Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 19 10 2023.
Olhando para o espaço
Vi coisas maravilhosas
O universo estava
Cheio de estrelas
brilhosas.
As grandes manchas de
astros
Que ofuscavam distante
Na escuridão da noite
Me fez parar por instante.
Vi a lua deslumbrante
Com sua face cor de prata
No alto do firmamento
Clareando a verde mata.
Ouvi o Rasga-mortalha
Rasgando a veste sua
E na ponta da estaca
O cantar da Mãe-da-lua.
Também ouvi sutilmente
O canto do inhambu
O gemer do juriti
No galho do mulungu.
A Asa-branca também
Na copa da aroeira
Duas cauãs em dueto
Nos galhos da catingueira.
Ouvi o galo cantar
Lá no alto do poleiro
Uma onça rugir forte
Ali no despenhadeiro.
Os capotes em fanfarras
Cantavam dizendo fracos
Lá nas quebradas da serra
O alarido de macacos.
Eu vi estrelas cadentes
Em alta velocidade
Infelizmente essas coisas
Não são vistos na cidade.
Caboré tomando sol
Com olhar desconfiado
Seriemas em dueto
Me dez lembrar o passado.
Eu vi o nascer do sol
Coisa bonita de ver
E por traz do horizonte
Sem pressa se esconder.
Numa rede de varanda
No alpendre da mansão
Eu dormi tranquilamente
Ouvindo o som do trovão.
Me banhei na cachoeira
Nas espumas mergulhei
Adormecido na relva
Um ar puro respirei.
Cavalguei pelas campinas
Montado no alazão
Pois não há vida melhor
Que a vida no sertão.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar
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