sábado, 27 de agosto de 2016

2.066 - MINHA VIDA NO SERTÃO

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 27 08 2016 e música:


Com orgulho me disponho
Narrar sobre o meu sertão
Pois foi lá que eu nasci
E o guardo no coração
Terra de povo bravio
Meu berço minha paixão.

De falar do meu sertão
Eu me sinto orgulhado
Pra falar de seus costumes
Estou mui bem preparado
Só vou narrar à verdade
Do meu bom torrão amado.

Ainda estou lembrado
Do que por lá se passava
Na vida do sertanejo
Da forma que se educava
Pra garantir seu sustento
Na lavora trabalhava.

Muito bem me alimentava
Comendo feijão com pão
Com toicinho ou rapadura
Era o almoço no sertão
E para melhorar mais
Mamãe fazia capitão.

O mungunzá no sertão
Com feijão ou fava fazia
Com torresmo ou fígado
De porco a gente comia
Puro ou feito farofa
Que belíssima iguaria.

Cedo milho eu moía
Pra poder angu fazer
Com leite de vaca ou cabra
Pra com meus irmãos comer
Com rapadura ou carne assada
Nossa barriga encher.

Eu jamais vou esquecer
O que comi no sertão
Porque da massa do milho
Também se fazia o pão
Com a rapadura preta

Para a merenda então.

No moinho ou no pilão
Também fazia xerém
Pra ração pros pintos e
Baião de chapada também
Com feijão e com toicinho
Eu comia muito bem.

Inda lembro muito bem
De uma boa iguaria
Canjica do milho verde
Que a minha mãe fazia
Com açúcar ou rapadura
Com leite a gente comia.

A pamonha se fazia
Adoçada ou com sal
Também se comia pura
Mas com leite era legal
E às vezes por mistura
Para nós era normal.

Não há coisa mais legal
Que fazer o eu se adora
Tirava o leite das vacas
E ali mesmo sem demora
Com apetite eu bebia
Leite mugido na hora.

Pra tudo se tinha a hora
Não podia se atrasar
Levava o gado pra roça
As cabras para pastar
Mas quando era a tardinha
Eu tinha de ir buscar.

Ao terminar de almoçar
No sol quente ao derreter
Pegava os animais
Os levava pra beber
Depois ia pro trabalho
Só voltava ao anoitecer.

O que eu tinha por lazer
Era jogar futebol
Lá no terreiro e no campo
Até o apagar do sol
Pescava de landuá
Galão, tarrafa e anzol.

Cedo pegava o lençol
Para catar algodão
Plantava milho e arroz
Melancia e feijão
O trabalho sempre foi
Minha vida no sertão.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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