domingo, 16 de fevereiro de 2020

2.564 - AI QUE SAUDADE ME DAR.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 16 02 2020 e música:


Ai que saudade me dar
Quando morava na roça
Na nossa velha palhoça
No meu querido sertão
Ouvir barulho da chuva
O tiritar da biqueira
O roncar da cachoeira
E o rebombar do trovão.

Ver chuva cair das nuvens
Relâmpago rasgar espaço
Vento fazendo regaço
As águas lavando a terra
Ver riachos transbordando
Cachoeira espumando
Reservatórios sangrando
E deslizamento de serra.

Nenhum poeta se engana
Ao descrever o sertão
Sentindo o cheiro do chão
A lama cobrindo o pé
Saudade invade meu peito
De tudo que eu vivi
Onde nasci e cresci
Com muita esperança e fé.

Não esqueço um só instante
Da minha terra querida
Terra que me deu a vida
A que tenho gratidão
Eu recordo com saudades
Dos caminhos que passei
As veredas que trilhei
Guardo no meu coração.

Do meu pai e da minha mãe
Que já não estão mais aqui
Não voltarão mais ali
Pra rever a nossa gente
Dos meus irmãos também
Todos nascidos por lá
Alguns inda estão por cá
Mas outros estão no além.

Quanta saudade me dar
Do curral e da vacaria
Quando o dia amanhecia
O leite a gente tirava
Recordo quando tomava
Leite mugido na hora
Cedo ao romper da aurora
Um lindo aboio soltava.

Ai que saudade me dar
Ver o sol nascer no nascente
E se esconder no poente
Ao final do velho dia
Ouvir ao cair da noite
A Mãe-da-lua cantar
Cantadores desafiar
Em festa de cantoria.

Ai que saudade me dar
Ver a lua cor de prata
Prateando a verde mata
Na minha terra querida
Olhar para o céu e ver
As estrelas ofuscando
Ouvir vaqueiro aboiando
Alegrando o novo dia.

Ai que saudade me dar
Das histórias de Trancoso
Vento Aracati saudoso
Saudando a nossa terra
Do futebol que jogava
No campo do Comboeiro
Quando varria o terreiro
Da neve cobrindo a serra.

Ai que saudade me dar
Do cachorro que latia
Gato que no teto mia
Do despertar da passarada
Jumento escaramuçando
Das danças de São Gonçalo
Das corridas de cavalo
E do queijo de coalhada.

Ai que saudade me dar
De quando eu era criança
Dos bons tempos de bonança
Quando havia bom inverno
Da canjica e da pamonha
Das festas de São João
Do meu velho casarão
Guardo sentimento eterno.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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