Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 14 04 2017 e
música:
Lembro muito bem que
antigamente
Era tão difícil para se
viver
Para poder fazer o que
comer
Tínhamos que trabalhar ao sol
quente
O passadio também era duro
Sem conforto previdência e
seguro
Colhia do que se tinha
plantado
A vida era muito diferente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Naquele tempo só o fazendeiro
Que armazenava grande
riqueza
Usufruindo o luxo da
nobreza
Precisava e muito do seu
vaqueiro
Que para deslocar uma
boiada
Vaqueiro a levava pela
estrada
Não havia carro pra levar
o gado
Enfrentando aguaceiro e
sol quente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Para tratar da saúde no
passado
Era feito com muita
dificuldade
Somente havia médicos na
cidade
O paciente teria que ir
montado
Não havia carro nem
ambulância
Muitas vezes em redes à distância
Era pra cidade em ombros
levado
Era grande o sofrimento da
gente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Outro problema que se
enfrentava
Quando alguém era pra ser
enterrado
Cemitério só tinha no
povoado
Lá no sítio caixão não se
usava
Na sentinela cantava pro
defunto
E numa rede levava o
presunto
Em prato o corpo na cova
jogado
Após enterro se tomava aguardente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Ainda lembro quando fui
criança
Quando água no ombro
carregava
Com tarrafas no açude
pescava
Nas noites de São João
tinha festança
Gostava muito de ir cantoria
No São Gonçalo com muita
alegria
Ouvia o povo cantar
animado
Nas bancas bebia cerveja
quente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Era gostoso quando no
curral
Tomava leite mugido na
hora
Soltava um aboio que ouvia da flora
O eco expandido sobre o
matagal
Canta a mãe da lua em
noite enluarada
O alvorecer toda madrugada
Na escuridão o Céu estrelado
O sertanejo acordar
contente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Inda recordo com muita
saudade
Quando acordava ouvindo o
trovão
E as biqueiras caindo no
chão
Relâmpago fazendo
claridade
Com as goteiras caindo na
rede
A chuva forte lavando a
parede
E a ventania levando o
telhado
O medo tomava o coração da
gente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Eu sei que a vida era
dispendiosa
Mas em nossa casa havia
fartura
A gente vivia da
agricultura
Nossa família era
harmoniosa
Na nossa casa existia o
amor
Em nossos corações a paz
do Senhor
O nosso lar por Deus
abençoado
Tudo que passei eu guardo
na mente
Mas o conforto que tenho
no presente
Não vai fazer esquecer meu
passado.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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