domingo, 15 de agosto de 2021

2.785 - CIDADÃO DO MAL.

 

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 15 08 2021 e música:

 

 

Eu fui um homenzarrão

Com cara de valentão

E espingarda na mão

Eu gostava de caçar

Buscava em que atirar

Deparei-me com um ninho

Nele tinha um passarinho

Eu atirei no bichinho

Mas não consegui matar.

 

Na profissão caçador

Destaquei-me, fui terror

Da fauna destruidor

Um perverso criminoso

Na minha pequena idade

Cometi barbaridade

Fui uma temeridade

Caçador impiedoso.

 

Matei muitos passarinhos

Eu destruí tantos ninhos

Indefesos os filhotinhos

Não tinham como fugir

Com pedrada e baladeira

Com espingarda certeira

Matava por brincadeira

Ninguém podia impedir.

 

Com bodoque fui terror

Com funda eu fiz horror

No ramo de caçador

Achava-me campeão

Na caça não tive igual

Ceifei vida animal

Eu ceifava vegetal

Sem amor sem compaixão.

 

Plantei a inimizade

Intriga e a desigualdade

Ódio e infelicidade

Rancor e desunião

Abusando da cachaça

Denegri fiz arruaça

Plantei o mal fiz trapaça

Discórdia e insurreição.

 

Assaltei violentei

Fiz macumba estuprei

Corrompi e enganei

E fiz discriminação

Humilhei e fiz maldade

Usei desonestidade

Manchei a sociedade

Provoquei poluição.

 

Fiz uso da violência

Dirigi com imprudência

Sem pudor e sem clemência

Na vida fui traidor

Eu violei o direito

Em tudo botei defeito

Fui um monstro sem respeito

Do ódio fui pregador.

 

Chapéu quebrado na testa

Fechei bar acabei festa

Sei que o mundo me detesta

Pra mim isso era normal

Depois que envelheci

Ao bem me converti

Não ser mais eu decedi

Ser o cidadão do mal.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

 

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