Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 26 04 2023 e
música:
Eu sei que não sou ninguém
Reconheço meu lugar
Sem direito a reclamar
O direito de ser alguém
Só me tratam com desdém
Más isto pouco me importa
Ando por vereda torta
Sob o sol abrasador
Sufocado no calor
A minha vida entorta.
Minha alma quase morta
Precisa sobreviver
Mesmo contra o querer
De alguém que não importa
Choromingando exorta
A vida com liberdade
Buscando a felicidade
De forma desatinada
Pela sarjeta jogada
Sem amor nem piedade.
Longe da sociedade
Assim vai vivendo eu
Igual humilde plebeu
Meio a obscuridade
Sem responsabilidade
Sem qualquer obrigação
Desiludido sem razão
Mendigando na sarjeta
Igual errante cometa
Sem ter direito ao pão.
Com cara de valentão
Más não tenho valentia
Só tenho a noite e o dia
Minha cama é o chão
Sem destino e direção
Sem casa para morar
Sem calçado pra calçar
Jornal é meu cobertor
É muito triste doutor
Não ter família nem lar.
Vezes penso em me matar
Eu vivo sem segurança
E sem fé sem esperança
Vou tentando escapar
Ninguém vem pra me salvar
Sequer me estende a mão
O amor se a compaixão
Não há no meu dicionário
O prazer é meu calvário
Pra mim não há salvação.
Com a caneta na mão
Pros problemas esquecer
A arte de escrever
Minha única diversão
Sinto que meu coração
Está brigado comigo
Não entende o que digo
No meu grito de socorro
Não sei se fico ou corro
Nem se ligo ou não ligo.
Não tenho nenhum amigo
Nem também conheço a paz
Até me sinto incapaz
Me afugentar do perigo
O meu maior 9inimigo
Sinto ser meu próprio eu
Sem nada o nada é meu
Se vencer não conseguir
Jamais irei desistir
Deste dom que Deus me deu.
Não sei o que devo eu
Pra ser assim castigado
Sinto-me um desastrado
Num mundo que não é meu
Más com o dom que Deus me
deu
Tenho por meu maior bem
Dou que pouca gente tem
No resto do meu dia a dia
O que mais me afligia
Parecer não ser ninguém
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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