quinta-feira, 19 de maio de 2016

2.033 - AS COVARDIAS DA MORTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra:  19 05 2016 e música:


Pra tratar deste assunto
O cara tem que ser forte
Abala o mundo inteiro
Leste oeste sul e norte
Eu morro. mas não aprovo,
As covardias da morte.

A morte é criminosa
E não respeita ninguém
Arrogante e traiçoeira
Piedade ela não tem
Quando menos se espera
Esta desgraçada vem.

Não se ver a cara dela
Mas está sempre presente
Está na alimentação
Na água no acidente
Nas guerras e confusões
No lazer e no doente.

A morte é impiedosa
Não tem amor a ninguém
O seu trabalho é matar
A ninguém ela quer bem
Que me deixa intrigado
É não se matar também.

Ela mata, mas não morre,
Com ela não tem perdão
Ela que se diz ser justa
Tem natureza de cão
Implacável nas ações
Ela não tem coração.

Para matar ela usa
Uma foice ou roçadeira
Um facão bem afiado
Um serrote ou serradeira
Na profissão de matar
A morte forma fileira.

A morte é tão atrevida
Que ao próprio Deus atacou
Com injúrias numa cruz
Ao Jesus Cristo matou
Por ser filho do Deus pai

Ele a si ressuscitou.

Ela não tem amizade
De todos é inimiga
Pra poder matar alguém
Aproveita-se da briga
Cria inveja e ciúmes
Faz fuxico arranja intriga.

Não sei se ela tem mãe
Se ela tem nunca a vi
Também não sei se tem pai
Se tem eu não conheci
Se ela matou seus pais
Ao crime não assisti.

Eu não sei suas origens
Nem onde e quando nasceu
Se foi criada ou gerada
Nem como apareceu
Só sei que ela existe
Pelas mortes que cometeu.

A morte é intrometida
E não tem a gentileza
Invade as nossas casas
Sem esboçar delicadeza
Leva um ente querido
Deixa dor choro e tristeza.

A morte é invisível
Ninguém sabe aonde mora
Está em todos lugares
Ao mesmo tempo e hora
Inimiga invisível
Que ao mundo todo apavora.

Usa de muitas facetas
Quando ela vai matar
Não sei se são muitas mortes
Pra tantos crimes praticar
Se ela for uma só
Tem mui que se rebolar.

Não podemos enfrentá-la
Pois ela ninguém ver
Inimigo invisível
É duro de combater
Pois quem ousa enfrentá-la
Mais cedo pode morrer.

Ninguém sabe pra onde vai
Nem também de onde vem
Pra todo crime que faz
Uma desculpa ela tem
Só sei que de suas garras
Não escapará ninguém.

Ela mata em uma clínica
Em postos e hospitais
Mata na roça e no mato
Interior e capitais
Mata no trem e metrô
Na água e canaviais.

Pra matar uma pessoa
Ela não escolhe lugar
Na queda dum avião
Num barco em alto mar
Mata com a poluição
Na água, terra e ar.

A morte mata o cara
Que estiver trabalhando
Também mata o turista
Quando está passeando
Também mata um atleta
Em um estádio jogando.

Numa batida de carros
Ela faz assassinato
Num acidente de rua
Elimina o candidato
Numa confusão de bêbados
Ela não deixa barato.

Ela mata um banhista
Em uma praia lotada
Mata a pessoa dormindo
Também mata acordada
Mata na cama e na rede
Em casa e na estrada.

A morte mata o gordo
E mata o magro também
Mata o novo e o velho
A criança e o neném
O que canta e o que chora
Tanto o que vai e o que vem.

Ela não gosta da vida
Ela é irracional
Com seu ódio implacável
Ela mata um animal
E sem justificação
Elimina o vegetal.

Que mal faz o passarinho
Pra sua vida tirar
Com pedras de baladeiras
Que são jogadas no ar
Com bodoque e outras armas
Faz no bichinho acertar.

A morte mata na água
Num banho de cachoeira
Afogado num açude
E em uma corredeira
Té no banheiro de casa
Ela faz esta besteira.

Ela provoca incêndios
Para os animais matar
Em quedas de construções
Ela não deixa escapar
A morte elimina vidas
Quando ela faz inundar.

Nas grandes erupções
Ela também leva vidas
Tempestades e vendavais
Bastantes são destruídas
Guerras e revoluções
Inúmeras são extinguidas.

São inúmeras as formas
Que a morte pode matar
Pode matar com doenças
A qualquer hora e lugar
Pode matar de repente
Sem a gente esperar.

Sempre há uma desculpa
Pra alguém desaparecer
A vida é uma passagem
De tempo pra se viver
Se é bom ou ruim morrer
Quem morre não vem dizer.

A desgraçada da morte
Tem levado muita gente
Embora todos sabemos
Que ela vem certamente
Nós não nos conformaremos
Com a morte de um parente.

Dizem que a morte é a passagem
Desta para outra vida
Não me serve de consolo
Ver a vida destruída
Lutar contra esta peste
É uma guerra perdida.

Ela não manda recado
É atrevida e forte
Ultrapassar os cem anos
Precisa contar com a sorte
Vivo mas não me conformo
Com as covardias da morte.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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