sexta-feira, 10 de julho de 2020

2.624 - É TRISTE, MAS É VERDADE.


Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 06 07 2020 emúsica:


Eu nasci no Comboeiro
Num lugarzinho Fechado
Numa casinha de taipa
Eu nasci e fui criado.

Com doze anos de idade
Noutra casa fui morar
Casa feita de tijolos
Naquele mesmo lugar.

A velha casa de taipa
Erguida as margens da estrada
Ruiu-se e caiu por terra
No lugar não há mais nada.

Nossa casa de tijolos
Também teve o mesmo fim
A terra não é mais nossa
Só saudade existe em mim.

Junto a casa de tijolos
Casa de taipa que construí
Também não existe mais
Mas dela não esqueci.

O açude de água doce
Que meu avô construiu
Encontra-se abandonado
Como está nunca se viu.

A casa do tio Assis
Ar margens duma estrada
Reformei e morei lá
Totalmente abandonada.

O açude dos Beneditos
Tá coberto pelo mato
E a barragem de cal
Dela não há nem retrato.

O Riacho do Fechado
O orgulho da redondeza
Guardo lembranças dos banhos
Tomados na correnteza.

A casa da Cantonília
Com o tempo caiu também
O açude ao seu redor
Esquecido ao além.



Cada de Geraldo Sarmento
Também desapareceu
E a casa da Mãe aninha
Com ela também morreu.

A casa de Chico Amâncio
Sem ninguém não resistiu
E a casa de Pedro Amâncio
Abandonada sumiu.

A casa do Zé Ferreira
Encontra-se em ruínas
E a de Maria Vicente
Também teve mesmas sinas.

Casa do tio Lourival
Dela já não há mais nada
A casa do Joaquinzinho
Não há mais nem torroada.

Casa de padrinho Joaquim
Ao tempo não resistiu
A de Tereza e a Cícera
Desmoronou e caiu.

Casa do Adelson Carneiro
Há muito tempo morreu
A de Raimundo Benedito
Também desapareceu.

A casa que meu avô
Construiu com muita fé
A mesma que Floro morou
Ainda está de pé.

Aquela grande aroeira
Situada na baixada
Foi derrubada e queimada
Dela não existe mais nada.

Lajedo do Xiquexique
Tá coberto pela mato
Na cachoeira barulhenta
Só existe unha de gato.

A aroeira do açude
O fogo a devorou
E o angico do curral
Alguém cortou e queimou.

O coqueiro do açude
Foi cortado e queimado
O mesmo aconteceu
Com o do riacho do fechado.



Lá não mora mais ninguém
Quem não morreu foi embora
Fechado virou deserto
Só existe mato agora

Lágrimas avançam meu rosto
No coração a saudade
Sinto muito em dizer
É triste, mas é verdade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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