Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 22 11 2020 e
música:
Sou trovador repentista
Faço isto por gosto
Não desrespeito ninguém
Fazer o melhor aposto
Posso até não agradar
Com certeza não desgosto.
Em uma casa de taipa
No Comboeiro nasci
As margens duma estrada
A minha infância vivi
Junto com meus irmãos
E com meus pais eu cresci.
Muito cedo fui pra roça
Aos cinco anos de idade
Trabalhávamos pro monte
Em nossa propriedade
Embora pobres, mas
vivíamos
Com muita dignidade.
Gostava lidar com gado
Bem mais com as criações
Eu amava campear
Nas quebradas dos sertões
De tomar banhos de chuvas
Ao estremecer dos trovões.
Gostava de ouvir histórias
De Trancoso ao luar
Dizer adivinhações
Com os amigos brincar
Não gostava de forró
Nem aprendi a dançar.
Gostava de São Gonçalo
E de assistir cantoria
O meu pai foi cantador
E foi bom de poesia
Quando havia cantoria
Ali por perto eu ia.
Comecei a namorar
Com dezoito de idade
Pois eu queria ser padre
Ser fiel a castidade
Desisti do sacerdócio
Aproveitei a mocidade.
Tomei banhos de açudes
No riacho em correnteza
Tomei banho de cachoeira
Na espuma que beleza
E respirava profundo
Ar puro da natureza.
Sempre me massageava
Ao vento Aracati
O som saudoso e suave
Com meus ouvidos ouvi
Hoje guardo a saudade
Dos bons tempos que vivi.
Lembro da cavalo branco
Muito bom de montaria
Quando nele cavalgava
Ao amanhecer do dia
Ouvindo a passarada
Despertar em cantoria.
Inda lembro das cauãs
Cantar fazendo dueto
Do velho fogão a lenha
Não deixar um só graveto
Comer carne de carneiro
Assado em um espeto.
Inda lembro os seriemas
Cantando em serenata
A lua da cor de prata
Prateando a verde mata
A Mãe-da-lua na estaca
Cantando uma canção chata.
Ter medo do lobisomem
Nas noites de sexta-feira
Ouvir o João-de-barro
Construir na catingueira
Fugir ao quanto puder
Da Aranha-caranguejeira.
Eu sou de família sábia
Tenho veia de artista
Da Família Alencar
Que quando luta conquista
Minha inspiração é fértil
Sou trovador repentista.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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