quinta-feira, 19 de agosto de 2021

2.787 - EU TENHO QUE IR EMBORA.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra; 19 08 2021 e música:

 

 

Eu preciso ir embora

Pra morar noutro lugar

Lugar distante e tranqüilo

Onde eu possa morar

Em paz com meus animais

Sem a ninguém perturbar.

 

Onde eu possa trabalhar

Ganhar o pão todos os dias

Sem fofocas sem intrigas

E viver em harmonias

Vivendo tranquilamente

Escrevendo poesias.

 

Ver o sol todos os dias

Nascer forte no nascente

Durante ao correr do dia

Tomar banho de sol quente

E ver todas as tardinhas

Se esconder no poente.

 

Eu puder fazer repente

Nas noitadas de luar

Sentir o Aracati

Meu corpo massagear

E ouvir a Mãe-da-lua

Numa estaca gritar.

 

E ouvir o gorjear

Dos passarinhos na mata

E o barulho das águas

Espumando na cascata

Os jovens apaixonados

Cantando em serenata.

 

Ver a lua cor de prata

Prateando o meu sertão

Grandes boiadas que vão

Cortando velho estradão

Ouvir aboio saudoso

Do vaqueiro campeão.

 

Puder montar no alazão

Ir pro campo campear

Na sombra do juazeiro

Armar a rede e me deitar

Deitar na relva e dormir

Feliz da vida sonhar.

 

 

Banho de chuva tomar

Ao rebumbar do trovão

Na época invernosa

Ir fazer a plantação

Depois fazer a colheita

De milho, fava e feijão.

 

Bem a beira do estradão

Construir minha casinha

Criar bode e carneiro

Porco, gado e galinha

Merendar angu com leite

Comer pirão de farinha.

 

E ao redor da casinha

Um alpendre construir

Contar histórias de Trancoso

Com amigos divertir

Ao clarão do candeeiro

Deitar na cama e dormir.

 

Acordar-me e ouvir

O Sabiá-laranjeira

O canto da Asa-branca

Na copa da aroeira

Deliciar melancia

E roçar a capoeira.

 

Banhar-me na cachoeira

Ouvir galo no poleiro

Subir-me na cajarana

E brincar no juazeiro

Brocar e cercar a roça

Cedo varrer o terreiro.

 

Na sombra do Pau-pereiro

Parar para contemplar

O esperto beija-flor

O néctar da flor tirar

E ouvir as seriemas

Em lindo dueto cantar.

 

Lá nas plantas do pomar

Frutas eu quero colher

Escutar o sericora

E a juriti gemer

O cancão a fazer graças

E eu do mundo esquecer.

 

No pasto eu quero ver

Jumento marcando a hora

O cavalo relinchar

O carão triste que chora

No alpendre eu quero ouvir

As histórias do caipora.

 

 Eu tenho que ir embora

Pois eu tenho o mundo inteiro

Pra lutar pelo que quero

E ganhar um bom dinheiro

Não posso ficar parado

Pois não sou prisioneiro.

 

Vou como aventureiro

Viver em terra estranha

Buscarei felicidade

Do outro lado da montanha

Cansei de tanto apanhar

Só se aprende quando apanha.

 

Eu sou igual a aranha

Jamais eu desistirei

O meu lugar não me quer

Outro lugar buscarei

Por uma vida melhor

Com fé em Deus lutarei.

 

Esta decisão tomei

Pois já é chegada a hora

Com tristeza vou parti

Mas tenho que ir agora

Pra buscar melhor futuro

Eu tenho que ir embora.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário