domingo, 26 de outubro de 2014

1.775 - NO ROL DE TERRA MALDITA

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 26 10 2014 e música:


Já estou me aproximando
Do lugar onde nasci
Completamente abandonada
O lugar onde cresci
Nem sequer existe mais
As casas onde vivi.

A velha casa de taipa
O meu berço natural
Foi-se levando com ela
O terreiro e o quintal
Não há ovelhas nem cabras
Nem chiqueiro nem curral.

E a casa de tijolos
No ano trinta construída
Foi o meu segundo lar
Onde passei parte da vida
Também não existe mais
Sem razão foi demolida.

Ao rever o meu lugar
Recordações dão demais
Lágrimas caiem dos olhos
Com saudade dos meus pais
As terras tem outros donos
E os meus pais não vivem mais.

Eu avisto um touro morto
Num terreno descampado
Porque morreu eu não sei
Talvez por ser mau cuidado
Exalando mau odor
Por urubus é tragado.

Mas na terra é assim
Nada tem vida infinita
Por desprezar meu lugar
A lembrança me irrita
Com desprezo a inscreveram
No rol de terra maldita.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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