Autor: Francisco Erivaldo
Pereira Alencar.
Letra: 24 12 2021 e
música:
Eu gosto de ouvir repente
Pelejas de cantadores
Dois menestréis trovadores
Num salão com muita gente
Povo gritando contente
Esbanjando alegria
Um cantador desafia
Outro responde com dote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
Um cantador valentão
Sem medo de apanhar
No galope a beira mar
Bate forte no bordão
Faz rapapé cisca o chão
Parece dá agonia
Verseja com garantia
Solta versos de magote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
É bonito uma sextilha
Descrevendo o meu sertão
A chuva que cai no chão
E um sol quente que brilha
Uma vaca uma novilha
O nascer do novo dia
Nós comendo melancia
E moças dançando o xote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
Gosto ouvir dois
cantadores
Tirando versos da cachola
Tocando numa viola
Como vates de valores
Sentindo o cheiro das
flores
Vai ao amanhecer do dia
Rimando em poesia
Bebendo água do pote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
Eu gosto de ouvir quadrão
Cante lá que eu ouço cá
Voa voa sabiá
Um desafio em mourão
Aprecio uma canção
Numa noite escura e fria
A lua que alumia
O dinheiro num malote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
Cantador desaforado
Com a viola não mão
Vai pra o meio do salão
Sem perder o rebolado
No martelo agalopado
Povo vibra de alegria
Sem perder a sincronia
Solta versos de pacote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
O meu pai repentista
Violeiro cantador
Sou poeta escritor
Pesquisador cordelista
Aposentado poemista
Poetizo com alegria
Rimo com sabedoria
Deus quem me deu este dote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantaria.
Se alguém escolhe um tema
Cantador não titubeia
E sem mostrar cara feia
Ele publica o problema
Por conhecer o dilema
Tenta levar alegria
Pra o povo que se agonia
Do peso em seu cangote
Eu gosto de ouvir mote
Em festa de cantoria.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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