sexta-feira, 10 de setembro de 2021

2.792 - MINHA VIDA NO PASSADO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra:: 10 09 2021 e música:

 

 

Ainda tenho lembrança

Da minha vida no passado

De tudo quanto passei

Ainda estou lembrado

Tempo que não volta mais

Que tá no peito guardado.

 

Reviver nosso passado

É novamente viver

Qualquer que seja o detalhe

Jamais se pode esquecer

Comparar com o presente

Faz melhor se conhecer.

 

Eu jamais vou esquecer

Os caminhos que passei

A casa onde nasci

Lugar onde me criei

E a minha terra querida

Que há muito tempo deixei.

 

Mas hoje me recordei

Do meu pé de juazeiro

E do pé de cajarana

Lá no final do terreiro

Tinha em frente da casa

Um pequeno Pau-pereiro.

 

Naquele enorme terreiro

Com meus amigos brinquei

Bolas de meias e seringa

Bolas de couro joguei

Peteca e jogo de bila

Grandes momentos passei.

 

De ciranda eu brinquei

Passa anel e casamento

Das brincadeiras de rodas

Lembro a todo o momento

Do trisca e do passa passa

Tudo era divertimento.

 

Não esqueço um só momento

Das boiadas nas estradas

O grito da mãe-da-lua

As festivas madrugadas

Dormir ao som do chocalho

E acordar com as passaradas.


Das noites de trovoadas

O tiritar da biqueira

Brilho forte do relâmpago

E o ronco da cachoeira

Riachos em enxurradas

E o roço da capoeira.

 

O florir da catingueira

Da época da plantação

Da capina do roçado

Da colheita do feijão

E as disputas ferrenhas

Da colheita do algodão.

 

O chororô do carão

Pedindo a Deus pra chover

O dueto das cauãs

Ver o dia amanhecer

Seriemas em dueto

E o lindo entardecer.

 

Também não posso esquecer

Da noite a escuridão

Da lua da cor de prata

Prateando o meu sertão

Das corridas de cavalos

Da poeira no estradão.

 

Ver chuva cair no chão

Das história do Caipora

Tirar o leite e beber

Leite mugido na hora

Levar o gado pro pasto

Ouvir o nambu que chora.

 

Despertar com o sericora

Por as cabras no chiqueiro

Aboiar e ouvir

O aboio do vaqueiro

Curar borrego e cabritos

Cedo varrer o terreiro.

 

Lembro quando fui vaqueiro

E da lida com o gado

Tudo isto e muito mais

Está no peito guardado

Choro sempre ao lembrar

Da minha vida no passado.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

 

 

 

 

 

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