quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

2.546 - ABAIXO DA LINHA DO NADA.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 25 12 2019 e música:


Aquilo que não é nada
Todos sabem como é
Quem quer ser o impossível
Não passa de um ralé
Assim sou eu porque sou
Vendedor de picolé.

Quem quer ser o que não é
Termina não sendo nada
Quem quer ir onde não pode
Fica no meio da estrada
Aquele que crer em sina
Ver sua sina cortada.

Minha vida é complicada
Eu sou um cara sem sorte
O que faço dar errado
Sou o sobejo da morte
Quando penso alcançar êxito
Termino sofrendo desnorte.

Como não tenho suporte
Viro-me de todo jeito
Busco daqui e dali
Na busca do meu direito
Quando chega minha vez
Ao meio não sou aceito.

Só porque sou um sujeito
Que tem trabalho vulgar
A sociedade humana
Ver-me com estranho olhar
Fingindo não me ver vendo
Jamais irá me aceitar.

Não posso me conformar
Por tanta indelicadeza
Sou poeta brasileiro
Filho desta redondeza
Da literatura local
Vítima da incerteza.

Sugeri com gentileza
Na cidade foi criada
Pela câmara local
Em seção foi aprovada
Pelo gestor da cidade
A lei foi sancionada


Inda não foi instalada
Não sei se vou conseguir
Os impasses alegados
Eu não posso admitir
Desculpas desfarrapadas
Tentam a verdade encobrir.

Não adianta mentir
Eu ando desconfiado
Vendo picolé nas ruas
Mas sou mui bem preparado
Mesmo dizendo ao contrário
Eu sou mal interpretado.

Muito tem me intrigado
Pela falta de pudor
Da academia de letras
Sou  idealizador
Será que fazer parte dela
Eu não sou merecedor?

Picolé sou vendedor
Mas é limpa minha estrada
Como idealizador tenho
Garantida minha entrada
É duro ser imortal
Abaixo da linha do nada


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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