quinta-feira, 4 de junho de 2015

1.817 - BALSEIRO DE TROVAS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 05 06 2015 e música;


Todas noites a lua sai
Por de traz da grande serra
Com seus raios prateados
Vem pratear minha terra.

Todos dias bem cedinho
O sol nasce no nascente
Percorre todo universo
E vai morrer no poente.

Olho e vejo estrelas
Ofuscando a amplidão
Do alto do universo
Centelha meu coração.

Levantei cedo fui pra rua
Entusiasmado com fé
Empurrando meu carrinho
Para vender picolé.

É dia de Corpus Cristus
Feriado nacional
Pra igreja é dia santo
Mas trabalhar na faz mal.

Nasci na zona rural
E fui rico fazendeiro
Quebrei e vim pra cidade
Para ser picolezeiro.

Na rua com um carrinho
De picolé sou vendedor
Com lápis e papel na mão
Sou poeta escritor.

Eu nasci num pé de serra
Onde o sol custa nascer
Com quatro meses de aulas
Aprendi ler e escrever.

Eu sou filho lá da terra
Que canta triste o Vem-vém
Sou donde a mulher pilava
Milho pra fazer xerém.

No alto do céu eu louvo
Deus Jeová criador
E aqui na terra tenho
Jesus como salvador.

O dia está nublado
Parece que vai chover
A seca não deixou água
Pra cozinhar e beber

Não denuncio ninguém
Se eu não tiver as provas
Eu prefiro fazer versos
Neste balseiro de trovas.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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