domingo, 7 de fevereiro de 2016

1.974 - SAUDADES DO SERTÃO ONDE NASCI.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 07 02 2016 e música:


Saudades do sertão onde nasci
Com meus pais e meus irmão me criei
E das estradas por onde passei
Linda infância que tão bem vivi
Tenho saudades da vida no passado
Como se fosse hoje estou lembrado
Berço amado com meus irmãos cresci
Lembro-me de tudo do mesmo jeito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Eu nasci lá no sítio Comboeiro
No lugarzinho de nome Fechado
No Ceará meu querido estado
Acopiara torrão brasileiro
Terra boa de gente hospitaleira
Límpido céu azul e lua faceira
As madrugadas se ouvem a juriti
Seriemas formam dueto perfeito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Atualmente eu moro na cidade
Bem distante do meu sertão amado
Como aventureiro fui pra outro estado
Deixei o sertão sem necessidade
Numa tarde límpida de sol quente
Fui embora deixando minha gente
Mas onde andei jamais esqueci
Falar mal da minha terra não aceito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Inda lembro da sala de ladrilho 
Da casinha de taipa onde nasci
Naquela cama de jirau senti
O colchão feito de palha de milho
No quarto escuro piso de terra
Onde era a varanda o poeta não erra
No alpendre amigos recebi
Cozinha com fogão de lenha no jeito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

A casa de taipa não existe mais
Inda lembro a sombra do juazeiro
Do futebol de meias no terreiro

E os quintais não existem jamais
O Cajarana que tem minha idade
Nasceu comigo na propriedade
Pois juntamente com ele cresci
O mofumbeiro amigo perfeito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

E aquele velho pé de aroeira
Precisava três homens pra o abraçar
Cortaram pra em cinzas transformar
Pra sempre o tiraram da capoeira
Inda lembro a pedra atravessada
E também da barragem arrombada
Riachos cheios quantas vezes eu vi
Águas barrentas saindo do leito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Majestosa Serra do Comboeiro
E o risonho Rio Quincolé
As estradas que tanto andei a pé
E o saudoso aboio do vaqueiro
Lembro o vaqueiro com roupa de couro
No cavalo na mata derrubar touro
Foi rebanhando gado que eu cresci
Fui menino disposto bom sujeito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Lembro do campo no Riacho Fundo
Depois mudou para o Comboeiro
O meu pai do time foi o goleiro
Do açude com o porão profundo
Recordo muito bem da cachoeira
Lembro dos lajedos e da pedreira
Do mandacaru e do pé de oiti
Das tanajuras que caiam de eito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.

Nunca esqueci da cacimba da briga
Banhos de açudes e nas cachoeiras
Corridas de cavalos nas cajazeiras
Da fuxiqueira que fazia intriga
Do roço e da cata do algodão
Das cirradas debulhas de feijão
Foi trabalhando na roça que cresci
Aprendi os costumes de homem direito
Inda até hoje eu guardo no meu peito
Saudades do sertão onde nasci.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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