Autor; Erivaldo Alencar.
Letra; 14 04 2014 e música;
Há muitos anos atrás
Na fazenda do Romeu
Com dois compadres amigos
Um fato aconteceu
Eu vou descrever em versos
Como foi que isto se deu.
O compadre Juscelino
Nesta fazenda morava
Enquanto compadre Rock
Noutro sítio habitava
Havia tempo que o Rock
O amigo não visitava.
Num certo dia bem cedo
Compadre Rock se arrumou
Pra visitar o amigo
Com a esposa viajou
Juscelino surpreendeu-se
Quando o compadre chegou.
Alegres se abraçaram
Com muita intimidade
Juscelino disse compadre
Fale com sinceridade
Como estar você compadre
Quero saber a verdade.
O amigo Rock disse
Compadre estou doente.
Veja aqui na minha perna
Uma ferida bem na frente
Usei tudo que é remédio
Passado por muita gente.
Juscelino disse Rock
Preste me bem atenção
Vou indicar um remédio
Que será a solução
Pois vai curar duma vez
Este enorme perebão.
O amigo Rock disse
Compadre seja ligeiro
Pegue o receituário
E a caneta companheiro
Sendo pra eu ficar bom
Eu pago qualquer dinheiro.
Juscelino disse amigo
Quando em casa chegar
Vai ao boteco para um
Tubo de pólvora comprar
Se fizer como eu disser
Você irá se curar.
Abra o tubo de pólvora
Ponha-a sobre a ferida
Pegue uma caixa de fósforos
Risque o palito em seguida
E toque fogo na pólvora
Com sua perna estendida.
O Rock disse compadre
Você ta com brincadeira
Tu achas que serei louco
Pra fazer esta besteira
É melhor ficar doente
Que fazer esta asneira.
Juscelino disse amigo
Saiba que não tou brincando
Eu indiquei o remédio
E você está duvidando
Quer ficar bom ou não quer
O remédio estou passando.
O Rock disse está bem
Vamos mudar de assunto
Tomamos cachaça com
Tira gosto de presunto
Despeçamos a tristeza
Pois aqui não tem defunto.
Depois de muita palestra
Fofoca e animação
O Rock disse compadre
É chegada ocasião
Preciso voltar agora
Para a minha habitação.
O Rock se despediu
Do seu compadre e amigo
Mas durante a sua volta
Ele pensava consigo
Eu vou fazer a receita
Nem que eu corra perigo.
Depois que ele saiu
Juscelino diz que asneira
Disse pra mulher esqueci
Dizer que era brincadeira
Para avisar pro compadre
Saiu a toda carreira.
Não alcançou o compadre
Muito tristonho voltou
A mulher disse marido
Porque tanto se preocupou
O compadre não e maluco
Pra fazer o que ensinou.
Rock passou no boteco
Tubo de pólvora comprou
Sem dizer nada a mulher
Quando em casa chegou
Com a pólvora e o fósforo
Em um quarto se trancou.
Abriu o tubo de pólvora
Fez como o compadre mandou
Ele pegou toda pólvora
E na ferida botou
Riscou o palito de fósforo
E fogo nela tocou.
Quando encostou o palito
Na pólvora da ferida
Ouviu-se a explosão
E um grito em seguida
Com sua perna em chamas
Ai que dor tão dolorida.
Compadre Rock gritava
Naquele quarto trancado
Minha gente peço socorro
Estou no quarto fechado
Pois se não me socorrerem
Vou morrer esturricado.
A família em desespero
Aos gritos lhe perguntava
Onde é que tu estás
Enquanto ele se queimava
Eu estou preso no quarto
Em chamas no chão rolava.
É que eu fiz o remédio
Que o compadre ensinou
Quando pus fogo na pólvora
Minha perna incendiou
Minha roupa está em chamas
E o meu corpo queimou.
Tentaram abrir a porta
Ma ela tava trancada
A chave tava por dentro
Na fechadura cruzada
Forçaram para quebrá-la
Mas era mesmo que nada.
Gritaram por um vizinho
Que veio a toda carreira
Deu um coice contra a porta
Que virou em pedaceira
Pegou ele pelos braços
Que morria na fumaceira.
Botaram o Rock no carro
E em alta velocidade
Buscando salvar o Rock
No hospital da cidade
Com queimaduras expostas
E com muita gravidade.
O doutor não demorou
Passou a medicação
Ele ficou internado
Por um bom tempo então
Quando sarou as queimaduras
Também sarou o perebão.
Depois de passar o susto
Ele se vendo curado
Disse que santo remédio
Que para mim foi passado
Vou avisar pro compadre
Que da pereba estou sarado.
Juntou a família e foi
Para a casa do amigo
De longe gritou compadre
Vim ficar o dia contigo
Fiz como você ensinou
Enfrentei todo perigo.
Juscelino disse compadre
Nunca fiz tanta besteira
Ensinar este remédio
É o cúmulo da cegueira
Corri sem chance pra dizer
Que era só brincadeira
Eu que sempre pensei
De ser um cara esperto
Nem mesmo quem é maluco
Chega pensar isto de perto
Uma receita errada
Um remédio que deu certo
Esta história foi contada
Por um grande amigo meu
Que seu pai contou pra ele
Na Paraíba se deu
Não façam este remédio
Para o bem do corpo seu
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
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