quinta-feira, 10 de março de 2016

2.005 - AFOGOU-SE NO AÇUDE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 10 02 2016 e música:


Ouvi em minhas andanças
Muitos contos interessantes
Outros mui desagradáveis
De pessoas arrogantes
Verdades ou inverdades
Se ouve a todos instantes.

Foi aqui no Ceará
Num lugar do interior
Num município pequeno
De povo trabalhador
Onde se promete tudo
Ao pobre do eleitor.

Em campanha eleitoral
Um candidato a prefeito
O mesmo queria ser
Eleito de qualquer jeito
Fez promessas absurdas
Para poder ser eleito.

Depois que ele foi eleito
Como gestor da cidade
Diante dos problemas
Viu sua incapacidade
De cumprir com as promessas
Feita a cada comunidade.

Os problemas na saúde
Aumentaram muito mais
As secas foram constantes
As cobranças foram demais
Das promessas em campanha
Não cumpriria jamais.

Faltou água na torneira
A miséria dominou
Crianças passando fome
E a peste se alastrou
O comércio sem vender
Em pouco tempo quebrou.

Sem buscar nenhuma fórmula
Pra crise amenizar
Pra todo lugar que ia
Estava o povo a cobrar
Claro, não demorou muito

Pro povo se revoltar.

As reuniões que ia
O povo tava lá pra ver
As crianças revoltadas
Que começavam dizer
Estamos passando sede
Traz água pra nós beber.

Outros cobravam açudes
E reformas de estradas
Cadê nossa segurança
E as ruas asfaltadas
A merenda escolar
Ruas que não são calçadas.

Visitar o interior
Um dia ele resolveu
Alguém lhe disse prefeito
Aceite o conselho meu
O povo não quer te ver
Você pra ele morreu.

O prefeito persistiu
Sem acreditar foi ver
Pois ele tem intenção
Prefeito se reeleger
Não pensava que o povo
O botasse pra correr.

Mas em um certo lugar
Ele mui alegre chegou
O dono da casa escondeu-se
Ele não observou
Mandaram entrar e sentar
Tranquilamente sentou.

Perguntou para a comadre
Como estas as coisas aqui
Ela disse estão bem
O senhor pode ver ai
Ele disse e o compadre
Onde está que eu não vi.

Ela disse meu prefeito
O meu marido sumiu
Construir açude em campanha
Pra ele o senhor assumiu
Afogou-se no açude
Que o senhor não construiu.

O prefeito envergonhado
Ligeiro se retirou
E o dono da casa logo
Pra sua casa retornou
Mas a sua falsa morte
Ao prefeito desagradou.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário