domingo, 2 de junho de 2019

2.495 - O CAÇADOR DE BOTIJA.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 02 06 2019 emúsica;


Este é mais um trabalho
Que me proponho a compor
Tiro da inspiração
Uma história de valor
Que eu ouvir contar
Lá no meu interior.

A história dum menino
Que era muito inteligente
Muito esperto e curioso
Muito educado e descente
Um caçador de botijas
Destemido e persistente.

O chamavam de Joãozinho
E no sertão foi nascido
Procurar botija era
Seu trabalho preferido
Por Caçador de Botijas
Ele ficou conhecido.

Sempre estava presente
Em toda conversação
Em tudo que se falava
Ele prestava atenção
Com sua memória fértil
No ramo foi campeão.

Um dia ele ouviu contar
Que na Serra do Comboeiro
Perto duma casa velha
No tronco de um pereiro
Tinha uma grande botija
Que foi dado a um vaqueiro.

O vaqueiro com um amigo
Foi à botija arrancar
Assombrou-se e correu
Sem a botija tirar
O menino disse é hoje
Que a botija vou buscar.

Quando foi a meia noite
Ele se arrumou ligeiro
Com as ferramentas no ombro
E foi ao pé do pereiro
Tudo que ele encontrou
Uma lata sem dinheiro.



Ele voltou para casa
Com muito sono e cansado
Os amigos perguntaram
Como foi o resultado
Ele disse o dinheiro
Continua encantado.

Depois ele teve um sonho
Doutra botija que tinha
Junto ao pé dum angico
Perto duma lagoinha
Tinha que levar alguém
Pra dividir a graninha.

Joãozinho chamou o Chiquinho
Vamos lá meu companheiro
Arrancar uma botija
Que está cheia de dinheiro
Junto à moita de Mufumbo
Lá no sítio Taboleiro.

Montaram em um cavalo
Receoso e com temor
Marmotas de todo tipo
Fizeram grande terror
Poucas moedas de bronze
De pouquíssimo valor.

O Caçador de Botijas
Não se deu por perdedor
Disse eu vou continuar
Pois eu sou bom caçador
Sei que na próxima empreitada
Arranco uma de valor.

Joãozinho tava frustrado
Dizendo assim não dar
Mas quando ele foi dormir
Com fé começou rezar
Pedindo as santas almas
Que viessem lhe ajudar.

Mas lá pela meia noite
Joãozinho acordou gritando
Mulher acorda ligeiro
E foi da cama pulando
Eu sonhei com uma botija
Na casa velha do Armando.

A mulher disse marido
Vá dormir pra descansar
Amanhã cuidamos disso
Por que agora não vai dar
A esta hora da noite
Sua botija arrancar.



Ele disse eu vou agora
Se não for eu vou sozinho
Não tenho medo de nada
Conheço bem o caminho.
A botija é muito grande
Não cabe neste saquinho.

A mulher disse marido
Deixe o dia amanhecer
Ele disse vou agora
Não tenho tempo a perder
Ela disse então vai
Mas não vá se arrepender.

Muito apressadamente
Joãozinho se preparou
Uma pá e picareta
Um grande saco pegou
Uma foice e uma lanterna
Um facão dois cumes levou.

Ele saiu às carreiras
Para a casa abandonada
Nem sequer olhou pra trás
Pois conhecia a estrada
Sem pensar que cairia
Em uma nova cilada.

Ao chegar à casa velha
Foi ao portão de entrada
Bateu com o pé com força
A porta deu uma risada
Com outra pernada a porta
Caiu no chão estirada.

Ele foi até a porta
Com a lanterna na mão
Deu uma clareada na sala
Bateu forte o coração
Dizendo hoje é meu dia
Sair desta situação.

O tesouro da botija
Não sai do seu pensamento
Quarto por quarto e sala
Fez o reconhecimento
Localizou a botija
Naquele mesmo momento.

Ele fechou todas as portas
E disse com confiança
Com todas as portas fechadas
Eu tenho ais segurança
Passar a mão no tesouro
Sua maior esperança.



Localizou o local
Onde a botija estava
Dentro do fogão a lenha
A botija se encontrava
Disse ele vai ser fácil
Mais do que eu esperava.

Já pegou a picareta
Começou a escavação
Ouviu um grito tão feio
Saia daqui seu ladrão
Ele respondeu pro grito
Só com a botija na mão.

Ouviu uma gargalhada
E uma voz que assim dizia
Você não leva a botija
Nem de noite nem de dia
Estás preso nesta casa
Sem saída e sem guia.

Ele olhou para os lados
Não viu nada em sua frente
Deu outra picaretada
Mas logo viu de repente
Um bicho preto e chifrudo
Vomitando fogo quente.

Olhou para trás e viu
Um dragão tão monstruoso
De um lado uma serpente
Noutro um leão furioso
Ele diz não tenho medo
Eu sou um cara teimoso.

O monstro disse pra ele
Uma chance vou lhe dar
Pegue as coisas e vá embora
Botija não vai tirar
Não sabe o que vai sofrer
Se continuar a teimar.

Ele disse vou tirar
Ninguém vai me impedir
Os fantasmas se revoltaram
Partiram pra o engolir
Ele correu feito doido
Sem dali poder sair.

Levou chifrada e mordidas
Quase morre de apanhar
Corria dum lado pra outro
Pra dos bichos se livrar
Depois disso nunca mais
Botija ele quis tirar.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário