Autor: Erivaldo Alencar.
Letra; 10 10 2023.
Eu nasci lá no sertão
Em uma simples palhoça
Muito cedo fui pra roça
E não tive educação
Sou duma família pobre
Más de um coração nobre
Sou filho de cantador
Eu tive uma infância reta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
No meu tempo de criança
Sem tempo para brincar
Sem escola pra estudar
Não me faltou esperança
De3 sonhar com o futuro
Futuro longe e escuro
Confiante no Senhor
Vezes metido a profeta
Sou apenas um poeta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Sem estudo sem dinheiro
Longe da sociedade
Passando necessidade
Dando uma de vaqueiro
Vendo o tempo correr
E eu menino crescer
Fui um jovem sonhador
Com minha mente repleta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
O tempo ligeiro voa
Aumentando de idade
Todo cheio de vontade
Fui a terra da garoa
Lá conheci muita gente
Metido a inteligente
Sem diploma de doutor
Numa solidão completa
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Hoje moro na cidade
Sem futuro, sem cartaz
Tempo que faz e desfaz
Só aumentou minha idade
De onde vim pra o9nde vou
Sou apenas o que sou
Vejo cair meu valor
Poesia me completa
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Já quase setenta e cinco
Vejo a velhice chegar
A morte se aproximar
Sem perspectivas eu brinco
Faço um balanço geral
Do que fiz de bom e mal
Sem futuro promissor
O que a velhice acarreta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Muitas vezes me revolto
Com minha situação
Com dores no coração
Vezes ao passado volto
Bate no peito a tristeza
A desgraça da pobreza
Faz de mim um sonhador
Dando uma de pateta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Não adianta chorar
Pedir arrogo ou gemer
Dormir, acordar, correr
Nada vai fazer mudar
Muitos sonhos eu sonhei
Tão poucos realizei
Sou um traste sem valor
Eu sonho o destino veta
Sou apenas um poeta
Da terra do lavrador.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar
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