Autor: Erivaldo Alencar.
Letra; 19 08 2021 e
música:
Eu preciso ir embora
Pra morar noutro lugar
Lugar distante e tranqüilo
Onde eu possa morar
Em paz com meus animais
Sem a ninguém perturbar.
Onde eu possa trabalhar
Ganhar o pão todos os dias
Sem fofocas sem intrigas
E viver em harmonias
Vivendo tranquilamente
Escrevendo poesias.
Ver o sol todos os dias
Nascer forte no nascente
Durante ao correr do dia
Tomar banho de sol quente
E ver todas as tardinhas
Se esconder no poente.
Eu puder fazer repente
Nas noitadas de luar
Sentir o Aracati
Meu corpo massagear
E ouvir a Mãe-da-lua
Numa estaca gritar.
E ouvir o gorjear
Dos passarinhos na mata
E o barulho das águas
Espumando na cascata
Os jovens apaixonados
Cantando em serenata.
Ver a lua cor de prata
Prateando o meu sertão
Grandes boiadas que vão
Cortando velho estradão
Ouvir aboio saudoso
Do vaqueiro campeão.
Puder montar no alazão
Ir pro campo campear
Na sombra do juazeiro
Armar a rede e me deitar
Deitar na relva e dormir
Feliz da vida sonhar.
Banho de chuva tomar
Ao rebumbar do trovão
Na época invernosa
Ir fazer a plantação
Depois fazer a colheita
De milho, fava e feijão.
Bem a beira do estradão
Construir minha casinha
Criar bode e carneiro
Porco, gado e galinha
Merendar angu com leite
Comer pirão de farinha.
E ao redor da casinha
Um alpendre construir
Contar histórias de Trancoso
Com amigos divertir
Ao clarão do candeeiro
Deitar na cama e dormir.
Acordar-me e ouvir
O Sabiá-laranjeira
O canto da Asa-branca
Na copa da aroeira
Deliciar melancia
E roçar a capoeira.
Banhar-me na cachoeira
Ouvir galo no poleiro
Subir-me na cajarana
E brincar no juazeiro
Brocar e cercar a roça
Cedo varrer o terreiro.
Na sombra do Pau-pereiro
Parar para contemplar
O esperto beija-flor
O néctar da flor tirar
E ouvir as seriemas
Em lindo dueto cantar.
Lá nas plantas do pomar
Frutas eu quero colher
Escutar o sericora
E a juriti gemer
O cancão a fazer graças
E eu do mundo esquecer.
No pasto eu quero ver
Jumento marcando a hora
O cavalo relinchar
O carão triste que chora
No alpendre eu quero ouvir
As histórias do caipora.
Pois eu tenho o mundo
inteiro
Pra lutar pelo que quero
E ganhar um bom dinheiro
Não posso ficar parado
Pois não sou prisioneiro.
Vou como aventureiro
Viver em terra estranha
Buscarei felicidade
Do outro lado da montanha
Cansei de tanto apanhar
Só se aprende quando
apanha.
Eu sou igual a aranha
Jamais eu desistirei
O meu lugar não me quer
Outro lugar buscarei
Por uma vida melhor
Com fé em Deus lutarei.
Esta decisão tomei
Pois já é chegada a hora
Com tristeza vou parti
Mas tenho que ir agora
Pra buscar melhor futuro
Eu tenho que ir embora.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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