quinta-feira, 20 de agosto de 2015

1.856 - MARIETA E GALVÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 20 08 2015 e música:


Peço licença a todos
Pra fazer a narração
Do Criador quero bênção
De Jesus inspiração
Para contar o romance
De Marieta e Galvão.

Os nomes são fantasias
Mas o caso é verdadeiro
Que aconteceu no passado
Com um grande fazendeiro
Causou grande comoção
Lá pras banda do Outeiro.

Lá na Fazenda Outeiro
Moravam Chico e Santana
O Chico era vaqueiro
Daquela gente bacana
Trabalhava o dia todo
Todos dias da semana.

Santana era cozinheira
Também não tinha descanso
Levava a vida de pobre
E assim tocava o remanso
A distância acompanhava
Do mundo o seu avanço.

O Casal tinha três filhos
Raquel, Celso e Galvão
O Galvão era o mais Velho
Um filho de estimação
Cedo aprendeu trabalhar
Cresceu com disposição..

Com oito anos de idade
Perdeu o seu pai querido
Foi ajudar sua mãe
Como homem destemido
Apesar de ser criança
Era bem desenvolvido.

Ele trabalhou na roça
Para ganhar o sustento
De sua mãe e seus irmãos
Ela não tinha aposento
Foi o herói da família
Naquele triste momento.

O Galvão cresceu na roça
Sem que pudesse estudar
Aprendeu o suficiente
Para sua vida tocar
E ainda muito jovem
Foi pra cidade morar.

Quando chegou à cidade
O emprego que arranjou
Trabalhar de engraxate
Depois noutro se empregou
Foi vender doce na rua
E até fome passou.

Para uma padaria
Pães e bolachas foi vender
A profissão de padeiro
Não tardou em aprender
Com a nova profissão
Bons lucros passou a ter.

Depois dos irmãos criados
Sua genitora morreu
Embora estando solteiro
Ele não esmoreceu
Deixou de ser empregado
E se estabeleceu.

Arranjou uma namorada
Com pouco tempo casou
Ele foi pai de quatro filhos
Que com muito amor criou
Com os lucros da padaria
Uma fazenda comprou.

Sua esposa se chamava
De Maria Guilhermina
Os filhos: Aureliano
E Ana Maria Cristina
Pedro Jorge e Tereza
Ela bonita menina.

De fazenda, carro e gado,
Passou ser proprietário
A padaria cresceu
E agora como empresário
Homem da sociedade
De prédios era donatário.

Ele formou todos filhos
Engenheiro, advogado.
Médico ortopedista
Cirurgião afamado
Apesar de autodidata
Ele era preparado.

Vamos deixar o Galvão
Pra entrar noutro planeta
Falar duma moça pobre
Que se criou na sarjeta
Uma jovem sonhadora
Chamada de Marieta.

Ela filha de pais pobres
Muito cedo abandonada
Ela não teve infância
Por estranhos foi criada
Dona de beleza rara
De inteligência dotada.

De um caso amoroso
Dois filhos ela concebeu
Pra criar os dois sozinha
A Marieta temeu
Ela buscou em Galvão
Homem pra marido seu.

Certo dia numa festa
Ela conheceu Galvão
Embora ele casado
Aceitou seu coração
E naquela mesma noite
Selaram a união.

Marieta era astuta
Trabalhadora ambiciosa
Forjou todos argumentos
Pra sair vitoriosa
E Galvão caiu de cheio
Em sua preposição.

Ela disse pra Galvão
Tenho planos pro futuro
Eu mereço o melhor
Do que este mundo escuro
É casado, mas não pode,
Ficar encima do muro.

Quero montar uma indústria
Pra brinquedos fabricar
Você vai dar o dinheiro
Para as máquinas eu comprar
Também preciso do prédio
Pra poder me instalar.

Galvão disse faço tudo
Da forma como quiser
Pagarei mensalidade
Por quanto tempo puder
Eu só não quero perder
Os seus carinhos mulher.

Galvão deu o dinheiro
E as máquinas ela comprou
Também comprou um bom prédio
A indústria instalou
Comprou a casa e um carro
E também mobiliou.

Com o dinheiro do Galvão
A indústria progrediu
Sentindo-se realizada
A indústria expandiu
Com jeito de traidora
Seu futuro garantiu.

Muitos anos se passaram
Sem conhecer a verdade
Cego de amor Galvão vive
Na falsa felicidade
Sem imaginar que ela
Fazia-lhe falsidade.

Eles não moravam juntos
Mas tinham vida bacana
Eles só se encontravam
Pelos finais de semana
E ela com ouros homens
Tinha uma vida mundana.

Depois de um certo tempo
O Galvão desconfiou
Que estava sendo traído
E pra ela indagou
Diga-me se outro homem
O meu lugar ocupou.

Ela disse é verdade
Eu me encontro com outro
Eu não quero mais você
Pois meu amor já é doutro
Pra ti não existo mais
Meu coração está noutro

Galvão sacou um revólver
E pelo ódio tomado
Disparou por cinco vezes
Vendo seu corpo estirado
Vagabunda traidora
Agora estou vingado.

Este crime abalou
Toda a sociedade
Galvão fugiu do flagrante
Pra outra localidade
Marieta foi sem vida
Morar na eternidade.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário