Autor; Erivaldo Alencar.
Letra; 18 04 2012 e música
Sou filho de Acopiara
Eu nasci lá no sertão
Numa casinha de taipa
As margens dum estradão
Hoje nem existe mais
A sua marca no chão.
Nesta casinha de taipa
Tive uma vida pacata
Com os meus familiares
Numa família sensata
Unida pelo amor
De uma doutrina exata.
A minha mãe foi doméstica
O meu pai agricultor
Trabalhou no alugado
Foi poeta cantador
E na carreira política
Ele foi vereador.
Eles criaram os filhos
A fé cristã ensinou
Da maneira do possível
A todos nós educou
Todos os segredos da roça
Para seus filhos passou.
Meu pai foi trabalhador
Prestou serviço pesado
Muito cedo me levou
Pra trabalhar no roçado
O trabalho primitivo
Por ele fui ensinado.
Antigamente os pais
Tinham por obrigação
Ensinar para seus filhos
Ofício da profissão
Como trabalhar na roça
E se formar cidadão.
No meu tempo a criança
Cedo ia trabalhar
Não é como hoje em dia
Que só pode estudar
A criança trabalhava
Pra nas despesas ajudar.
No meu tempo não se via
Criança vagabundando
Tinha as horas de brincar
Mas cresciam trabalhando
Sem tempo para sair
Mundo afora malinando.
Eu não sei quem inventou
Criança não trabalhar
Criança que não trabalha
Cedo aprende traquinar
E quando fica adulto
Só quer roubar e matar.
Criança que não trabalha
Cresce na vagabundagem
Depois que fica adulto
Que viver na malandragem
Fraudando e assaltando
No mundo da traquinagem.
Eu agradeço ao meu pai
Por me botar trabalhar
Cedo me levar pra roça
E o trabalho ensinar
Não permitindo que fosse
Em marginal me tornar.
O trabalho não desonra
Nem tira nosso valor
Não mancha a dignidade
Do homem trabalhador
Sou feliz por trabalhar
E trabalho com amor.
Sou sensivelmente contra
Criança não trabalhar
O trabalho não impede
Da criança estudar
Além de puder aos pais
Na despesa ajudar
O trabalho abrilhanta
E nos dá cidadania
Além de nos fazer bem
Nos dá o pão de cada dia
Privar crianças do trabalho
Isto é hipocrisia.
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
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