HOJE ACORDEI COM SAUDADE.
Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 09 03 2024.
Hoje acordei com saudade
Da minha querida terra
Do meu velho pé de serra
Minha naturalidade
Meu querido Comboeiro
De um povo hospitaleiro
Onde nasci me criei
Com meus pais e meus
irmãos
Plantando e colhendo grãos
No lugar onde morei.
De taipa era a casinha
Onde nasci me criei
Nos bons tempos passei
Ao lado da mamãezinha
Meu papai agricultor
Repentista cantador
Homem de muito respeito
Pecuarista criador
Também foi vereador
E interino prefeito.
Hoje acordei com saudade
Da minha gente querida
Com minha alma sentida
Por morar aqui na cidade
Distante da minha gente
De amigoS e de parente
Do esplendor da natureza
Por deixar em meu lugar
O meu amor a chorar
Por abandono e tristeza.
Com saudade acordei
Do meu tempo de criança
No meu peito a lembrança
Chorando me levantei
Abri a porta e sai
Confesso nem percebi
Que estava de pés no chão
Me dispus a caminhar
Tentando amenizar
A dor no meu coração.
Saudade invade meu peito
Dos caminhos que passei
Das moças que namorei
Esquecer não tenho jeito
Do véu lindo estrelado
E das boiadas de gado
E do luar cor de prata
Da verde mata do campo
Dos faróis do pirilampo
Das noites de serenata.
Do meu pai em cantoria
Seriemas em duetos
Ninhos feitos de gravetos
A cauã em harmonia
Do romper da madrugada
Ao cantar da passarada
Raios dourados do sol
Mãe da numa estaca
Barulhos da curicaca
Das flores do girassol.
Hoje acordei com saudade
Dos valentes bem-te,vis
Dos gansos, das juritis
Do calor e a claridade
Da panha do algodão
E das noites de São João
Forró e Maneiro pau
Das festas de São Gonçalo
E do cantar do meu galo
E das noites de sarau.
Hoje acordei com saudade
Das cabras e dos carneiros
Do futebol nos terreiros
E da minha mocidade
Dos gatos e dos cachorros
Das caçadas lá nos morros
Sem medo de assombração
Lembro a relva molhada
E também da cavalgada
Em meu cavalo alazão.
Hoje acordei com saudade
Das debulhas do feijão
Do cântico do carão
Da nossa propriedade
Do pão de milho e angu
Carne de peba e tatu
Me faz lembrar de verdade
Não mais pra aguentar
Logo vou ao meu lugar
Para matar a saudade.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar
Nenhum comentário:
Postar um comentário