Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 31 03 2024.
Alô, alô minha gente
Do meu torrão brasileiro
Sou poeta escritor
Nascido no Comboeiro
Poemista e cordelista
E filho de violeiro
Da terra do lavrador
Cidadão hospitaleiro.
Cidadão hospitaleiro
Cearense cabeça chata
Que amo a minha terra
E gosto de serenata
Onde passeia nos céus
Uma lua cor de prata
Com beleza e candura
Prateando a verde mata.
Prateando a verde mata
Da minha terra querida
Onde nasci e me criei
E vivi parte da vida
Terra de gente amiga
Lá no sertão inserida
De gente trabalhadora
Disto jamais se duvida.
Disto jamais se duvida
Não há como contestar
Aonde há paz e amor
É boa de se morar
Onde o vento Aracati
Faz o calor abrandar
Terra fértil produtiva
Se plantando tudo dar.
Se plantando tudo dar
Não me canso de dizer
Que não há lugar no mundo
Melhor para se viver
Onde o sol estrela rei
Faz nos céus resplendecer
Ao raiar da madrugada
Um novo dia nascer.
Um novo dia nascer
Onde se pesca de anzol
No terreiro da fazenda
Há jogo de futebol
Se olha para o céu e ver
Relâmpago em caracol
Lá na minha terra tem
O mais belo pôr do sol.
O mais belo pôr do sol
E em noite enluarada
Uma história de Trancoso
Por alguém é bem contada
No alpendre da fazenda
Até alta madrugada
O sertanejo desperta
Ao cantar da passarada.
Ao cantar da passarada
Saudoso aboia o vaqueiro
Tira o leite das vacas
E outros lá no chiqueiro
Tira o leite das cabras
E lá no grande terreiro
O protegendo a fazenda
Late o cachorro trigueiro.
Late o cachorro trigueiro
Canta acuado o cancão
Pedindo chuva a Deus
Canta forte o carão
Duas cauãs em dueto
Anunciam o verão
O sertanejo animado
Planta a semente no chão.
Planta a semente no chão
Confiando em bom inverno
Más quando chega o verão
Reza para o Pai Eterno
Pede chuva em bonança
Até escreve em caderno
Em orações pede a deus
Mande a seca pro inferno.
Mande a seca pro inferno
Chuva pra molhar o chão
Também pede a São José
O santo da devoção
Pra haver um bom inverno
Que haja boa produção
Arroz, milho e feijão
Fava, frutas e algodão.
Fava, frutas e algodão
Na minha terra é assim
O povo vive alegre
Alegria não tem fim
O povo é educado
Lá todos trabalham sim
Tudo é compartilhado
Lá não há tempo ruim.
Lá não há tempo ruim
Lá dar gosto se viver
Na fogueira e São João
Só acredita quem ver
Se aça jerimum e milho
E carne pra se comer
Rola festa a noite até
Novo dia amanhecer.
Novo dia amanhecer
Tem dia de namorados
A festa de Santo Antônio
Pra solteiros e casados
Tem fogueira de São Pedro
Dois santos comemorados
Eles são Pedro e Paulo
Apóstolos consagrados.
Apóstolos consagrados
Tem festas todos os dia
Se guarda os dias santos
Não existe heresias
Tem folguedos de caretas
Com festanças e folias
Tem cantador de violas
Tem repente e cantorias.
Tem repente e cantorias
E dança de São Gonçalo
Tem peru fazendo rodas
No poleiro canta o galo
Tem forró a noite inteira
E corrida de cavalo
Para se fazer canjica
Se rala o milho no ralo.
Se ralo milho no ralo
Pra pamonha e canjica
Quando chove no telhado
Cai a goteira da bica
Vaqueiro conduz boiadas
Na lida se identifica
Pra quem quer viver feliz
Minha terra é boa dica.
Minha terra é boa dica
Tem coalhada e mungunzá
Melancia e cajarana
Tem pipoca e fubá
Jerimum e macaxeira
Cajarana e Cajá
Rapadura e mel de cana
Tamarindo e trapiá.
Tamarindo e trapiá
Tem goma de mandioca
Tem farinha, em beju
Tem papa e tapioca
Carne de bode assada
Tem buchada e paçoca
E brincadeiras de rodas
E rabequeiro que toca.
E rabequeiro que toca
Sanfoneiro e cantor
Tem missa lá na capela
E crente no Salvador
O clima é temperado
Também há frio e calor
Tem escola pra estudar
Lá o povo tem mais valor.
Lá o povo tem mais valor
Existe mais união
O povo se cumprimente
Assim pegando na mão
Tem quermesse tem novena
Lá se vive em comunhão
O melhor baião de dois
Melhor farofa e pirão.
Melhor farofa e pirão
Tem banho de cachoeira
Lá tem broca e cercados
E roço de capoeira
Trisca e jogo de bila
Olaria e carvoeira
Banho de açude e vizinhança
Moça bonita e faceira.
Moça bonita e faceira
Mulheres honestas sim
Mel de abelha e angu
Tem batida e alfenim
Lá tem tudo que é bom
Não tem nada de ruim
Assim é a minha terra
Voltar pra lá tou afim.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar
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