninguém não nos dá a mão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Quantas vezes apanhei
Até já perdi a conta
A minha vida remonta
Ao pouco que eu ganhei
Do meu lar me afastei
Para trabalhar de puta
Não era a minha conduta
Foi a única solução
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

A mulher que pensar bem
Não quer esta profissão
Não há pior humilhação
Não ser mulher de ninguém
A pior vida que tem
Nem parece com a de puta
Nesta trabalheira bruta
Não temos consagração
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Não pudemos escolher
Com quem queremos ficar
Nem pudemos recusar
O lixo que aparecer
Pois ninguém vai defender
Aquela que se diz puta
Do homem de mau conduta
Que se acha gostosão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Quando chega um valentão
Completamente embriagado
Babando e vomitado
E fedendo a barrão
Chamando diz vem paixão
E de uma forma bruta
Beija na boca da puta
Que recebe um bofetão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Neta vida desgraçada
Só passei humilhação
Por homens sem coração                
Muitas vezes espancada
Até já levei facada
Na profissão que debuta
Sem voz, sem vez mulher puta
Não recebe proteção
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Quando a mulher é nova
Tudo é facilidade
Mas quando cai na idade
Aí vem a grande prova
A vida se desentrosa
Se deixa de ser enxuta
Uma pobre velha puta
Perde o seu ganha pão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

Por própria experiência
Este conselho eu dou
Se caso inda não entrou
No ramo da indecência
Lhe digo com consciência
Não entre nesta labuta
Por que a vida de puta
É a nossa perdição
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.

A gente não tem liberdade
Pra viver como mulher
Para fazer o que quer
A gente só tem vontade
Não temos identidade
Este ramo nos enluta
Tudo que ganha a puta
Divide com o patrão
Não há pior profissão
Que profissão prostituta.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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