sexta-feira, 29 de abril de 2016

2.026 - NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 29 04 2016 e música:


Sou poeta escritor
Nasci em Acopiara
Cidade bela e rara
O meu pai foi cantador
Eu me criei Lana roça
Morando numa palhoça
Peguei cobra com a mão
Andei descalço na mata
Cantei e fiz serenata
Nas quebradas do sertão.

Eu amansei burro brabo
Domei cavalo alazão
Eu fiz cabra valentão
Comer feijão com quiabo
Fiz macaco aboiar
Gato aprender nadar
Onça cruzar com leão
Bati fava no terreiro
Fiz chover sem nevoeiro
Nas quebradas dp sertão.

Eu fiz forró no telhado
Água correr para cima
Eu fiz galo fazer rima
E preá andar montado
Carcará assoviar
Também fiz mudo falar
E tetéu usar gibão
Serra mudar de lugar
Também fiz teú voar
Nas quebradas do sertão.

Fiz caprino botar ovo
E Asa-branca dar cria
Eu fiz noite virar dia
E morto viver de novo
Eu fiz urubu cantar
Lampião se ajoelhar
Silvino pedir perdão
Fiz peixe virar galinha
Canguru virar sardinha
Nas quebradas do sertão.

Transformei frio em calor
Eu fiz um touro dar leite
Fiz pedra virar azeite
Cágado virar cantor
Jumento tocar sanfona

Mosquito comer mamona
Nhambu tomar chimarrão
Pereiro botar juá
Tatu casar com preá
Nas quebradas do sertão.

Fiz homem virar mulher
Transformei cachaça em vinho
Algodão virar espinho
Vaca comer com colher
Sapo andar de botina
Ovelha vestir batina
Tatu usar cinturão
Fiz carão tocar viola
E jaçanã jogar bola
Nas quebradas do sertão.

Eu fiz um cancão falar
Cutia vomitar fogo
Fechei a casa de jogo
Fiz um açude secar
Carro andar sem motor
Girafa virar doutor
Rolinha comer gavião
Eu fiz um cego enxergar
E a lua se apagar
Nas quebradas do sertão;


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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