sexta-feira, 16 de novembro de 2018

2.359 - QUANTA SAUDADE QUE TENHO.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 13 11 2018 e letra:

Quanta Saudade que tenho
Do meu querido sertão
Do tempo quando criança
Do meu amado rincão
Da minha vida pacata
Inda não esqueci não.

Quanta saudade que tenho
Das noites enluaradas
Da amanhecência do dia
Das serenas madrugadas
Do som das chuvas nas telhas
Do romper das alvoradas.

Quanta saudade que tenho
Do gado e da criação
Do aboio do vaqueiro
Nas quebradas do sertão
Dos currais e dos chiqueiros
E da poeira do chão.

Quanta saudade que tenho
Das histórias do caipora
Da coalhada com farinha
Leite mugido na hora
Da garapa e mel da cana
Do carão que canta e chora.

Quanta saudade que tenho
Da chuva fina molhadeira
Do trovão e do relâmpago
Do tiritar da biqueira
Da correnteza do rio
Do ronco da cachoeira.

Quanta saudade que tenho
Das caçadas de enxu
Do ferrão do enxuí
Boca-torta e capuxu
Do dueto das cauãs
Da mandinga do nhambu.

Quanta saudade que tenho
Do gorjear do xexéu
Galo cantar no poleiro
Das nuvens brancas do ceu
Das festas de São Gonçalo
E do grito do tetéu

Quanta saudade que tenho
Dos banhos de cachoeiras
Das festas de São João
E do pular de fogueiras
Dos compadres e das comadres
Do roço das capoeiras.


Quanta saudade que tenho
Da casa aonde nasci
Do meu pai da minha mãe
Da casa onde cresci
E de todos meus parentes
E pessoas que conheci.

Quanta saudade que tenho
Da nossa propriedade
Do meu Pé de Cajarana
Que tem a minha idade
Do meu velho pé de serra
Onde gozei a mocidade.

Quanta saudade que tenho
Do meu velho Comboeiro
E do meu cavalo branco
Do meu cachorro trigueiro
Das corridas de cavalos
E do touro mandingueiro.

Quanta saudade que tenho
Do cantar da juriti
Do canário e seriema
Beija flor e bem-te-vi
Das festas de cantoria
De todo povo dali.

Quanta saudade que tenho
Da colheita do algodão
Da canjica e da pamonha
Das debulhas do feijão
Do milho assado e cozinho
Dos forrós e do pirão.

Quanta saudade que tenho
Do cantar do rouxinol
Pescarias de tarrafas
Landoá e de anzol
Do luzeiro lá no céu
E do esconder do sol.

Quanta saudade que tenho
Dos folguedos e serenata
Brisa fria e redemoinho
E da lua cor de prata
E da relva orvalhada
Do campo e da verde mata.

Quanta saudade que tenho
Da meninice e mocidade
Dos contadores de estórias
Da minha grande amizade
Do passado glorioso
Guardo no peito a saudade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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