quinta-feira, 7 de abril de 2016

2.019 - SOU INÚTIL.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 07 04 2016 e música:


Eu sou um cara inútil
Quase no fim da picada
Um hóspede da velhice
Perto do fim da jornada
A própria mulher me disse
Que eu não sirvo mais pra nada.

Pra que bancar o durão
Se minhas Forças estou perdendo
Sinto as pernas cansadas
Quase não estou me movendo
A vista também ta curta
Muito pouco estou vendo.

Não adianta mentir
Que sou o que mais não sou
Tou vivendo do passado
O meu tempo acabou
Tenho que me conformar
Com o passado que passou.

Não posso mais pegar peso
Pois sou um cara doente
A minha vitalidade
Também se foi de repente
Hoje só guardo lembranças
Do tempo que eu fui gente.

Que ainda dou no couro
Não adianta dizer
Pois todos sabem que minto
Só aumenta meu sofrer
Mesmo sendo imprestável
Inda não quero morrer.

Ninguém quer mais me ouvir
Não me dão mais atenção
Sou um cara do passado
Perdi minha servidão
Por minha inutilidade
Deixei de ser cidadão.

Ainda me querem pela
Minha aposentadoria
Muito pouca quase nada
Uma simples mixaria
Por direito inda tenho

Ela como garantia.

Infelizmente o velho
É tratado com desprezo
Na cadeira da velhice
Também tou vivendo preso
Por ninguém ligar pra mim
Eu não me sinto surpreso.

Mesmo assim inda trabalho
Pois tenho necessidade
Pra comprar o que preciso
Mesmo com minha idade
Como forma de lazer
E sustentabilidade.

Vou levando minha vida
Com bravura e paciência
Consciente do que sou
Só vivo por persistência
Sou inútil, mas enfrento,
A morte com resistência.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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