Autor: erivaldo Alencar.
Letra: 19 06 2022 e música:
Desta vez eu vou narrar
A história dum repentista
Na profissão do repente
Ele foi grande artista
Um exímio cantador
Que jamais fugiu da pista.
Antonio Alves Pereira
Este é o nome seu
Antonio Maracajá
Para o repente nasceu
Sítio Liso, Acopiara
Onde nasceu e cresceu.
O dia cinco de maio
Data do seu nascimento
Mil novecentos vinte e
dois
Naquele justo momento
A família alegrou-se
Com seu aparecimento.
Filho biológico de
Senhor Antonio Moreira
E Ana Pereira Lima
Doméstica e companheira
Seu pai foi agricultor
Ensinou-lhe a lição
primeira.
Ele só tinha uma irmã
Sua amiga do coração
Maria Alves Pereira
Casou com Elias Romão
Além de primo e cunhado
Tinha-o como irmão.
Maracajá foi bom filho
E no Liso se criou
Com a irmã e seus pais
Lá muito tempo morou
E para ajudar seus pais
Na roça ele trabalhou.
Ele iniciou na arte
Aos três anos de idade
Tocando em oito baixos
Em sua comunidade
Já mostrava ter domínio
E muita capacidade.
Aos dezoito de idade
Sua querida mãe lhe deu
Sua primeira viola
Que com prazer recebeu
Rapidamente a tocar
E a cantar aprendeu.
Em quarenta e cinco compôs
O seu primeiro poema
Título (Trite Partida)
Ao seu modo e sistema
Contando a dor da partida
Este foi o principal tema.
No ano sessenta e quatro
(Martírio da minha vida)
(minha infância) veio
depois
(Mulher bonita) em seguida
(Separação de nós dois)
Compôs em contra partida.
Despedida de Zé Jales
É de sua Autoria
Conta a história dum
vaqueiro
Que nos deu tanta alegria
Num acidente em vaquejada
A sua vida perdia.
Com Maria Alves de Lima
Casou em nupcia primeira
Com Maria Pereira Matos
Isto em nupcia derradeira
Apelidada de Neném
Sua última companheira.
Cinco filhos biológicos
Em ambos os casamentos
Quatro foram no primeiro
E um no segundo evento
Mais um que foi adotado
São verdades não invento.
Cícero Alves Pereira
Adauto Alves Pereira
Raimundo Alves Pereira
Foi aumentando a fileira
E José Alves Pereira
Filhos da mulher primeira.
Da última o Nicodemus
Um rapaz bem preparado
Geraldo José de Souza
Único filho adotado
Sendo Geraldo seu primo
Pelo primo foi criado.
Antonio Maracajá
Em vários morou lugares
Além do Liso e São Paulo
Acopiara em vários lares
Bonome, Piquet Carneiro
Quixoá e outros ares.
Barro Alto em Iguatu
Campina Grande também
Ele fez programas em
rádios
E se saiu muito bem
Representando sua terra
Ele foi muito além.
No ano cinquenta e oito
Por José Gonçalves levado
Cantou em programa de
rádio
Na Paraíba o estado
Cidade Campina Grande
Onde foi ovacionado.
Cantou em um auditório
De quatrocentos lugares
Nesta apresentação ganhou
Muitos aplauso populares
Também ganhou o apelido
Que atravessou os mares.
Do jornalista Dinaldo
O vulgo Maracajá
Por tá pintando de branco
Os pelos aqui e acolá
Pelos da cabeça e cara
Os braços pintavam já.
Antonio Maracajá
Um repentista completo
Também poe escritor
Escreveu certo e reto
Na poesia matuta
Foi um cantador repleto.
O Gato Maracajá
Na profissão cantador
Carinhosamente chamado
Exerceu com muito amor
Representou muito bem
A terra do lavrador.
Na profissão do repente
Cantou com Cego Mangabeira
Julio Aires e Zé Tota
Manoel de Oliveira
Zé Gonçalves de Várzea
Alegre
João e Pedro Bandeira.
Cantou com Zé Alexandre
Chico Alves de Iguatu
Higino Gomes de Melo
Zé de Souza digo a tu
Com Osmarino de Freitas
Ele cantou sem lundu.
Com o João Vitorino
Chico Crisanto e Azulão
Com Chico Guedes também
Canytou para a multidão
E com Genival Limeira
Ele desbravou o sertão.
Como cantador repentista
Antonio Maracajá
Percorreu vários estados
Além do seu Ceará
O Rio Grande do Norte
Paraíba morou lá.
Pernambuco e São Paulo
O Piauí conheceu
Esteve em muitas cidades
Cumprindo o que prometeu
Sem jamais decepcionar
O povo que o acolheu.
Lá em São Paulo foi
Pelo Azulão levado
Programa do Téo Azevedo
Ele foi apresentado
Lá na Rádio Atual
Deu conta do seu recado.
Na viagem a São Paulo
Ele gravou em cantoria
O seu primeiro CD
Num disco em parceria
Realizar este sonho
Sua maior alegria.
No festival de cantadores
Em noventa e seis o ano
Ele perdeu a viola
Foi seu maior desengano
Ficou vários meses parado
Atrapalhando seu plano.
Com o Toinho Buchudo
Certa vez ele cantando
Para ir pra sua casa
A sua mulher chamando
Provando ser bom poeta
Ele lhe respondeu versando.
Maracajá mesmo bêbado
Não faz um verso perdido
Em outra ocasião
O nosso poeta querido
Fez uma estrofe dormindo
Em tema pré-escolhido.
Em primeiro de novembro
De dois mil e dez o ano
Partiu de Piquet Carneiro
Pra morar com o suberano
Deixou o mundos vivos
Foi viver em outro plano.
Como era seu desejo
Nosso nobre cantador
Por amar a sua terra
Pediu um grande favor
Seu corpo descansa em paz
Na terra do lavrador.
Maracajá foi exemplo
Na arte de cantador
Um poeta extrovertido
Do público animador
Orgulho dos repentistas
Da terra do lavrador.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar
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