sábado, 2 de junho de 2012

1.353 – O PREGUIÇOSO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 26 05 2011 e música; 13 11 2011


Peço ao Deus Criador
A sua santa bênção
Ao seu filho Jesus Cristo
O dom da inspiração
Para em versos rimados
Descrever com precisão.

Eu amo o meu trabalho
Sou feliz por trabalhar
Quem trabalha Deus ajuda
Da pobreza se libertar
É mui infeliz aquele
Que não gosta de trampar.

O homem que não trabalha
Na vida não tem prazer
É dependente dos outros
E só vive por viver
Como escravo da preguiça
Ele vai permanecer.

Contavam os meus avós
Um caso que aconteceu
De um homem preguiçoso
Que na região nasceu
Sem disposição pra nada
A vida toda viveu.

Desde muito criancinha
Aparentava manhoso
Até mesmo pra mamar
Ele ficava enfadoso
De tanta preguiça ganhou
O nome João Preguiçoso.

Para o João Preguiçoso
Não havia alegria
Sem ânimo para nada
Preguiça o consumia
Com tanta preguiça ele
Nem os seus olhos abria.

Com essa preguiça toda
O João ía crescendo
Não brincava não cantava
Só resmungava dizendo
Com essa preguiça toda
Eu vou terminar morrendo.

Nunca saía de casa
Ir pra festa nem pensar
Da rede ou da cadeira
Mal podia levantar
Nem mesmo em sonho sequer
Pensava em trabalhar.

Dormia cedo da noite
Muito tarde levantava
Ficava bravo e nervoso
Quando alguém lhe acordava
Virava pro outro lado
E dormia que roncava.

Ele não tinha coragem
Nem do seu prato fazer
Se não lhe desse na boca
Ele ficava sem comer
E se não lhe dessem água
Ele não ía beber.

Num certo dia seu pai
Disse hoje eu vou levar
Você no cavalo branco
Pra no pasto cavalgar
Tenho certeza absoluta
Que você irá gostar.

Ele montou no cavalo
Sem nenhuma animação
Todo molenga sem jeito
Se apoiando na mão
De preguiça ele dormiu
Caiu roncando no chão.

João era tão preguiçoso
Que muito pouco falava
Ele ficava calado
Quando alguém lhe mandava
Que ele fosse trabalhar
Que a preguiça passava.

Não fazia amizade
Com estranho nem parente
Na hora de tomar banho
Dizia está doente
Pra não buscar a cadeira
Sentava-se no batente.

Até pra calçar chinelo
Não tinha disposição
Pra poder trocar de roupa
Tinha de ser um irmão
Nem o seu próprio cabelo
Nunca penteava não.

De tanta preguiça ele
Caminhava capengando
Pra ir do quarto pra cozinha
Ele ía resmungando
Da cozinha para a sala
De preguiça ia chorando.

De tanto lutar com ele
Seu pai veio adoecer
Chamou seus filhos e disse
Uma viagem vou fazer
Tomem conta do Joãozinho
Não deixem ele morrer.

Os seus irmãos atenderam
O que o pai ordenou.
De tanta humilhação
Um deles se revoltou
De agora por diante
Nada nas suas mãos dou.

Num certo dia o João
Para os seus irmãos falou
Não tenho disposição
Desta forma exclamou
Quero me enterrar vivo
Vamos apressado estou

Vão logo na funerária
Comprem um caixão pra eu
Imediatamente ele
Fingiu que adoeceu
E com os olhos fechado
Ele fingiu que morreu.

Naquele mesmo instante
O boato apareceu
Que o João Preguiçoso
Repentinamente morreu
E toda população
Do João se comoveu.

Seus irmãos fizeram tudo
Sem cometer nenhum erro
Queriam o mais depressa
Dele fazer o desterro
E convidaram os amigos
Pra fazer o seu enterro.

Com cuidado o botaram
Num luxuoso caixão
Com todos os aparatos
Sem lhe fazer arranhão
Com destino ao cemitério
Seguiram em procissão.

No trajeto um alguém
Tristemente perguntou
De que foi que ele morreu
Este alguém indagou
Ele morreu de preguiça
Outro alguém balbuciou.

Na verdade o João
Não faleceu de verdade
De tanta preguiça ele
Finge com tanta maldade
Que lhe enterrasse vivo
Nos pediu por caridade

O mesmo alguém falou
Parem com a procissão
Lhe dou uma sesta básica
Arroz, carne, leite e feijão.
Depois disto pensaremos
Em uma outra solução.

João levantou a tampa
Botou a cabeça fora
Perguntou está cusido
Vamos, responda agora.
Chega de enrolação
Responda-me sem demora.

O alguém lhe respondeu
Tu tens que ser paciente
Você vai ter que cozer
Se quiseres comer quente
Respondendo abusado
Toque o enterro pra frente.

Já na boca do buraco                                   
Um outro alguém falou
Posso cozer pra você
Logo se prontificou
Ironicamente ele
Desta forma indagou

Já está pronto no prato
Responda sem nenhum erro
Lhe responderam que não
Não queremos seu desterro
Pois se inda não tá pronto
Toque pra frente o enterro.

Se é verdade ou não
O fato já foi narrado
João morreu de preguiça
E vivo foi enterrado
No livro dos preguiçosos
O seu nome foi gravado.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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