quinta-feira, 19 de outubro de 2023

3.159 - OLHANDO PARA O ESPAÇO.

 

Autor: Erivaldo Alencar.

 

Letra: 19 10 2023.

 

 

Olhando para o espaço

Vi coisas maravilhosas

O universo estava

Cheio de estrelas brilhosas.

 

As grandes manchas de astros

Que ofuscavam distante

Na escuridão da noite

Me fez parar por instante.

 

Vi a lua deslumbrante

Com sua face cor de prata

No alto do firmamento

Clareando a verde mata.

 

Ouvi o Rasga-mortalha

Rasgando a veste sua

E na ponta da estaca

O cantar da Mãe-da-lua.

 

Também ouvi sutilmente

O canto do inhambu

O gemer do juriti

No galho do mulungu.

 

A Asa-branca também

Na copa da aroeira

Duas cauãs em dueto

Nos galhos da catingueira.

 

Ouvi o galo cantar

Lá no alto do poleiro

Uma onça rugir forte

Ali no despenhadeiro.

 

Os capotes em fanfarras

Cantavam dizendo fracos

Lá nas quebradas da serra

O alarido de macacos.

 

Eu vi estrelas cadentes

Em alta velocidade

Infelizmente essas coisas

Não são vistos na cidade.

 

Caboré tomando sol

Com olhar desconfiado

Seriemas em dueto

Me dez lembrar o passado.

 

Eu vi o nascer do sol

Coisa bonita de ver

E por traz do horizonte

Sem pressa se esconder.

 

Numa rede de varanda

No alpendre da mansão

Eu dormi tranquilamente

Ouvindo o som do trovão.

 

Me banhei na cachoeira

Nas espumas mergulhei

Adormecido na relva

Um ar puro respirei.

 

Cavalguei pelas campinas

Montado no alazão

Pois não há vida melhor

Que a vida no sertão.

 

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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