Autor; Erivaldo Alencar.
Letra; 03 09 2011 e música; 10 03 2012.
Eu nasci lá no sertão
Eu morei numa palhoça
Fui trabalhador da roça
Tinha paz no coração
Eu vivia em comunhão
Com minha esposa bela
Eu era feliz com ela
Mas veio a seca Caipora
A seca me pôs pra fora
Da casa queu nasci nela.
Na minha propriedade
Trabalhava com bravura
Sempre fazia fartura
Vivia em prosperidade
Sem passar necessidade
Na minha casa singela
Eu enchia a panela
Mas em um fechar de hora
A seca me pôs pra fora
Da casa queu nasci nela.
Lá na roça eu plantava
Milho, arroz e feijão.
Mandioca, algodão,
Melão, melancia, fava.
Até mamona cultivava,
Manga, ata, berinjela,
Cajarana, seriguela,
A chuva faltou na hora
A seca me pôs pra fora
Da casa queu nasci nela.
Eu tinha uma vaquinha
Muito robusta e leiteira
A minha burra baixeira
Também criava galinha
Muitas quartas de farinha
Um bom cavalo de cela
Sem chuva vi a panela
Esvaziar sem demora
A seca me pôs pra fora
Da casa queu nasci nela.
Quando a chuva faltou
Vi acabar a pastagem
Faltou água na barragem
E a cacimba secou
Até meu filho chorou
Quando ele viu a panela
Sem ter nada dentro dela
Até minha mulher chora
A seca me pôs pra fora
Da casa queu nasci nela.
Pela falta da ração Vi meu cavalo morrer
Sem água para beber
Cavei cacimba no chão
Mas devido à sequidão
A água que vinha dela
Mau chegava a panela
Perdeu-se tudo na hora
A seca me pôs pra fora
Da casa que nasci nela.
Ao ver tudo se perder
Eu fui me desesperando
Ao ver meu filho chorando
Sem nada para comer
Ouvindo a mulher dizer
Não tem nada na panela
Debucei-me na janela
Vendo meus ir bens embora
A seca me pôs pra fora
Da casa que nasci nela.
De tanto a gente sofrer
Eu tomei a decisão
Disse na ocasião
Sei que vamos padecer
Querendo ou sem querer
Da minha casinha bela
Fechei porta e janela
Disse adeus a minha flora
A seca me pôs pra fora
Da casa que nasci nela.
Hoje estou muito distante
Da minha terra querida
Com a alma dolorida
Não esqueço um só instante.
Espero que mais adiante
Eu possa voltar pra ela
E viver dos frutos dela
E nunca mais ir embora
A seca me pôs pra fora
Da casa que nasci nela.
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário