domingo, 26 de fevereiro de 2012

500 – TRISTE REALIDADE

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 16 08 2004 e música; 18 08 2004.


Muito tempo se passou
Mas inda tenho lembrança
Quando eu era criança
A crise que aportou
Lá na casa dos meus pais
Foi sofrimento de mais
Ver amanhecer o dia
Sem ter nada pra comer
Sem nada poder fazer
Meu Deus quanta agonia.

Eu vi mamãe reclamar
Daquela situação
Lá no meu velho sertão
Sem ter a quem procurar
Pois não havia emprego
O seu único apego
Com um pouco de farinha
Embora contra vontade
Um caldo da caridade
Era solução que tinha.

Mamãe pegava farinha
E pilava no pilão
Dela fazia um pão
Para nossa merendinha
O Angu de Milho puro
Com um maxixe maduro
Era nossa refeição
Tantas noites sem jantar
Eu não quero nem lembrar
Daquela situação.

Vi papai no alugado
Lá na serra trabalhar
Uma migalha ganhar
Para comprar o bocado
Nós cortávamos juazeiros
Pras vacas e os carneiros
Poder se alimentar
Comendo feijão furado
Com gorgulho temperado
Eu vi minha mãe chorar.

O meu pai foi trabalhar
Numa frente de serviço
Pra ganhar um pouco nisso
Lá aprendeu a cantar
Sem tempo para brincar
Sendo eu fui trabalhar
Passando necessidade
Meu pai não fugiu a luta
Derrotou a crise bruta
Na triste realidade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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