terça-feira, 1 de janeiro de 2013

1.604 – FILHO ABANDONADO LIBERTA MÃE PRISIONEIRA.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 01 01 2013 e música;


Há muitos anos atrás
Um caso aconteceu
De uma mulher solteira
Uma criança nasceu
Para um casal estranho
Esta mãe seu filho deu.

Com a criança no colo
A família foi embora
Sem deixar seu endereço
Pra aquela pobre senhora
Que fez isto sem pensar
No que fez naquela hora.

Aquela criança mãe
Dali saiu satisfeita
Por doar o seu filhinho
De uma forma suspeita
Sem conhecer a família
Que dela se aproveita.

Esta mãe despreparada
Chamava-se de Raquel
O bebê por sua mãe
Chamado de Manoel
E pela família estranha
Chamado de Rafael.

Raquel nasceu no nordeste
Na capital Fortaleza
Uma menina fogosa
Dona de muita beleza
Mau lia e escrevia
E criada na pobreza.

Depois do ato consumado
Ela foi buscar trabalho
Por ela ser de menor
Se deparou no encalho
Sem ninguém lhe dá a mão
Começou jogar baralho.

De início levou sorte
Fazendo que ela quis
Por ganhar alguns trocados
Ela se sentiu feliz
Pois jamais imaginou
Começava ser infeliz.

Daquele dia por diante
Todo dia frequentava
Aquela casa de jogo
Sem querer se viciava
A deixava satisfeita
A mixaria que ganhava.

Em uma noite qualquer
Do trabalho no exercício
Por ela ser de menor
E exercer este ofício
Ela foi presa algemada
Dando início seu suplício.

Em uma delegacia                                                                                                                                                                                     O delegado perguntou
O que fazia por lá
Raquel assim retrucou
Jogar cartas foi a única
Profissão que restou.

Ela foi trancafiada
Numa cela fedorenta
Junta a outras delinquentas
Em uma sala nojenta
Com sujeiras e baratas
Em uma rede pulguenta.

Com as outras delinquentas
Se especializou
Para o mundo do crime
A Raquel se preparou
Enquanto prisioneira
Seu plano arquitetou.

Quando ela foi libertada
Para o crime foi levada
Fez parte de uma gang
Integrou vida errada
Além de jogos e bebidas
Passou a viver drogada.

No assalto de um banco
Foi levada pra prisão
Foi pagar pelos comparsas
Sem levar nenhum tostão
Com ajuda do advogado
Ganhou a libertação.

Livre condicional
Partiu pra outro delito
Foi fazer novos assaltos
Lá no bairro do Carlito
Messejana, Parangaba.
Lá na Sé e na frei Tito.

Já se passaram muitos anos
Raquel na vida perdida
Sem ter notícias do filho
Levado por desconhecida
Chorando o recomendava
A Senhora Concebida.

O seu filho Rafael
Estava sendo bem cuidado
Por sua nova família
Estava sendo preparado
Estudava em boas escolas
Para ser advogado.

Sua mãe de criação
Falou assim Rafael
Não é meu filho legítimo
A sua mãe é Raquel
Me deu para te criar
E te chamava Manoel.

Rafael disse mamãe
Favor dizer aonde estar
A minha mãe biológica
Preciso a encontrar
Pra conhecer sua vida
E quem sabe a ajudar.

Ela disse filho amado
Onde ela está não sei
Depois que o me deu
Nunca mais a encontrei
Pra saber de sua vida
Muitas vezes a procurei.

Mas sua mãe me contou
Um pouco do seu passado
Com a gravidez ela foi
Deixada pelo namorado
O seus pais a expulsaram
Junto com seu filho amado.

Rafael continuou
Estudando na esperança
E sempre que tinha tempo
Procurava na vizinhança
De encontrar sua mãe
Ele tinha confiança.

Mas sua mãe biológica
Continuava no crime
Ia presa ia solta
Mas ela não se redime
E não imaginava ela
Que tinha um filho sublime.

Depois de perseguição
Foi parar em Salvador
Juntando a outras gangs
Ela praticou horror
Em bancos, lojas e postos
A Raquel foi um terror.

Esteve lá no Recife
Na Paraíba também
Retornou a Fortaleza
Pensando em se dá bem
A situação arruinou
Quando matou alguém.

Num assalto em Fortaleza
Ela fez um assassinato
Sendo presa em flagrante
Foi pagar pelo seu ato
Foi julgada e condenada
Por seu crime insensato.

Já com dez anos de cadeia
Pagando por ser pecado
Seu filho na faculdade
Tendo muito estudado
Finalmente recebeu
Diploma de advogado.

Com o diploma na mão
Ele disse agora vou
Procurar por minha mãe
Saber por onde andou
Nas ruas e hospitais
Num presídios a encontrou.

Sabedor de sua sentença
Ele foi falar com ela
Seguido por seguranças
Ela entrou em sua cela
Arrepiada e mal vestida
Ele se compadeceu dela.

Sem que ela o conhecesse
Ele se identificou
Disse mamãe sou seu filho
Que na rua abandonou
Como seu advogado
Lhe tirar daqui eu vou.

Ela lhe abraçou chorando
Jamais pude imaginar
Do filho que desprezei
Fosse advogado formar
E perdoando meus erros
Fosse daqui me tirar.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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