quarta-feira, 19 de agosto de 2015

1.854 - FOLGUEDOS, LENDAS E FOLCLORE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 19 08 2015 e música:

Tenho a bênção de Deus
Inspiração de Jesus
Pra escrever em cordel
A Trindade me conduz
Folguedos, lendas e folclore
A descrever me dispus.

Acopiara é rica
Em eventos culturais
Pois o folclore e as lendas
A enriquece bem mais
Terra de povo humilde
Defensor dos ideais.

Tem fogueira de São Pedro
Santo Antonio e São João
Tem festa a noite inteira
No terreiro e no salão
O povo dança quadrilha
Ao redor do fogueirão.

O São João no sertão
É muito mais animado
Tem compadre e tem comadre
Padrinho e afilhado
Tem canjica tem pamonha
Milho cozido e assado.

Também tem primo e prima
Tem casamento e noivado
Tem balão tem trac e bomba
Jerimum na brasa assado
Chuvinha e rabo de saia
Deixa o povo animado.

Anda-se de pés descalços
Por cima do braseirão
Na folia também se pega
Brasa acesa com a mão
Eufórica moçada pula
Por cima do fogueirão

 No Olho D’água do Chão
Tem um pé de oitizeiro
Uma árvore milenar
Próximo a um despenhadeiro
Árvore misteriosa
Perto da Pedra do Letreiro.

O oitizeiro que falo
Planta espetacular
Ela não é muito alta
A mais grossa do lugar
São preciso sete homens
Pra poder lhe abraçar.

Nele há assombrações
Se ouve falar e cantar
Ouve toque de sanfona
E se ver galho quebrar
No dia seguinte está
Tudo no devido lugar.

A festa do maneiro-pau
Que antigamente havia
Era uma festa bonita
Com cassetetes e cantoria
Formando uma grande roda
Cantavam com alegria.

Dançando e requebrando
Com cassetetes de pau
E batendo um no outro
Dando batida igual
Cantando bonitas trovas
Lindo cerimonial.

A festa de São Gonçalo
Também era tradição
Hoje é menos freqüente
Mas inda há no sertão
É uma dança bonita
Ao santo com devoção.

Forma-se duas fileiras
E o santo em um altar
Um tocador um pandeirista
E duas moças pra acompanhar
Cruzando em forma de oito
Diante do santo a dançar.

Lá nas serras que circundam
O Olho D’água do Chão
Tem um enorme lajedo
E bem no seu centro então
Tem a pedra com letreiro
E a forma de uma mão.

Várias pessoas já foram
Visitar o oitizeiro
E muitos também já foram
Ver a Pedra do Letreiro
Duas belezas turísticas
Pertos da Serra Comboeiro.

E as festas de caretas
Que era muito praticada
Folguedo tradicional
Que no sertão é brincada
Anda um pouco esquecida
Bastante modificada.

Formam-se um grande grupo
De pessoas encaretadas
Usam vestimentas próprias
Coloridas esfarrapadas
Saiam pelas estradas
Com fanfarra e palhaçadas.

Passavam dias inteiros
Objetos coletando
Armados de chiqueirador
Uns aos outros açoitando
As coisas que eles colhiam
Numa roça iam botando.

Fazia o Judas de panos
E o enforcavam num madeiro
Com pedras e armas de fogo
Extinguiam o traiçoeiro
E o forró tomava contas
Do salão e do terreiro

Com o roçado montado
Caretas iam pastorar
Ladrões sem camisa iam
Os objetos roubar
Os caretas açoitavam
Para não deixar levar.

As brincadeiras de rodas
Eram comuns no passado
Formavam-se grandes rodas
Mãos dadas e lado a lado
Homens, mulheres e crianças
Nada era ignorado.

Brincava-se de ciranda
Alegres todos cantando
Alguém ficava no centro
Em volta todos dançando
E os de fora ficavam
Com palmas ovacionando.

Cantando se davam ordens
Pra ser cumprida na hora
Pra quem estava no círculo
Obedecendo sem demora
Cantava um verso bonito
Dava adeus e ia embora.

Da serra Cachoeirinha
Pra Serra do Comboeiro
Há um boqueirão, lajedo
Riacho e despenhadeiro
Entre as serras ocorre
Um gigantesco luzeiro.

E a lenda da Caipora
No sertão é conhecida
Se alguém fosse caçar
E não lhe levasse comida
Ou fumo papel e fogo
A caçada era perdida.

No terreiro se reunia
Para de anel brincar
Com as mãos fechadas o anel
Pra nas mãos de alguém deixar
Quem adivinhasse onde estava
Quem ia o anel passar.

Na brincadeira do trisco
Se guarda na manja, então.
Se corre pra não ser pego
Pra sair diz palavrão
Ó mourão, mourão quem me
Pegar é filho do cão.

Cantadores de viola
Todo o sertão percorria
A pé, montado, com sono.
Carro e moto não havia
Nas horas quentes do dia
Pra noite fazer cantoria.

Também tinha os comboieiros
Indo e vindo pela estrada
Transportando alimentos
Numa difícil jornada
Às vezes com fome e sede
Em viagem demorada.

Era costume também
Quando nascia um bebê
Soltavam-se vários fogos
Para o povo saber
Tinha cachaça alemã
Para a gestante beber.

O contador de histórias
Vocês precisam conhecer
Mui outras coisas fantástica
É necessário saber
Folguedos, lendas e folclore.
Há muito que escrever

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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